A Lenda do Lobo Dourado

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- Por que nós dois estamos aqui mesmo?

- Para você ser útil e pegar aqueles três livros que estão na fileira de cima!

   Revirei os olhos, observando Hoseok tentar pegar, mas o mesmo também não dava altura.

- Que merda, que tipo de ser humano faz uma bendita biblioteca e não coloca uma escada de rodinhas na estante?

- Não pode ler algum livro que esteja nas de baixo?

- Os que preciso estão em cima!

   Olhei ao redor e suspirei, respirando fundo e tentando entrar em contato com meu lobo, o avisando onde estava e que precisava do mesmo. Alguns minutos se passaram e logo observei Calysto atravessar a parede e algo bater na porta, o que me fez segurar o riso e me aproximar a abrindo, encontrando um lobo preto zonzo que entrou na sala.

"As vezes eu esqueço que sou uma espécie de espirito e posso atravessar as coisas."

"Não diga.... mas o que deseja mestre? Estava ocupado assustando alguns guardas!" mostrou as presas e piscou algumas vezes olhando em direção do alfa ao meu lado.

- Ele não é uma ameaça! – o respondi antes que pensasse em qualquer coisa – preciso de ajuda para pegar os livros do alto, poderia me dar uma pata?

"Claro!"

   Segurei em seu pelo e subi em suas costas, conseguindo pegar os livros que precisava e Hoseok me ajudou a voltar para o chão. Agradeci meu lobo e ele apenas assentiu, saindo da biblioteca e sendo acompanhado pelo seu companheiro.

- Isso é assustador... bonito, porém assusta!

- É comum temer aquilo que não costuma conhecer... mas Calysto e eu, nos damos bem – abracei os livros até apoia-los na mesa, abrindo o primeiro e começando a folheá-lo.

- Não me disse o que está procurando.

- Bom.... sempre li e ouvi histórias sobre os lúpus e puros, mas nenhuma história dizia sobre um ser capaz de se transformar em sua forma lupina. Apenas projeta-lo para fora de seu corpo. E como você presenciou na sala do conselho, não foi isso que aconteceu! Meu lobo não possui um tamanho comum, nem mesmo age como um lúpus, parece ser bem mais forte, e o próprio diz isso. Então... talvez esteja em algum livro, não é possível que seja um caso único.

- Eu passo.... não curto ler livros, estar em uma biblioteca já me causa sono....

- Não precisa se forçar a ficar aqui, pode caminhar pelo castelo livremente! Inclusive.... acredito que meu amigo deve estar fazendo isso.

   Ele pensou por alguns minutos e coçou a nuca, respirou fundo e apontou para a porta, indicando que estava saindo e apenas concordei, o observando praticamente correr para longe. Acreditava que aquele alfa precisava viver um pouquinho, isso seria bom para ele.

(...)

   Nada.

   Simplesmente não havia nada que eu já não soubesse à respeito.

   Esfreguei o meu rosto frustrado. Em todos os livros diziam praticamente a mesma coisa, ômegas lúpus/puros eram raros, mas não estavam em extinção. Possuíam mais força e seus lobos eram cerca de centímetros mais altos que os de um alfa, mas ainda reagiam de forma medrosa a uma voz forte. Não havia nada sobre lobos gigantes ou ômegas fortes além do limite e que são capazes de serem imunes a uma voz de alfa. Coloquei o ultimo livro na mesa e olhei para o lugar que estavam na estante, desistindo de pensar em coloca-los no lugar e os deixaria ali mesmo, não valia a pena correr o risco e me machucar por conta de uma decepção dessas. Mas meu pensamento foi cortado por batidas leves na porta.