"Quando te olhei a primeira vez depois de todos esses anos, o meu coração disparou. E tão de repente eu notei que alguma coisa mudou."
Visenya cresceu vendo o quanto os verdes odiavam sua família e abominavam o nascimento dela e de seus irmãos. Sua...
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• 4 anos depois •
Eu desviava avidamente dos golpes de Aemond contra mim. O tilintar das nossas espadas se chocando já havia se tornado música para meus ouvidos. Era extremamente relaxante e reconfortante esses treinos. Apenas nós dois.
Eu tinha consciência de que estava sendo treinada por um dos melhores espadachim de toda Westeros, e também tinha ciência de que eu poderia derrubar facilmente uma quantidade considerável de homens em uma possível batalha.
Desviei de um possível ataque deslizando pelo chão e dando uma rasteira em Aemond, chutei no ponto certo e ele caiu, mas não sem me levar junto para o chão. E eu sabia que não havia sido dessa vez que eu ganharia dele.
Eu havia encontrado nos treinos uma forma de me distrair da dor do luto. Da dor da perda e da impotência. Não melhorava, não amenizava, era uma dor brutal, mesmo tendo passado por ela pela terceira vez, mesmo tenho apoio, carinho e acalento. Nada a fazia passar.
Uma vez minha mãe me disse que o campo de batalha de uma mulher era o parto. Então, estaria eu perdendo a guerra?
⁃ Está ficando cada vez melhor, minha princesa - Aemond falou sorrindo orgulhoso e me puxando para cima dele.
Estava quente em Solarestival, suávamos demais devido ao treino árduo. Estávamos ofegantes e eu não via a hora de beber água.
⁃ Em alguma coisa eu tenho que ser boa - fiz careta apoiando meu queixo em seu peito.
⁃ Não seja tão dura consigo mesma - colocou uma mecha de cabelo para atrás da minha orelha
⁃ Aemond, não consigo engravidar e nas últimas três vezes eu perdi. - bufei e me sentei - Eu sou uma inútil.
Nunca pensei que me tornaria esse tipo de pessoa, uma mulher desesperada por mais um filho. Mas ver a vida que eu estava gerando escorrendo em rios de sangue pelas minhas penas era doloroso, ficar radiantes por um momento e semanas depois seu brilho se esvair em questão de segundos era angustiante.
Aemma sempre pedia um irmão, e todas as vezes que eu tentei lhe dar, o meu bebê morria.
O pior de tudo é saber o motivo e não poder fazer nada.
Quatro anos haviam se passado desde o nascimento de Aemma. E todas as três vezes que engravidei novamente, eu os perdi. Aqueles bebês haviam sido tão desejados e amados desde a descoberta.
