"Quando te olhei a primeira vez depois de todos esses anos, o meu coração disparou. E tão de repente eu notei que alguma coisa mudou."
Visenya cresceu vendo o quanto os verdes odiavam sua família e abominavam o nascimento dela e de seus irmãos. Sua...
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Na manhã seguinte eu estava um caco, não havia conseguido pregar o olho e qualquer barulho que vinha do corredor ou do lado de fora da janela me deixava em alerta, com o coração acelerado. Eu havia até deixado minha adaga de aço valiriano embaixo do meu travesseiro.
Levantei da cama e fui para a sacada ver se estava tudo bem com Silverwing, e estava. Ela voava ao lado de Moondancer e as duas davam um lindo espetáculo no céu.
Escutei duas batidas na porta e depois ela se abrindo devagar, olhei para a minha cama onde a faca repousava embaixo de meu travesseiro.
Não vai dar tempo, pensei e me encostei no muro da sacada, um comando e meu dragão apareceria. Como se adivinhasse meu pensamento, Silverwing rugiu no ar, pude ver sua sombra rondando o castelo.
Passos ecoaram pelo quarto e logo depois um suspiro alto. Quem quer que tenha entrado, não gostou de não me ver na cama.
⁃ Eu não acredito que essa menina foi voar sem tomar o desjejum - a voz de Gilly tomou conta do recinto e eu relaxei. Sai do meu esconderijo e ela se assustou - Visenya!
⁃ Desculpe! - sussurrei a abraçando
⁃ O que houve, princesa? - perguntou surpresa
⁃ Nada - me separei dela - Eu só... - respirei fundo - Eu só preciso de um banho.
E assim foi feito, Gilly preparou a água quente para meu banho enquanto eu separava o que iria vestir naquele dia. Ela tentou diversas vezes puxar assunto sobre as olheiras que gritavam embaixo dos meus olhos, mas eu desconversava, até que ela entendeu que eu não queria falar sobre o assunto.
Escolhi um vestido vermelho com detalhes em preto, manga longa e com detalhes no ombro. Separei um cordão - que fora presente de de meu pai, Laenor, um colar delicado com um cavalo marinho de pingente -, meus brincos e anéis. Passaria rouge nas bochechas e nos lábios.
Hoje o convescote seria na montanha ao lago do rio.
Gilly saiu do quarto para que eu pudesse me banhar tranquilamente, doce engano. A todo momento eu ficava encarando a parede que era porta para as passagens, eu sentia meu corpo arrepiar em expectativa, a todo momento eu me perguntava se ele estaria ali ou não.
Eu estava inquieta demais, ansiosa demais.
Sem conseguir me controlar, me levantei, me levantei ainda nua e andei até a parede, meus cabelos, encharcados, pingavam pelo caminho.
