Alta

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Maya POV

Carina me pediu para deitar ao meu lado, como recusar? Eu também queria deitar perto dela. O beijo que ela tinha me dado mais cedo ainda estava vivo circulando os meus pensamentos. Logo depois que concordei ne ajeitei na cama dando espaço para ela deitar do meu lado. A forma que ela se ajeitou no meu corpo foi muito natural, como se estivéssemos acostumadas a fazer isso. Acho que estávamos, só que eu era a única que não lembrava. Ela foi se acomodando lentamente, depois nos cobriu com a manta da cama e deitou a cabeça no meu peito, terminando de ajeitar seu corpo no meu. Eu passei o braço sem o acesso por volta dela e fiquei muito próxima aos seus cabelos, que cheiro incrível, um cheiro de shampoo muito refrescante... Poderia me acostumar com isso, acho que poderia. Tenho quase certeza que poderia.


Carina POV

Acordei no meio da madrugada, realmente tinha adormecido do lado dela. Pensei em sair e ir para o sofá, mas ela não parecia se incomodar, dormia tranquilamente. Apenas me ajeitei e me aproximei ainda mais de seu corpo. Só de pensar que estive quase a pondo de perde-la, me dá um gelo no coração. Fiquei acordada pensando no filho que carregava em minha barriga, estava se desenvolvendo e a outra mãe dele nem tinha ideia de que tinha um filho. Nem sabia se queria um filho na verdade.

 Tinha passado o dia de forma tranquila, muitos acontecimentos que não pensei muito sobre esse assunto. Agora, no silêncio da madrugada minha mente fervilhava. Como eu iria resolver essa situação. Precisava pensar.

Comecei a lembrar como foi a reação da Maya da primeira vez que falei em filhos, seria importante para saber o que fazer e o que não fazer novamente. Tinha que acreditar que tinha essa vantagem e a usaria na melhor das intenções para tentar causar o menor estrago possível. Não iria errar duas vezes fazendo coisas, que não deram certo, de forma repetida. Tinha que usar minha experiência a meu favor, na verdade a favor da nossa família.

Lembro que contei para Maya que queria ter filhos no mesmo dia que ela me pediu em casamento. Estava partindo para Itália e tivemos essa conversa horas antes do meu embarque. Em resumo, ela queria casar e eu não. Eu queria filhos mesmo sem casamento, já que na instituição casamento, ela não queria filhos de jeito nenhum.... Deixamos esse assunto passar. Depois de nos casarmos comecei falar sobre isso de tempos em tempos, dizia para ela que era um sonho ser mãe, gerar um ser, que era realmente importante para mim.... Todas as vezes que toquei no assunto, antes de decidirmos de fato gerar essa criança, a reação dela foi a pior possível. 

Em determinado dia, lembro que depois de um ano de casadas, conversamos sobre isso durante o sexo, segundo Maya. Tenho certeza que não estávamos transando no momento, apenas tendo momentos de intimidade na cama como qualquer casal. Trocas de beijos abraços... achei que seria um bom momento introduzir esse assunto, estávamos tão bem... Resumindo: não foi uma boa ideia da minha parte. Ela não me respondeu, apenas aproveitou o momento e conseguiu me dissuadir na cama, acabei não resistindo. Aí sim fizemos sexo. Não posso reclamar, lembro daquela noite, de todos os nossos movimentos até cairmos com nossos corpos exaustos na cama, sentindo pequenos espasmos em nossos corpos. O problema aconteceu na manhã seguinte, quando durante o café da manhã comentei novamente.


Flashback on

- Maya, podemos falar sobre aquele assunto.  - disse ao servir uma xícara de café e me sentar a mesa com ela

- Agora não Carina, qual é... acabamos de acordar,- disse ao olhar o relógio - temos que sair em 20 minutos.

- Maya, - fiz uma pausa - eu entendo que é um assunto delicado para você, mas você sabe da minha vontade de ser mãe antes mesmo de casarmos, sabe que é importante para mim.

Maya e Carina - Depois do acidenteOnde histórias criam vida. Descubra agora