A partida.

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Capítulo 21.

Os dias seguintes ao despertar do imperador Mew Suppasit foi uma correria.

Após a execução por enforcamento do Sr. Fames, os membros do conselho passaram a trabalhar cada vez mais rápido e de forma desesperada, entrando em contato com as famílias poderosas em busca de soldados, auxiliando na preparação de táticas de batalha e preparando suprimentos para a viagem até Mannulus.

Soldados chegavam até a capital todos os dias, sendo organizados nos alojamentos, alguns já estavam indo direto para Mannulus. Junto dos soldados vinham também refugiados da guerra, as hotelarias estavam lotadas.

Enquanto Mew tinha reuniões com o conselho para resolver os assuntos da guerra, Gulf ficou responsável por receber o povo, saber do que precisavam e ouvir suas queixas.

O casal não sabia dizer qual era mais estressante.

— Os poços de água estão quase vazios — Um comerciante reclamou.

— Não há camas suficientes para todos — Uma hoteleira falou.

— As carroças das plantações estão parando de chegar.

— Há famílias inteiras dormindo nas ruas.

Gulf tentava arrumar formas de prover para todos, mas a maioria dos recursos estavam sendo direcionados para os soldados e o acampamento do campo de batalha.

— Precisamos pedir suprimentos e não apenas soldados — Ele falou quando compareceu a uma das reuniões do conselho com o marido.

— Precisamos pegar um empréstimo com o banco liontári — Mew declarou, massageando a têmpora — Iremos comprar de reinos vizinhos.

— Formar uma aliança seria muito melhor, majestade — Uma conselheira falou.

— As melhores alianças são formadas com casamentos — Arlo comentou — Para isso, precisaríamos de um príncipe ou princesa.

Ele olhou de forma explicitamente acusatória para o imperado Genitor.

— Estamos em guerra — Mew falou — Uma situação de crise para o império, não devemos pensar em herdeiros agora. Pegaremos o empréstimo e compraremos mantimentos e soldados de reinos vizinhos.

— Majes-

— Essa é a decisão final! — Mew os calou rapidamente — Estão dispensados por hoje.

A sala foi esvaziando, restando apenas o casal imperial no local.

— Esta guerra está acabando com nossos cofres — Mew reclamou, recostando-se em sua cadeira — Estou fazendo de tudo para não precisarmos aumentar os impostos, mas ficaremos com um grande débito com o banco.

— Vai ficar tudo bem — Gulf confortou, segurando a mão de Mew — Vamos resolver um problema de cada vez.

Mew sorriu e concordou com a cabeça.

Aos poucos os dias se passaram, durando mais do que deveriam, pois o inverno havia chegado.

Nuvens cinzentas eram constantes no céu, o vento estava mais frio do que nunca e lagos já ostentavam finas camadas de gelo sobre a superfície.

Poucos flocos de neve já rodopiavam pelos jardins do palácio e além, dançando no ar como uma valsa de casais solitários. Não demoraria até que torrentes de gelo caíssem e pintassem toda a paisagem de branco.

Isso, é claro, não impediu que Gulf se sentasse em seu jardim privado para refletir sobre os turbulentos acontecimentos recentes. Aquela guerra estava tirando seu sono, pelo menos os pesadelos pararam de incomodá-lo.

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