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Nesse capítulo vamos aprofundar alguns fatos vida da Maya, nesses 2 meses que ela ficou afastada da Carina.

Coloquei bastante coisa, está pesado, mas é necessário para entender todos os acontecimentos e como ela chegou no ponto que se encontra no dia da conversa com Carina.

Não se esqueçam de curtir e comentar, eu sempre aproveito alguma coisa dos comentários!

Boa leitura!

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Maya POV

Nesses dois meses última vez que vi Carina foi quando me encontrei com ela no dia do exame. A presença daquela mulher  a acompanhando tirou toda a minha razão, no momento, e eu simplesmente surtei. Agi com irracionalidade e depois de ter feito o que fiz e ouvido o que ouvi não me sobrava muita coisa, tinha que deixar Carina em paz, era o que ela estava me pedindo.

Ouvir que ela estava me liberando não foi libertador, como ela disse, muito pelo contrário. O efeito que teve em mim foi devastador, me afundei em uma escuridão por dias até que consegui ver uma luz no fim do caminho. Eu precisava melhorar para retornar a última coisa que podia conquistar no momento, o meu trabalho.

Então, eu retornei para as sessões de terapia e com a ajuda da terapeuta fui entendendo meu medo e infelizmente aceitando o resultado das minhas ações. Medo de falhar, medo de decepcionar, medo de não conseguir atingir minhas metas que criava em minha cabeça. Pude aos poucos perceber que todos esses receios estavam apenas dentro de mim, ninguém estava me cobrando nada e eu não devia nada a ninguém. Era como se eu tivesse que me cobrar duramente por algo que nem existia no mundo real.

Aceitei não me culpar tanto por tudo que tinha acontecido entre mim e Carina, eu não estava pronta, não estava madura para um casamento e não conseguia me ver nas engrenagens de uma relação tão complexa e que exige tanto. Agora precisava aceitar o resultado das minha ações.

Fora das sessões eu pude perceber que precisava dela, na verdade ela tinha sido uma das melhores coisas que tinham acontecido. Cada momento ao seu lado era diferente, ela fazia ser diferente. Até um simples assistir filmes com ela era diferente e eu sentia saudade de tudo isso.

Nem um dia se passou sem que eu sentisse a sua falta, mas não sabia nomear o que estava sentindo. Tinha certeza que não era puramente atração, pois isso eu já tinha sentido aos montes. Com Carina era algo a mais, com toda certeza era algo a mais, mas não tinha certeza que a palavra certa era amor. Eu sabia que amava meus pais e amava meu irmão, sendo que apenas para ele eu tive a coragem de proferir tais palavras.

Não era tão fácil assim, concluir o que um sentimento significa. Muito mais difícil era falar para outra pessoa que eu a amava. Como poderia amar alguém que conhecia a tão pouco tempo? Mesmo que soubesse que tínhamos uma história, eu não lembrava de nada dela. Não poderia simplesmente tirar da minha boca um "eu te amo" para ela apenas para ela concordar em não desistir de mim. Logo nas primeiras sessões de terapia, ficou bem claro para mim que eu deveria ser honesta com meus sentimentos e eu me agarrei a isso.

Mesmo sem conseguir falar essa frase ou mesmo nomear o que eu estava sentindo, sabia que tinha alguma coisa diferente. Eu sentia falta de tudo nela e lembrava constantemente de todos os nossos momentos: os cuidados que ela teve comigo no hospital, depois em casa, a forma carinhosa que ela falou comigo na grande maioria das vezes, seu sotaque, sorriso, seu cheiro, sua comida, seu corpo, seu sexo.  

Infelizmente eu tinha perdido a Carina, mas tinha que fazer algo a respeito do meu filho ou filha que ela carregava no ventre. Não queria atormentar a mulher que eu já tinha feito sofrer antes, até tentaria reconquistá-la mas não achava justo pois alguma coisa poderia dar errado errado e ela sofreria outra vez, mas o filho que ela estava gerando na barriga eu queria cuidar também, eu tinha esse direito e ele também tinha. Queria que ele soubesse que tem outra mãe que se preocupa com ele.

Maya e Carina - Depois do acidenteOnde histórias criam vida. Descubra agora