Christoffer
Ele demorou um pouco para perceber que as palavras dela eram pra ele, mas quando o cheiro de medo, dor, angústia, tristeza, desespero e além de tudo, um ódio mortal chegou ao seu nariz ele só quis abraça-la e dizer que nunca ia machuca-la ou feri-la, que não tinha que se preocupar ou ter medo dele, ignorou completamente o cheiro de ódio que vinha dela só queria acalma-la, mostrar que não era perigoso ou qualquer coisa do tipo.
Mas a verdade era que ele não sabia, se a convenceria de tal coisa, porque ele seguiu ela como um louco, e nem sabia explicar o porquê ou o motivo de se aproximar assim, não era seu estilo, ele não assustava fêmeas, o pior que a verdade era que só queria continuar sentindo o cheiro dela e ouvir a voz suave que ela tinha, o que não ajudava nada em deixar as coisas menos complicadas, e não lhe fazer parecer um louco.
Não viu opção e fez o mais plausível no momento ele se afasta devagar dando dois passos para trás e levantando as mãos, para o alto.
_ Não vou fazer nada, desculpe.
_ Por que ?
_O que ?
_ Por que pediu desculpa ?
_ Eu agi errado, igual um maluco, então estou pedindo desculpa.
_ Realmente se importa, por ter me incomodado ?
_ Sim .
Christoffer observou ela ficar em silêncio, e depois se afastar dele com cautela, caminhar até os livros da biblioteca do templo, ela a olhou e sentiu a curiosidade tomar conta dele novamente, não via muito as párias, mas ela não parecia igual as outras.
_ É uma pária? Não sabia que tinha alguma aqui, achei que ficavam dentro do templo.
_ Não sempre.
_ Não ?
_Não, as vezes temos deveres fora, como limpar a fonte que estava pegando água._ Era para o ritual de purificação.
_ O que ?
Christoffer viu ela virando a cabeça para olhar pra ele, agora ela estava curiosa e isso era bom para manter a conversa.
_ Não sabe sobre o ritual?
_ Não.
_ Você não é vampira né ?
_ Não.
Ela se sentou em uma das cadeiras, pegando o livro para ler, como se tivesse dando a conversa por encerrada, e aquilo fosse o suficiente para ela, um simples troca de meias palavras demais de uma perseguição que não era programada ou intencional.
_ Qual é seu nome ?
_ Para que quer saber ?
_ Não sei, mas te disse o meu .
Christoffer não teve resposta, certo estava ficando irritante, ela obviamente não queria se comunicar com ele, se fosse em outra ocasião já teria perdido a paciência, mas queria continuar, queria saber mais sobre essa fêmea, queria continuar ouvindo ela e sentindo seu cheiro .... Que merda ele estava pensando? Se a fêmea o ignorou ia embora e foda-se, não ia ficar ali implorando uma simples resposta, cadê o orgulho dele ? Se virou indo pegar o resto da água e ir para casa, tinha que entregar logo aquilo para Chen e ainda tinha que ver o ritual da lua, andou um pouco saindo da biblioteca, mas ele ouviu a voz dela perfeitamente mesmo um pouco distante e sorriu .
_ Sou Etria.
Etria, era um nome bonito, antigo também, na verdade muito antigo, provavelmente já tinha se perdido ao longo dos séculos, mas gostou dele, se viu repetindo o nome quase saboreando as sílabas.

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Toque-me
ChickLitEm um mundo onde os humanos e vampiros vivem em sociedade e ao mesmo tempo escondidos, uma praga de sangue assola ambas das comunidades colocando em perigo toda paz e existência. Enquanto os vampiros lutam para exterminar tal praga com seus guerreir...