Aniversário do Imperador.

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Capítulo 8.

Aquela era uma das noites mais iluminadas do ano, competindo com o festival da fogueira.

O palácio imperial estava lotado de figuras importantes de todo o continente. A música ecoava pelos corredores, enquanto servos corriam de um lado para o outro, fazendo questão de deixar tudo perfeito.

As joias reluziam à luz produzida pelos lustres, cores vivas e desenhos delicados eram estampados nos caros vestidos das madames, enquanto os homens se ocupavam em rir das piadas de mal gosto que contavam entre si.

Gulf observava tudo através de uma janela, do lado de fora do salão. Nem mesmo no aniversário de seu esposo, usando roupas pesadas ele se deu ao luxo de sair pela porta do quarto, mesmo ela estando destrancada – para o desespero dos seus servos de companhia, que foram arrumá-lo e o viram sair pela varanda.

— Majestade, precisa entrar — Bright falou — Precisam de sua presença para começar.

— Eu sei — Gulf respirou profundamente — Odeio estas festas. Os olhares são insuportáveis.

— É apenas por uma noite — Bright o tranquilizou.

— Ainda bem. Pois fugiria no meu cavalo ainda pela manhã se tivesse que tolerar isso por muito tempo — Declarou, ainda olhando para dentro do salão.

— Eu pensei que estavam brincando quando me disseram que você continua saindo pela janela.

Gulf sentiu toda a energia do seu corpo ser sugada só por ouvir aquela voz.

— E eu torcendo para conseguir evitar você pelo menos no começo da noite, Mew — Falou, olhando para ele.

Mew deu de ombros enquanto se aproximava. Ele estava com trajes dourados ricos em detalhes e de alta qualidade. A coroa em sua cabeça brilhava com a luz que vinha das janelas do salão.

— Nós devemos entrar juntos — Falou — É tradição.

— Então com estas tradições você se importa — Debochou.

— Você me disse para cumprir melhor os meus deveres, é o que estou tentando — Bufou, estendendo uma mão para ele — Vamos?

Gulf olhou para a mão estendida, então para Mew.

— Não sou tão fácil, querido marido — Falou, passando por ele — Nos vemos lá dentro.

Ainda no começo da noite, Gulf pensou seriamente em faltar àquela festa, apenas para se vingar, mas decidiu que não se rebaixaria ao nível de Mew. Pincipalmente com a sogra presente. Ele se dirigiu para a entrada, sendo acompanhado por seu guarda pessoal. Não esperou por Mew e entrou.

Assim que as portas foram abertas, a atenção do salão se voltou para ele. Toda a primeira fileira de pessoas se curvou para ele e, por onde passasse, mais se curvavam.

Gulf ainda estava se acostumando àquilo.

Encontrou seus servos de companhia espalhados pelo salão, pois alguns o procuravam e outros aproveitavam a festa. Caminhava entre os convidados, trocava apenas alguns breves cumprimentos, então seguia andando, pois não tinha ânimo para conversas longas com aquelas pessoas.

Observou Mew entrar acompanhado da mãe, sendo recebidos com profundas reverências de todos no salão, convidados, servos e músicos, em seguida, aplausos. Gulf foi o único que permaneceu indiferente, terminando sua taça de vinho sem pressa.

Gulf ficou extremamente satisfeito quando a atenção dos convidados se voltou inteiramente para Mew. Ele só queria aproveitar aquela festa para beber e comer; a comida era extremamente saborosa. Era o ponto principal de Gulf suportar aquela vida, a comida conseguia compensar.

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