Querido Marido.

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Capítulo 3.

Gulf não fazia ideia de onde estava. Quando adentrou a porta indicada pelo jardineiro, saiu em um quarto com diversos materiais de jardinagem e arrumação, uma mistura de vassouras e foices.

A partir dali, seguiu perdido entre corredores longos com portas únicas e pequenas. Naquele instante, adentrou mais uma porta e saiu na biblioteca do palácio. Ela parecia interminável; havia estantes para todos os lados, formando extensos corredores e então uma escada que levava para o andar superior, com mais estantes, todas recheadas de livros.

Gulf observou o local perplexo, nunca se considerou um leitor ávido, mas deveria admitir que aquela biblioteca era de tirar o fôlego de qualquer um. Não imaginava que poderiam existir tantos livros em um só lugar.

Ele caminhou um pouco entre as prateleiras, observava os títulos nas capas dos livros, a maioria eram de grandes historiadores e pessoas do passado, mas encontrou uma estante, quase no final da biblioteca e um pouco escondida, onde havia livros de fantasia e romance; histórias fictícias de reinos distantes que nunca ouvira falar e vinham direto da mente brilhante de um autor não muito conhecido.

Gulf pegou um daqueles livros e abriu, olhando apenas o começo, pretendia folheá-lo, mas uma coisa chamou sua atenção. Se tratava de um livro de romance, mas, logo no começo, próximo ao nome do autor, tinha escrito o dono daquele livro: M.S.W.

— Não é possível — Gulf exclamou — Aquele brutamontes nunca leria um livro de romance.

Gulf reconhecia aquela letra da carta que leu a caminho do casamento e a sigla deixava claro quem detinha aquele livro. Mas julgava impossível que alguém grosso e frio como Mew Suppasit Whetura lesse um livro sobre romance.

Indignado, Gulf colocou o livro de volta no lugar e seguiu para a saída da biblioteca, mas ele logo notou outra coisa. Havia outra entrada para o cômodo, portas duplas de madeira polida do outro lado por onde viera. Este tempo todo, vinha usando o acesso dos empregados, por isso ficou tão confuso.

Para não serem vistos carregando as coisas e atrapalhando a passagem de seus senhores, os palácios eram construídos com o chamado "caminhos dos servos", que era um conjunto de corredores dentro das paredes, por onde eles se locomoviam por todo o castelo sem serem vistos. Corredores longos com portas pequenas por onde eles entravam nos cômodos para limpá-los e saírem sem serem notados.

— Isso explica porque não conseguia me encontrar — Ele racionou, então seguiu para as portas duplas, saindo para um corredor, este, dessa vez, era espaçoso e com incontáveis decorações nas paredes.

Gulf notou a clara diferença do corredor do palácio para o dos servos; haviam pinturas nas paredes de grandes líderes da família imperial, juntamente com decorações caras e importadas, assim como enormes janelas com cortinas de tecidos caros.

Gulf caminhou sem pressa, admirando os meticulosos detalhes das paredes. O palácio era imenso, com uma decoração meticulosa em cada canto, seja no piso ou no encontro entre a parede e o teto. Os detalhes ornamentados pareciam ter levado décadas para serem feitos, o que dava mais elegância e significado à residência da família imperial.

— Vossa majestade imperial! — Uma serva exclamou, fazendo uma profunda reverência quando reconheceu o homem no corredor — Que surpresa o encontrar.

— Estou conhecendo o lugar — Gulf respondeu brevemente.

— Sim, mas está sozinho. É responsabilidade de seus servos de companhia cuidarem de suas necessidades e não o deixar sozinho desta forma, por favor, perdoe o descuido.

Lugar de Imperador.Onde histórias criam vida. Descubra agora