"Quando te olhei a primeira vez depois de todos esses anos, o meu coração disparou. E tão de repente eu notei que alguma coisa mudou."
Visenya cresceu vendo o quanto os verdes odiavam sua família e abominavam o nascimento dela e de seus irmãos. Sua...
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As paredes frias da Fortaleza Vermelha pareciam ecoar o vazio que se instalou em meu coração no momento em que meus olhos bateram em Aemond. A batalha havia cobrado seu preço, não apenas em vidas perdidas, mas também na alma daqueles que sobreviveram. Meu marido retornara das garras da morte, mas não como o homem que me amava.
Aemond estava ali, diante de mim, mas seu olhar era irreconhecível. Seu único olho violeta, outrora tão terno, agora era gélico como todo o Norte. Aemma estava inocentemente parada ao seu lado segurando uma boneca de tricot, olhando para o pai em expectativa, alheia à tempestade que se formava entre nós.
Se eu soubesse que iria ser recebida assim, não teria trazido minha filha para ver o pai.
Não fora por falta de aviso de minha família. Mas minha teimosia ganhou, eu nunca imaginaria que a situação estivesse tão séria desta forma.
- O que quer aqui? - ele rosnou, seu tom cheio de desdém.
Assim que entrei no quarto, minha primeira reação fora abraçá-lo, porém, assim que vi seu olhar em mim, estagnei. Aemma abraçara seu pai, mas ele mau encostou na pequena criança que não entendeu a atitude dele e ficou o encarando.
- Aemond... - murmurei, as palavras pesando como chumbo em minha língua. - Você está bem, meu amor? - falar ainda doía a garganta
- Amor? - ele riu debochado - Não me recordo de termos uma relação amorosa a ponto de trocarmos apelidos - ele declarou
- Aemond, o que aconteceu?
- Me diga você! - esbravejou e Aemma tomou um susto, correndo até mim. A peguei no colo e a pequena me apertou com força, claramente com medo do pai - Sei que é culpa sua eu quase ter morrido - gritou
- O que?
- Minha mãe me contou tudo - ele era ríspido é todo o meu corpo tremia - Minha mãe e meu avô.
- Eles estavam equivocados... Eles...
- Pare de chamá-los de mentirosos! - berrou mais e Aemma começou a chorar mais alto - E essa criança... Tire-a daqui - fez um gesto de desprezo em direção à nossa filha. - Ela me irrita!
Prendi a respiração me sentindo em um pesadelo.
Como poderia o amor que um dia ardia tão intensamente entre nós ter se transformado em cinzas tão amargas? O que havia acontecido?
Eu fora avisada de que seus ferimentos em sua cabeça haviam sido extremamente graves. Mas, não imaginava que isso mexeria com sua memória, o deixando confuso a ponto de desprezar a mim e Aemma.
Eu deveria ser paciente, mas era difícil. Olhá-lo e não reconhecê-lo era difícil.
- Não ouse falar assim da nossa filha - murmurei, minha voz tremendo de indignação. Eu tentava ser compreensiva, mas doía demais.
