Capítulo 18

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Etria

Desde que Christoffer invadiu seu quarto, ele nunca mais me procurou, ele parecia ter sumido completamente mesmo nos dois morando juntos no mesmo local, talvez pudesse vê-lo nas refeições, mas não costumava fazê-la com os outros vampiros, quando finalmente decidiu ir para sala de jantar porque simplesmente não aguentava mais não ver Christoffer, mesmo sabendo que tinha feito isso para o bem dos dois.

Chegando na sala de jantar viu todos conversando alegremente, assim que a viram ficaram em silêncio, o único que sorriu foi Gião, mas seus olhos estavam em outra figura, ela o procurou desesperada por baixo do véu, finalmente o encontrando no final da mesa quieto, por um segundo seus olhos se encontraram, no entanto Christoffer abaixou os mesmos, ela viu ele cerrar o maxilar e depois se levantar, segurou a vontade de ir até ele, e o observou, ele não estava como antes, parecia mais magro e abatido, era óbvio até pela forma lenta que andava, suas roupas também estavam largas e tinha olheiras, se isso fosse possível, olhar seu estado fazia ela se sentir um monstro, e sentir uma dor enorme no peito.

Ela sabia o motivo, Gião contou para ela que quando Christoffer não estava trabalhando estava na academia, que  certa vez o viu correr até vomitar, queria falar com ele, mas ele não deixava ninguém se aproximar dele estava fechado no seu próprio lugar.

Isso a machucava muito, tanto que um dia perdeu o controle da própria magia, fazendo a casa inteira tremer e infelizmente gerando dor em todos no local, agora ela tinha trabalhar seus traumas com uma terapeuta vampira que descobriu ser amável e educada, na verdade com o tempo vivendo entre os vampiros descobriu muito sobre todos, e suas histórias, tinham muito em comum com a dela, aprendeu a que eles eram boas pessoas ou vampiros, não tinha como odiá-los e não tinha o porquê eles não eram como antes, eles nem sabiam o que aconteceu com ela.

No entanto tinha outro problema, mesmo sabendo que eles eram bons nesse outros 6 meses que ficou com eles, não havia como voltar a atrás com relação a Christoffer, ela havia o machucado tanto que não sabia o que fazer, e simplesmente não podia fazer nada ou não deveria, seria melhor principalmente porque ela era amaldiçoada, mas  não conseguiu parar de pensar em como ele pareceu sofrer ao lhe dizer adeus, em como seus lindos olhos negros pareciam feridos e em como ele parecia abatido.

Estava no quarto treinando a própria magia,algo cansativo e desgastante, quando ouviu alguém bater na porta, seu coração pulou no peito, com a possibilidade de ser Christoffer, correu colocando o véu e abriu a porta com rapidez, dando de cara com Gião, ele sorri para ela, não podia evitar ficar decepcionada, mas deu espaço para seu amigo entrar, antes que pudesse entrar, ela escuta um estrondo e Christoffer sai de algum lugar, ele xingava, enquanto tinha as pressas a mostrar, até rosnando enquanto tinha uma espécie de fone no ouvido, Gião olhava para cena, com um sorriso, mas ela olhou preocupada.

__Escute aqui seu humano de merda! Acha que pode me ameaçar ? Vocês só são uma subespécie mal desenvolvida, que não sabem lidar com o próprio rabo! Acho que ligo para suas bombinhas ou para sua inteligência que de inteligente não tem porra nenhuma!! Eu posso acabar com vocês quando quiser, se tiver vontade entro nessa sua casinha e acabo com tudo então não se ache importante !!!

Etria nunca tinha visto ele dessa forma, parecia um líder, mas também um assassino feroz, era imponente e assustador, mas tinha algo mais, parecia conforme ele ficava irritado algo irradiava dele, Etria olhou com bastante atenção e ficou surpresa a perceber que era magia, mas vampiros não podiam usar magia, somente os descendentes e as pessoas abençoada pela  deusa da lua e da noite podiam ou seja as feiticeira e bruxas, os vampiros eram criados pelo Deus vampiro não tinham magia no sangue, ela olhou para Gião que estava em silêncio.

Christoffer volta para o corredor de onde saiu e ela escuta outro baque, provavelmente fechou a porta.

__ Gião?
__ Oi morceguinho.
__ Pode parecer estranho, mas quando olhei para Christoffer eu vi magia emanando do seu corpo, sei que é impossível...
__ Não é não.
__ O que!

Ela arregalou os olhos, mesmo ele não vendo, mas ele parece ter reparado o choque na sua voz.

__ Normalmente os vampiros não podem usar magia, mas a família real pode.
__ Como assim?!
__ Segundo as histórias, o pai de Christoffer era filho do próprio Deus vampiro, criado com poderes divinos basicamente um deus, ele foi o primeiro e foi o responsável por guiar a espécie, e a mãe do Christoffer e filha da deusa da lua e da noite, basicamente a mesma coisa que o pai dele, uma deusa, os dois foram responsáveis por guiar ambas as raças, você é uma feiticeira deve saber sobre isso também.

Ela sabia, todas as feiticeira conheciam a deusa e a primeira feiticeira da lua, ele não imaginaria que seria a mãe do Christoffer.

__ Ninguém sabe ao certo, mas o primeiro vampiro e a primeira feiticeira se conheceram e tiveram um filho o Christoffer, parece que por ambos serem deuses ele tem habilidade de usar magia e ser um vampiro, claro que raramente ele faz isso, longa história, mas tem nos livros da biblioteca se tiver curiosidade.

Ele diz isso rindo e lhe dando um tchau depois de avisar que o café da manhã estava pronto, ela  não conseguiu dormir, tinha muita coisa para pensar, saiu do quarto, era cerca de duas horas da tarde a mansão estava toda dormindo naquele momento, aproveitou para se esgueirar  até a biblioteca, mas estava com fome, então primeiro foi a cozinha no freezer industrial de sorvete, era incrível como aquele lugar tinha tudo, deixou a porta entre aberta e se arrependeu de está só de camisola ali, tinha colocado as luvas mas só isso, sua camisola era de mangas longas e fechada até o pescoço .

Procurou entre os potes algum sabor interessante, achou menta. Sempre havia gostado da planta costuma mascar ela as vezes, ia ser ele.

_ Menta com pedaços de chocolate...

Leu o rótulo, chocolate,  tinha comido,poucas vezes, quando Christoffer levava para ela e simplesmente adorava, pegou o pote olhando  o mesmo e lembrando dele e de como sentia sua falta, quando a voz bem familiar a assustou fazendo derrubar tudo e espalhar sorvete por todos os lados .

_ Esse sorvete é meu .
_ Christoffer !
_ Já pedi para não me chamar assim.

Etria olha ele se abaixar e pegar o pote, parecia mais lento, mesmo assim parecia letal, e como sentia falta dele .

_ Eu não quero te chamar de outra coisa.

Ele levantou colocando o pote em uma prateleira e a encarou, parecia sofrer em fazer isso, ela só queria se desculpar igual louca e dizer o quanto era imbecil, mas simplesmente travou com o olhar dele.

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