"Quando te olhei a primeira vez depois de todos esses anos, o meu coração disparou. E tão de repente eu notei que alguma coisa mudou."
Visenya cresceu vendo o quanto os verdes odiavam sua família e abominavam o nascimento dela e de seus irmãos. Sua...
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• Meses depois •
Eu liberava meu xixi na latrina pela quinta vez naquela madrugada. A cada mexida do bebê minha bexiga era pressionada e eu sentia uma vontade enorme de urinar. Era horrível. Como as pessoas tinham um bebê atrás do outro? Sem contar as dores. Dores nos pés, nas costas, nos seios. E o calor insuportável? Tinha dias que eu passava a tarde nua em meu quarto de tanto calor que eu sentia. Sem contar as mudanças de humor e a vontade absurda de comer bolinho de limão a toda hora.
Ninguém me preparou para o estágio final da gravidez. Minha mãe sempre parecia tão plena em todas as suas gestações e eu me sentia um trapo, literalmente. Eu estava parecendo uma bola de tão inchada.
Aemond dizia que eu estava exagerando e que eu era a mulher mais linda de Westeros. Perguntei a ele se já tinha visto todas as mulheres de Westeros para chegar a essa conclusão. Entramos em uma discussão idiota e no final, eu estava chorando e comendo bolinho de limão. Chorando sem um motivo aparente.
O bebê já tinha um quartinho montado para ele no berçário de Solarestival, assim como em Porto Real e em Dragonstone. A expectativa era grande, principalmente para a minha família - mamãe, Daemon, meus irmãos, minhas primas e meus avós -. Até Rhaenys que nunca se importou muito comigo estava animada com a chegada do primeiro bisneto. Ela dizia que ajudar a bordar roupinhas fazia seu tempo passar e não pensar muito em Corlys na guerra da Triarquia. Minha avó havia mandado muitas roupinhas lindas, algumas bordadas com um cavalo marinho, mas a maioria eram com pequenos dragoes. Assim como mantinhas e cobertores. Eu estava apaixonada por cada detalhe da espera do bebê, só não estava gostando do que estava acontecendo com meu corpo.
Sai de meus devaneios quando me limpei para voltar para a cama. Me sentei na mesma e encarei Aemond que me olhava com um sorriso no rosto.
⁃ Acordei você? - suspirei alisando minha barriga que havia sido golpeada - Me desculpe.
⁃ Na verdade não - ele se sentou e alisou minha barriga, ao ouvir a voz do pai, o bebê se mexeu ainda mais forte e eu fiz careta - Ela está animada.
Aemond já havia se conformado que o bebê era menina. Em algum momento desses últimos meses ele passou a se referir ao bebê como "ela". Já eu, não conseguia ter confiança de que meus sonhos eram reais. Eu não queria acreditar que em algum momento eu iria fugir de Aemond montada em Silverwing ou que ele iria em enforcar em uma briga.
Bom, não sou idiota, eu sabia que era uma menina que eu carregava. Mas os sonhos... Eu não queria acreditar neles.
⁃ Ela está protestando - bufei me recostando na cabeceira da cama - Está odiando o destino de amanhã.
