"Quando te olhei a primeira vez depois de todos esses anos, o meu coração disparou. E tão de repente eu notei que alguma coisa mudou."
Visenya cresceu vendo o quanto os verdes odiavam sua família e abominavam o nascimento dela e de seus irmãos. Sua...
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Visenya Velaryon era irmã gêmea de Jacaerys. Se ela não tivesse nascido junto com o irmão e tivessem testemunhas do parto, ninguém duvidaria do seu puro sangue valiriano e as fofocas sobre a bastardia não existiriam. Seus cabelos platinados e olhos violeta eram como os da mãe, assim como a pele tão pálida de qualquer Targaryen, mas seu irmão não. Jacaerys nascera com cabelos castanhos e olhos castanhos, apesar de possuir a pele pálida típica da casa do dragão.
Apesar dos boatos, ninguém olhava torto para ela, ninguém a olhava como olhavam para seus irmãos - Lucerys nascera dois anos após o nascimento dos gêmeos - que possuíam cabelos castanhos e olhos da mesma tonalidade. Visenya nunca entendera o motivo de tanta desconfiança, afinal, a avó de ambos, Rhaenys - A Rainha Que Nunca Foi - possuía cabelos escuros com modestas mechas platinadas. Seus irmãos poderiam simplesmente terem puxado a genética Baratheon da família paterna.
A menina cresceu sendo o deleite do reino, linda e com o fogo do dragão gritando em suas veias, não negava as origens. Única neta do rei, mimada com presentes e elogios.
Alguns diziam que ela poderia ser a reencarnação da própria irmã-esposa do Conquistador. Sabia lutar, sabia manipular, dialogar e consternar situações a seu favor.
Quando nasceu, o ovo colocado em seu berço não eclodiu como o de seus irmãos, mas ela domou seu próprio dragão ainda criança, com 8 anos. Silverwing, a Asaprata. A dragão fêmea vivia em Dragonstone e um dia os cuidadores permitiram que a dragão voasse, Visenya - que estava visitando o local com seus pais - sentiu uma atração forte e correu para onde Silverwing havia pousado, ela cantou uma antiga canção de ninar valiriana e quando olhou nos olhos do animal alado sentiu a conexão que ligava dragão e montador, e então ela soube, soube que Silverwing era dela. Voltou para Porto Real voando triunfante com sua conquista e causando raiva em seu tio mais novo, Aemond, que ainda não tinha um dragão. Com isso, a amizade que ambos tinham se dissipara.
Dois anos depois, quando ela e Jace tinham 10 anos, Joffrey nasceu e logo após souberam da drástica notícia da morte de sua tia Laena e também de Sor Harwin Strong, alguém que ela, Jace e Luke, gostavam bastante, ambos morrem queimados, uma em Pentos e o outro Harrenhal. Ela sabia da verdade, ela sentia a verdade. Sor Harwin não a protegia de Aegon e Aemond sem motivo, não se metia nos treinos de seus irmãos sem motivo, não a ensinara a se defender com espadas sem motivo. Todo cuidado, todo carinho e atenção, havia um motivo grandioso ali, motivo capaz de desgraçar a sua família se dito em voz alta. Mas ela sabia, Jace também. E quando souberam da morte ambos choraram escondidos no Fosso dos Dragões, choraram a caminho de Driftmark, choraram no funeral de sua tia. Mas não era pela tia que eles choravam.
De todos os seus tios paternos, Aemond fora o único que criou coragem de ao menos olhar para eles com compaixão. Quando ninguém estava olhando, ele segurou a mão dela e sibilou um "Sinto muito" sem som. Visenya assentiu e correu para os braços da mãe, que orientou que ela e seu irmão parassem de demonstrar tanto sofrimento e que consolassem as primas Baela e Rhaena que haviam acabado de perder a mãe, pois Harwin não era da família para que sofressem por ele.
