Recomeço

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Como prometido, posto um capítulo agradável!


Boa leitura!!!

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1 mês depois.....

Maya POV

Cheguei em casa bem cedo, depois de um mais um plantão de noturno na Estação. Estava um pouco cansada mas o cheiro de lar, que sempre me invadia toda vez que entrava no apartamento, me renovava e trazia conforto. Não sei o que a Carina fazia, para deixá-lo desse jeito, mas era simplesmente diferente de tudo o que já tinha sentido até então. Não sabia explicar, mas toda vez que entrava, por aquela porta, me sentia em casa. 

Fazia mais de 3 meses que tinha conseguido retornar ao trabalho, mas ainda não me tinham me tirado do serviço administrativo e isso estava começando me incomodar. Aceitar, uma palavra que invadiu minha vida nos últimos tempos, não estava mais sendo o suficiente. Eu me sentia desvalorizada e considerava que minha força de trabalho estava sendo pessimamente empregada. Atender telefonemas e organizar papéis era um serviço de novatos, tinha aceitado assim que fui reconduzida ao serviço, mas o tempo estava passando e minha paciência com aquela droga toda acabando.

Apesar das coisas estarem bem ruins no trabalho, em casa tudo não podia ser melhor. Esse mês que passei com Carina, certamente, foi um dos melhores da minha vida. Ela era doce, paciente, engraçada, inteligente e sexy, tudo na mesma pessoa e tudo ao mesmo tempo. Tudo bem que em algumas ocasiões seus hormônios se exacerbavam e ela reagia às coisas de forma expansiva, para o lado bom mas também para o lado ruim, mas eu tinha aprendido de forma muito rápida a contornar esses pequenos acontecimentos e a recompensa era quase imediata. Eu meio que gostava desse tipo de interação.

Com a Carina as coisas eram diferentes, ela sempre me falava coisas doces e sérias ao mesmo tempo, o tipo de coisa que faz sentido mas a gente normalmente não consegue enxergar de pronto. Quantas vezes me peguei pensando por dias a fio sobre um comentário que ela teve a sabedoria de fazer no momento certo. Era realmente impossível não me apaixonar mais por ela a cada dia que passava. 

É claro que ela ainda me intimidava em alguns momentos, ela era linda, exalava confiança e sempre esbanjava sua inteligência. Eu realmente tinha a sorte grande de poder compartilhar a vida com ela, e por isso, para me auto tranquilizar nesses momentos de insegurança eu sempre me lembrava que ela estava comigo, ela queria realmente estar comigo e demonstrava com atitudes  que queria. Eu não poderia pedir mais nada.

Este momento da minha vida estava sendo muito mais tranquilo e agradável do que eu poderia imaginar. Por isso, estava muito feliz e não conseguia, e nem fazia questão de esconder isso de ninguém. Depois de tanto tempo e de tudo que passamos, Carina me aceitou de volta e era gratificante de ver onde chegamos. Nosso filho crescia de forma saudável em sua barriga, ela me amava. Da minha parte eu só poderia retribuir fazendo o que estivesse ao meu alcance para tornar sua vida melhor, já que ela fazia o mesmo comigo.

Os assuntos do trabalho nem sempre eram ditos em casa, comecei a ter o hábito de deixar os problemas para fora do apartamento. Filtrava o máximo que conseguia do meu descontentamento com minha nova realidade no serviço administrativo, é claro que algumas vezes escapava algo, mas logo dissipava o assunto e focava no que realmente era importante. Assim todas as vezes que estávamos juntas nos envolvíamos em nós mesmas e na nossa pequena grande bolha de calma, cuidado e amor.

Muitas vezes ainda era confuso para mim, se ver dentro de uma relação tão complexa quanto um casamento, mas, sinceramente, estava pouco me importando com isso e não me demorava muito nesses pensamentos nem me prendia a rótulos ou estereótipos que tinha formado na minha cabeça.  O que realmente tinha significado era a forma que eu era tratada e todo o cuidado dispensado a mim. Para retribuir tudo que recebia eu apenas copiava alguns comportamentos e em outros seguia o meu instinto de agradar.

Maya e Carina - Depois do acidenteOnde histórias criam vida. Descubra agora