"Quando te olhei a primeira vez depois de todos esses anos, o meu coração disparou. E tão de repente eu notei que alguma coisa mudou."
Visenya cresceu vendo o quanto os verdes odiavam sua família e abominavam o nascimento dela e de seus irmãos. Sua...
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O castelo estava com uma agitação incomum pela decisão do rei de organizar um grande baile. Servos corriam de um lado para o outro, adornando os salões, obedecendo ordem e gritos de Alicent, enquanto as damas discutiam freneticamente sobre quais vestidos usariam na grande noite. O ar estava carregado de expectativa, mas, para mim havia pouco para comemorar.
Enquanto todos ao meu redor estavam animados com a grandiosidade do evento, eu sentia uma tristeza profunda, uma dor que nenhum banquete ou música poderia apaziguar. A culpa, porém, não era de ninguém, nem mesmo de Aemond. Eu sabia que a falta de memória que ele sofria estava além do seu controle, mas ainda assim, doía. E com o tempo, tudo só piorou.
Aemma estava segura e amada em Dragonstone, sob os cuidados de minha mãe. Eu sentia uma mistura de alívio e saudade ao saber que em breve estariam todos juntos para o baile que ocorreria dentro de três dias. No entanto, a paz que deveria me acompanhar diante dessa perspectiva parecia mais um eco distante do que uma realidade.
As semanas passaram com uma rapidez cruel, tão velozes que mal pude perceber como tudo ao meu redor havia mudado. Os sussurros pelos corredores tornaram-se rumores implacáveis. Falava-se abertamente sobre Aemond ter tomado Ellyn como amante. O escândalo havia se espalhado por toda a corte, e a cada passo que eu dava pelos salões, os olhares de pena me seguiam como sombras.
O escândalo que pairava sobre a corte não se limitava apenas aos sussurros e olhares furtivos. Boros Baratheon, pai de Ellyn, estava furioso com as fofocas que circulavam, questionando a honra de sua filha. A cada rumor que se espalhava, sua ira crescia, até que ele decidiu exigir que o rei tomasse uma providência imediata. Mas o rei de nada sabia, ficando a Mão do Rei com o dever de resolver o problema.
A posição de Boros era compreensível, e ver o nome de sua filha manchado por tais acusações era algo que não podia suportar. No entanto, a realidade da situação tornava qualquer ação complicada. Aemond já era casado, casado comigo, e isso limitava as opções de Otto.
Não que Otto se importasse com isso.
Aemond, no entanto, parecia obstinado em buscar a anulação de nosso casamento. A ideia, embora impensável para a maioria, se tornara sua obsessão. Mas mesmo ele sabia que tal desejo estava condenado ao fracasso. Nosso casamento, selado nas tradições valirianas, era mais do que uma simples união; era um vínculo sagrado, indissolúvel, que carregava o peso de séculos de história e cultura da casa do dragão. Eu nunca soube de um casamento valiriano que fosse desfeito, e Aemond sabia que meu avô nunca permitiria tal ato.
Aemond poderia insistir, mas a realidade era imutável. O fardo de sua amnésia e das escolhas que fazia era tão pesado para ele quanto para mim. Cada tentativa sua de se libertar apenas servia para aprofundar a dor que eu sentia, uma dor que parecia ser compartilhada por todos ao nosso redor, embora por razões diferentes.
