10. 치유법.

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Eu não sabia como aquilo tinha acontecido, mas eu tinha as mãos de Park Jimin em mim enquanto minhas calças estavam nos meus joelhos. Eu, extremamente certo do que queria fazer, não pensei antes de dizer que queria a tatuagem na lateral do corpo.

Logo, cá estou, deitado de ladinho e com o celular desbloqueado na minha mão, aberto no spotify. Senti minhas orelhas e nuca esquentando quando escolhi a primeira música e todas as outras seguintes, com vergonha do meu próprio gosto musical até ver Jimin balançando a cabeça enquanto trabalhava, concentrado.

E absurdamente lindo.

Alguns fios do cabelo preto caíam no rosto conforme ele se movia, mantendo as mãos enluvadas sempre em mim enquanto tatuava. Por algum motivo, isso me deixou um pouco quente. Bem quente, na verdade.

Ah, os hormônios. Sempre tão mágicos, fazendo coisas com a gente, sugando a sanidade mental e nos deixando sem noção.

E foi por essa ausência de noção que eu me levantei quando ele disse ter acabado, observando os traços formando perfeitamente o desenho em minha pele e minhas pernas nuas me deixando ainda mais ciente do quão louco eu estava. Em plenas condições mentais, teria apenas me vestido, pago e ido embora.

- O que você achou? - Eu perguntei, a voz meio tremida pela vergonha e os olhos fixos em meu reflexo, evitando a todo custo me virar para encará-lo.

- Tá bonito... é, tá legal, eu acho. Eu que fiz, né? Tá maneiro.

- Você nem olhou, Jimin. Olha... - Disse um pouco mais baixo, assistindo meu rosto ficar cada vez mais vermelho, ainda mais quando pude ouvir a movimentação de Jimin se virando na minha direção e me observando. Ficamos os dois em silêncio por alguns segundos, apenas as respirações estranhamente altas sendo ouvidas, até que ele soltou mais um elogio simples e me chamou para fazer o curativo. Ridiculamente frustrado, bufei, indo na direção dele outra vez.

O despertador soou como uma tortura pior que meus próprios pensamentos, e eu rapidamente me levantei e desliguei o som irritante. Afinal, eu sequer tinha dormido, poderia ter me poupado de ser avisado por aquele barulho chato. Extremamente cansado, acabei demorando mais que o necessário para me arrumar e tomei um susto quando minha mãe bateu na porta, parecendo preocupada.

- Filho? Você está passando mal? - Ela perguntou e eu fui rápido ao puxar as calças até a cintura, calçando os tênis em seguida e andando com eles desamarrados até a porta.

- Desculpe. Eu me atrasei. - Disse, envergonhado, imaginando a bronca que receberia se não houvesse um pedido de desculpas imediato. Porém, apenas recebi sua expressão desconfiada antes de ela se virar e caminhar até a cozinha, onde meu pai assistia vídeos com um volume desnecessariamente alto.

- Bom dia. - Foi a única única que eu disse quando cheguei ao cômodo, já com os dentes escovados e a mochila nas costas, pegando apenas uma garrafinha de água na geladeira e sentindo meu estômago roncar quando vi um enorme pedaço de bolo servido na mesa, tendo que me conter. - Desculpa. Eu como quando chegar, mãe.

Após um beijo na bochecha de cada um, decidi que pediria um carro para ir até a escola. Eu normalmente ia de ônibus, mas já estava atrasado o suficiente. Quando cheguei no prédio, precisei passar por todas as ridículas burocracias que os coordenadores insistiam em fazer, tentando descobrir se eu estava matando aula ou não mesmo que meu histórico fosse irritantemente limpo. Às vezes, não me sentia um adolescente normal.

Já extremamente estressado por praticamente não ter dormido, precisar lidar com a ignorância dos mais velhos e ainda perder uma das aulas, entrei na sala. Com um pedido de licença, me sentei em meu lugar e evitei a todo custo olhar para o rosto do Park, sabendo que ele prestava atenção em mim porque minha visão periférica captou o sorrisinho que, infelizmente ou felizmente, ele abria na minha direção sempre que me via.

Marlboro Nights | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora