"Quando te olhei a primeira vez depois de todos esses anos, o meu coração disparou. E tão de repente eu notei que alguma coisa mudou."
Visenya cresceu vendo o quanto os verdes odiavam sua família e abominavam o nascimento dela e de seus irmãos. Sua...
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O som dos pássaros no céu assim como o chicotear das ondas acalmavam todo o meu corpo. A areia e o mar haviam virado meus melhores amigos fazia um tempo. Era rotina eu acordar, fazer meu desjejum, voar um pouco, almoçar, passar a tarde na praia, jantar e ir dormir. Eu forrava um pano confortável na areia e lia um livro, as vezes até pegava no sono, ou simplesmente só ficava alisando a barriga pouco volumosa na expectativa de um chute do pequeno bebê dentro de mim.
Depois que Aemond fora embora, há quarto meses, eu não o vira mais. Daemon o obrigou a ir embora e depois disso ele tentou voltar, mais de uma vez, só que eu não quis vê-lo e na quarta tentativa ele parou.
Ninguém da minha casa tocava no nome dele, ninguém. Eu não deixava e eles respeitavam. Eu podia estar parecendo uma criança birrenta aos olhos de quem via de fora, mas eu me sentia tão traída. Com a sensação de que ele sentia vergonha de mim e do bebê. Nós não precisávamos dele, não nessas condições.
Meu bebê merecia um pai que sentiria orgulho do mesmo, e não que o esconderia da família ou mentiria para amenizar situações.
⁃ Querida? - escutei a voz de mamãe vindo da sacada do castelo e a olhei
Eu não estava longe - por mais que tivesse virado um costume andar por toda extensão da praia -, havia acabado de chegar ali e só aproveitava a brisa boa e o vento gostoso da manhã.
⁃ Oi, mãe - sorri para ela
⁃ Pode vir até meus aposentos, por favor? - pediu e eu assenti
Caminhei com calma até onde minha mãe estava, alguns servos faziam reverência para mim a medida que eu passava, alguns me olhavam com pena, outros cochichavam.
A pobre princesa grávida abandonada pelo marido.
Eles não sabiam a história completa, sabiam apenas que me casei e que Aemond fora embora do nada.
As vezes me pagava pensando como a corte de Porto Real havia reagido à notícia, isso se meu odiado marido tivesse contado. Nesses meses que se passaram, não havíamos recebido nenhuma corvo de lá, me fazendo pensar que não sabiam de nada. E isso fazia uma angústia maior tomar conta de mim, pois era a confirmação de que ele realmente não contara a sua família sobre nós.
⁃ Mamãe? - perguntei dando duas batidas na porta e escutei um "Entre" abafado na voz de Daemon. - Bom dia! - sorri entrado e fechando a porta atrás de mim
Eles estavam sentados na cadeira em volta da mesa do quarto de deles, que estava posta com o desjejum.
⁃ Bom dia, meu amor - mamãe veio até mim e me abraçou, um abraço cheio de ternura e carinho. Daemon riu para nós duas e eu retribui o sorriso para ele - Já se alimentou hoje? - perguntou alisando minha barriga e eu assenti
