"Quando te olhei a primeira vez depois de todos esses anos, o meu coração disparou. E tão de repente eu notei que alguma coisa mudou."
Visenya cresceu vendo o quanto os verdes odiavam sua família e abominavam o nascimento dela e de seus irmãos. Sua...
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Tudo doía, meu corpo doía, a cada respiração eu tinha a sensação de que estava sendo rasgada de dentro para fora. Eu queria gritar, berrar, expressar a agonia que sentia, mas não conseguia.
Tentava abrir os olhos, me mexer... E nada.
Meu sistema não me obedecia, eu me via afundando em uma escuridão agonizante. Pedir ajuda estava fora de cogitação, pois meu corpo não reagia aos meus comandos.
Tudo era a mais pura escuridão.
Seria assim a morte?
Estaria, eu, morta?
Estaria eu ardendo em um dos sete infernos? Queimando entre demônios como uma bastarda indigna de viver nos céus? Bom, o inferno não é lugar de quem pecou, mas sim de quem não se arrependeu. Eu entendia estar ali, eu não me arrependia absolutamente nada.
Mas qual seria a ação que determinou o meu destino?
Eu não sabia.
Todavia, eu sabia de uma coisa...
Eu era um dragão.
Eu sou um dragão.
E dragões não queimam, não ardem.
Dragões fazem arder.
Era isso que eu tinha que fazer.
Ser fogo.
Fazer queimar.
Ser um dragão.
~
A tempestade caía, todo o meu corpo estava encharcado. Trovões ribombavam em volta do enorme castelo que eu não pude reconhecer, a chuva caía em volume pesado e, de tempos em tempos, grandes explosões de relâmpagos branco-azulados iluminavam o mundo como se fosse dia. O tempo estava péssimo para voar, mesmo para um dragão, e mesmo assim eu montava em Silverwing com uma sensação de que algo muito ruim iria acontecer.
Onde eu estava?
Forcei a visão olhando em volta quando mais um relâmpago estourou no céu.
A chuva caía insistente e os trovões pareciam um aviso dos deuses de que uma tragédia iria acontecer.
Um rugido alto vindo acima de mim fez todo o meu corpor tremer. Ergui a cabeça ao ponto de olhar o céu e mais um relâmpago estourou, mas a forma gigante de Vhagar inundou minha visão e mais uma vez tremi.
Aemond estava aqui.
⁃ Sobrinho! - meu tio gritou e o tom de voz dele ficou sombrindo junto a chuva.
