Algo para fazer.

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Capítulo 4.

Quando Mew acordou no dia seguinte, estranhou que seu mordomo não estivesse ao seu lado, assim como não havia servos à disposição no quarto. Confuso e um pouco raivoso, o imperador ficou de pé. Aquilo com certeza seria questionado, pois poderia atrasá-lo em seus afazeres pela falta de organização.

Ele caminhou até a porta, sem se importar em vestir algo mais apropriado, colocando apenas um robe para cobrir seu torço, tendo em fato que dormia apenas com uma calça folgada todas as noites. Porém, quando ele alcançou a porta, a mesma estava trancada.

— Mas o que? — Exclamou — Qual o significado disto? — Ele bateu contra a porta, sabendo que um guarda deveria estar do lado de fora.

— Bom dia, imperador.

Mew reconheceu aquela voz e o tom risonho da pessoa.

— Type! — Ele socou a porta — O que pensa que está fazendo?

— Não fique tão chateado, querido marido — Gulf riu, girando a chave da porta entre os dedos — Estou apenas retribuindo o mesmo tratamento que recebi — Escutou Mew grunhir de raiva do lado de dentro — É chato, não é?

— Abra esta porta! — Mew ordenou — Quem pensa que é?

— O imperador genitor, seu marido — Gulf deu de ombros, mesmo sabendo que o outro não podia ver, um sorriso satisfeito desenhava seus lábios.

— Você está agindo de forma infantil. Sabe a quantidade de coisas que tenho que fazer apenas nesta manhã? — Mew se encontrava claramente estressado — Isso é extremamente importuno da sua parte.

— Tenho certeza de que Solaris consegue sobreviver sem você por uma manhã.

— MANHÃ?! Planeja me manter preso aqui durante toda a manhã? Nada disso!

Gulf não respondeu, apenas se sentou contra a porta e brincou com a chave do quarto.

— GUARDAS! — Mew gritou.

— Eu os dispensei — Gulf sorriu novamente — Disse que você estaria ocupado por algum tempo.

— O quer dizer com- — Mew parou no meio da frase e grunhiu novamente — Você é impossível, extremamente irritante.

— Esqueceu "mal-educado".

Mew bufou novamente e, sem ter como escapar, decidiu se vestir propriamente, mesmo que sozinho. Era um pouco difícil colocar algumas fivelas sem auxílio de seus servos, mas ele se virou. Quando estava pronto, tentou abrir a porta novamente, mas permanecia trancada.

— Ainda estou aqui — Gulf falou, notando o movimento da maçaneta.

— Percebi — Mew resmungou, puxando uma cadeira para sentar-se perto da porta — Eu terei café da manhã ou morrerei de fome?

— Não. Assim como eu — Gulf deu de ombros — Como no nosso casamento, nós dois estamos presos aqui, sem comida.

— Por que vai ficar aí se poderia ir comer? — Mew cruzou os braços, mas realmente estava curioso.

— Estou dispensando os guardas e os empregados de abrirem a porta — Gulf riu — Você é uma pessoa requisitada e seu sumiço não demora em ser notado.

— É claro, sou a pessoa mais importante deste país. O imperador.

Gulf revirou os olhos. Mesmo com pouco tempo de convivência, já havia observado que Mew tinha uma autoconfiança e um ego extremamente inflado.

— Não foi você quem escreveu aquelas cartas, não é? — Perguntou.

— Que cartas?

— As que são enviadas durante o cortejo — Gulf lembrou, embora já imaginasse a resposta — Juras de amor, presentes?

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