Chegada fria.

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Capítulo 24.

Todos no palácio estavam comentando sobre o silêncio estranho do imperador Genitor. Ele havia reduzido seu número de frases de um dia para o outro, falava apenas o necessário com seus servos de companhia e só saía dos aposentos para o escritório.

A teoria que circulava era de que alguma coisa havia acontecido com algum familiar, já que sua mãe lhe enviara uma carta. Outra teoria era que ele estava preocupado demais com a falta de contato com o marido, o imperador, assim como todos os outros.

Porém, ninguém sabia o real motivo.

Certa vez, uma cozinheira disse:

— E se ele estiver grávido?

As outras cozinheiras pensaram, mas a ideia foi rapidamente derrubada.

— Não ouvi falar de que ele anda vomitando.

— O médico imperial teria sido chamado para confirmar se houvesse suspeitas.

— É mais fácil que ele esteja doente.

E a teoria foi esquecida.

Mesmo que estivesse certa.

Os sintomas de gravidez dos 'filhos do dragão' eram diferentes dos sintomas sentidos por mulheres. O frio constante era o principal, pois seu corpo exigia o calor do fogo que somente um dragão possuía, mas poucos sabiam disso.

A mudança na alimentação era algo que tinham em comum, mas 'filhos do dragão' não pediam por comidas estranhas, apenas carne. Seu consumo de carne era essencial.

Gulf sabia de tudo aquilo, mas não havia prestado atenção nos próprios sintomas, pois sua mente estava ocupada com a guerra, seus deveres imperiais e por notícias de Mew.Agora, além de tudo aquilo, havia a ameaça de sua mãe. Não sabia quando ela chegaria, mas temia que o fizesse antes que Mew retornasse, poderia nunca mais vê-lo novamente.

Já havia decidido desde o começo que contaria a verdade para ele, mas era uma conversa que precisava ser feita pessoalmente, olhar nos olhos dele enquanto falava. Temia que não teria esta oportunidade.

Pensava seriamente em enviar uma carta para ele, mas Nyctea não havia voltado desde que enviara uma carta para ele há 4 dias. Sem ela, não confiava em enviar uma carta por alguma pessoa.

Lágrimas banharam seu rosto novamente.

Com aquilo percebeu o quanto estava emotivo naqueles últimos tempos e não havia notado, ele sorriu com suavidade em meio às lágrimas e acariciou sua barriga.

— Você, meu bebê, não poderia ter esperado só mais um pouco — Riu levemente — Estão acontecendo tantas coisas agora.

Gulf temia perder seu filho, sabia que só de estar com ele em seu ventre já era um milagre, mas os anos acreditando que era incapaz de gerar uma criança o deixavam temeroso. Tinha receio de que seu corpo realmente era infértil e não suportaria seu bebê.

— Só quero que você seja saudável — Disse, abraçando a própria barriga.

Ele foi interrompido com batidas na porta de seu quarto, imediatamente vestiu um roupão. Havia levantado tarde, como de costume, e a primeira coisa que fez foi correr até seu espelho e verificar a marca em sua barriga, apenas para garanti de que não estava sonhando na noite passada. Foi confirmado com a marca do ovo ainda lá, inalterada.

— Quem é? — Perguntou para a porta.

— Bright, majestade — O guarda falou, sua voz abafada do outro lado.

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