"Quando te olhei a primeira vez depois de todos esses anos, o meu coração disparou. E tão de repente eu notei que alguma coisa mudou."
Visenya cresceu vendo o quanto os verdes odiavam sua família e abominavam o nascimento dela e de seus irmãos. Sua...
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⁃ Eu vou matar aquele caolho desgraçado! - minha mãe berrava andando de lado para o outro do quarto
Eu estava abraçada ao meu padrasto que acariciava minhas costas com cuidado enquando eu molhava toda a sua roupa de dormir.
Não contei a minha mãe o que aconteceu, apareci em sua porta e pedi que me deixasse ir embora. Ela me colocou para dentro e me sentou em sua cama, meu tio me abraçou e agora estávamos aqui. Ela se corroendo de ódio, eu aos prantos, e Daemon sem entender nada.
⁃ Co-como você sabe que ele fez algo? - falei em meio as lágrimas. Daemon me largou e ficou em pé em um rompante.
⁃ Então ele fez alguma coisa? - sua voz foi tomada por ódio - Eu vou arrancar o pau daquele merdinha.
⁃ Não - limpei as lágrimas - Ninguém vai machucar ninguém, eu só quero ir embora - olhei dele para minha mãe - Me deixem ir embora, por favor
⁃ O que ele fez, Visenya? - minha mãe perguntou tentando parecer calma
⁃ Não importa. - respondi
⁃ Mas é claro que importa - ela se abaixou na minha frente e segurou minhas mãos em meu colo - Eu te falei uma vez que você podia confiar em mim - assenti - Quando eu tinha sua idade não tinha ninguém por mim, eu só quero te ajudar minha filha, eu não quero que você sofra. - acariciou meu rosto
⁃ Rhaenyra, ela já está sofrendo - meu tio disse o óbvio - O que aconteceu entre eles? - perguntou com receio franzindo o cenho
Mamãe me olhou e depois, juntas, olhamos para Daemon. Em seu semblante passou diversos sentimentos, mas nenhum era um sentimento bom, espanto, ódio, raiva, desespero, surpresa, ódio, ódio, ódio. Eu via sua narina inflar - quase saindo fumaça -, seu rosto ficou vermelho e ele colocou a mão onde normalmente fica sua espada, mas agora, com roupa de dormir, não havia nenhuma ali.
Meu tio engoliu um seco, colocou as duas mãos na cintura e respirou fundo. Ele olhou para o chão, olhou para mamãe e depois me olhou. Acho que foram os segundos em silêncio mais agonizantes da minha vida. E por fim ele disse, com a voz rouca de raiva:
⁃ Eu vou matar esse caolho, desgraçado, filho da puta - andou até a portar pegando sua espada que repousava na mesa no caminho
Eu e minha mãe corremos até ele, me escorei pela porta e ela o segurou pelo braço.
⁃ Se você falar algo, se os outros souberem... - funguei - Me obrigarão a casar com ele.
