Capítulo 2.
Se a cerimônia de casamento foi entediante, nada se comparava ao que vinha depois. Ficar sentado por horas no trono ao lado do marido enquanto a fila interminável de convidados deixavam presentes aos pés do casal não era nada agradável.
Gulf já estava com dor nas costas por segurar a postura por longas horas, sorria com suavidade, se não já estaria com as bochechas doendo também.
— Um colar feito de diamantes para nossa nova imperatriz — Um lorde disse, abrindo uma caixa de madeira ornamentada com a joia dentro.
Gulf já estava cansado de ouvir usarem o termo feminino com ele, era extremamente irritante, mas como o próprio imperador não dizia nada, ele também não falava.
— Obrigado, senhor — Agradeceu brevemente.
Desde o casamento que não trocava palavras com Mew, nem se esforçava também, estava ocupado demais fingindo estar adorando toda aquela situação.
Tal longa e tediosa premiação durou até o anoitecer. Quando finalmente o último entregou seu presente – tecidos importados de cores vibrantes – Gulf respirou aliviado, podendo ouvir um suspirou de Mew também.
Antes que pudesse tentar puxar algum assunto, um servo de companhia se colocou de frente para o altar dos tronos.
— Vossas majestades imperiais — Cumprimentou, fazendo uma profunda reverência — Já anoiteceu, os convidados vos aguardam para dar início ao baile com uma valsa.
O salão estava cheio de pessoas que os encaravam com expectativa. Gulf passou o dia diante daqueles olhares e expressões julgadoras, mas ainda era capaz de sentir um calafrio quando os encarava de volta. Estava sendo observado e não poderia fazer nada a respeito.
Mew ficou de pé, sua pose rígida e imponente, como um imperador deveria ter. Ele estendeu a mão para seu esposo, sem desviar o olhar da multidão, como se, assim como eles o observavam, Mew observava de volta, com muito mais intensidade.
Gulf engoliu em seco e aceitou a mão oferecida, mas precisou se esforçar para ficar de pé. Suas pernas estavam um pouco dormente pelo longo tempo paradas, por isso, se não estivesse segurando a mão de Mew, é possível que tivesse caído, mas ele o segurou com força, mantendo-o estável.
Juntos, os dois caminharam até o centro do salão, descendo os degraus do trono e atravessando pela multidão de ricos esnobes, que abriam caminho para que passassem, se curvando no processo.
O casal parou e virou de frente um para o outro, mas sem realmente enxergar a pessoa diante de si.
Para Mew, era tudo extremamente profissional. Seu corpo tinha uma pose perfeita para dança, como se fosse apenas um instrutor. Suas mãos eram firmes e posicionadas corretamente, nem um centímetro a mais abaixo da coluna de seu parceiro.
Enquanto Gulf estava nervoso. Era o único sentimento que teve durante todo o dia. Sentia-se tremer ao lembrar que todos olhavam para ele, qualquer mísero erro e o mundo inteiro notaria. Seu corpo começava a suar e bastava olhar para o lado que conseguiria enxergar alguém o encarando.
— Olhe para mim — Mew falou, atraindo a atenção de seu esposo — Não olhe para eles. Apenas para mim.
Assim Gulf fez.
Os olhos de Mew eram castanhos escuros, como grãos de café, e profundos, como se guardassem segredos que ninguém nunca teve ou teria acesso.
Quando a música começou, eles já estavam em posição. Os passos do casal imperial acompanhavam as notas que ecoavam pelo salão, em uma dança tradicional e coreografada, que todos sabiam e deveriam dançar.
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Lugar de Imperador.
Fiksi PenggemarO imperador Mew Suppasit iria finalmente se casar com um homem especial, capaz de gerar filhos. Seria o maior casamento do reino. Isso, é claro, se o noivo, Type, não tivesse fugido um dia antes da cerimônia, restando para seu irmão gêmeo, Gulf, ass...