A Lenda do Lobo Dourado

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- Você enlouqueceu?

   Dei um suspiro pela milésima vez desde que entrei no castelo, estava apoiado na bancada da cozinha pegando meu café da tarde, quando fui praticamente bombardeado pelos gritos de um ômega que chamava de pai.

- Pai..... o senhor sabe que o que aconteceu entre Jungkook e eu vai se repetir mais vezes... agora é questão de tempo. Mas se questionar que o peguei, eu nego! – segurei meu copo com café com leite e dei um gole na bebida.

- Sabe que não é sobre isso... você falou quem era, se expos.... apenas em palavras, mas é uma exposição – desabafou preocupado – isso vai sair dos limites do castelo, irá para o vilarejo e eles irão querer provas do que está falando..... e por mais que eu saiba quem é e tenha presenciado, não irão acreditar em você. Nem em nós.... podem achar que é uma tática da monarquia do seu pai em pensar que os anos dourados estão de volta e está usando o próprio filho como cobaia. É necessário....

- Testemunhas, além do senhor.... eu sei disso! – me sentei em um dos bancos da cozinha – temos as pinturas da rainha Park onde mostra a mancha de nascença do rei, temos o testemunho da senhora Choi que disse para mim que nossas manchas eram idênticas.

- Podem alegar que são provas falsas filho.

- Mas existe uma pessoa que acreditariam..... Caronte! – disse simples e meu pai arregalou os olhos – o único alfa que faz parte do conselho, tecnicamente, já que ele é apenas o tesoureiro real. Minha pesquisa na biblioteca particular do meu pai dois tem arquivos oficiais da realeza com alguns documentos. E neles tem o nome Hector, que eu descobri ser o nome verdadeiro do Caronte, o que fiquei feliz, teria pena dele se tivesse um nome tão ridículo.

- Certo.... mas como o Caron—o senhor Hector conseguiria provar que é filho do rei Park?

- Na primeira etapa, ele comprovaria que o texto que encontrei com o meu nome escrito é a escrita do rei e não alguém copiando sua letra. Na outra.... meu próprio lobo entraria na história, se tornando o lobo dourado. Mas eu não estou pronto mentalmente para isso. Não planejava fazer isso tão cedo, queria tempo, mas.... aquele ômega, até pouco tempo éramos "irmãos" de raça. E simplesmente dizer aquilo? Eu precisei mostrar quem eu realmente era, nunca me submeti a ninguém e não seria dessa vez.

- Achava que tirá-lo do cargo de guarda real e coloca-lo como camareiro fosse o suficiente..... – cruzou os braços e ri sem graça.

- Foi ele quem quis bancar o ômega do lar, eu apenas lhe dei um trabalho na área, ele pode se especializar em cuidar de um alfa agora como nossos antepassados que foram escravizados. Na próxima fase lunar, ele aprenderá a como limpar banheiros e fazer um almoço decente. Até porque um ômega precisa saber cozinhar para o marido e limpar bem a casa. Só precisamos chamar um degustador antes de comer algo que ele faça, estou farto de livros em que a pessoa se revolta e envenena a comida, então devemos evitar problemas.

- Não gostaria de tê-lo como inimigo, ainda bem que é meu filho! – meu outro pai apareceu na porta – mas fez o correto filhote, ele o desrespeitou, e você revidou a sua maneira. As leis reais são claras, desrespeito a família real é morte. Você foi até educado.

- Pensei em coloca-lo como dupla de Ruan na colheita de arroz. Mas um ômega como aquele pobre ser não deve ter calos nas mãos, é um ser de porcelana....

   Fiz um bico e arranquei uma risada de ambos.

- Estou resolvendo algumas coisas e precisarei que se encontre com o seu conselho nos próximos dias. Preciso de um representante de Sílvia no festival de Marvin, e gostaria que você fosse nos representando, então preciso que seu conselho esteja ciente do nosso reino para que eu possa conversar com eles sobre assuntos diversos.