Capítulo 4

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ETRIA

Ela ainda não conseguia raciocinar bem, não depois do que aconteceu. Aquele vampiro surgiu do nada, a perseguiu e quando achou que tudo estava perdido e teria que lutar…. Nada, ele pediu desculpa, não fazia sentido, nunca tinha acontecido antes e nunca tinha tido misericórdia dela.

_ Impossível. 

Não poderia, os vampiros sempre foram bárbaros e cruéis, pegavam o que queriam, tomavam o que desejavam, sempre foi assim, ela acompanhou suas barbaridades,  mas Christoffer não foi assim,  ele era alto, atlético e provavelmente muito forte, mas fora gentil, apesar de ter visto interesse em seus olhos… olhos tão negros que combinavam perfeitamente com os cabelos da mesma cor,  as faces angulares e duras, um olhar misterioso ele era muito bonito de jeito letal.

_ O que estou pensando ? 

Vampiros eram seres terríveis e lhe fizeram conhecer o inferno, não poderia simplesmente dizer que um deles era belo de alguma forma, ela não poderia achar isso.

  _ Até porquê não acho . 

Ou achava ? Não! Impossível, tinha visto o macho em questão somente uma vez, e provavelmente nunca mais o veria. Estranhamente esse pensamento a deixou triste. 

_ Ah pelo amor de Deus Etria, você realmente espera ver ele de novo ? Vai dizer o que ?. Oi sou Etria, odeio sua espécie porque me mataram várias vezes, a propósito sou amaldiçoada com um feromônio que me faz ser intocável por vampiros, mas te achei muito bonito , se quiser sabe, me conhecer sem toques, e sem nunca ver meu rosto, há e também sou alguém que te odeia por ser o que nasceu ,estou  aqui . 

Espera ela disse conhecer? E rever  ? ,Ok….. Chega isso foi demais, precisava se lembrar que não podia se aproximar dessa raça, precisava lembrar o que acontece quando abaixa a guarda uma única vez, as lembranças vêem com força e se lembra da sua última morte e de como os vampiros .

_ São monstros. 

" Ela lembra de voltar para casa e não haver ninguém. Seu pai se foi, era somente ela, foi horrível por um tempo, depois foi se adaptando, e quando tinha 13, já era uma mulher formada. Aprendeu a cozinhar e lavar, era boa nisso e logo estava trabalhando para um casal bem posto de vida, viver com humanos era simples e bom, até esqueceu por um tempo aquela dor que tinha. 

A maldição aparentemente tinha se acalmado, graças as magias que aprendeu, os desenhos em pérola nas suas mãos a proibia de exalar pelo ar, mas não pela pele, ficou grata por isso ser o último presente de seu pai, sabia que havia sido ele, apesar de não ser uma cura, era melhor que antes. Evitaria ser tocada por seres da noite, e sinceramente a ideia era muito atraente, essa era a última coisa que queria. Mas o destino novamente foi cruel com ela.

O barulho das portas sendo arrombadas, foi tão alto que acordou todos na casa Etria sabia que havia algo errado e logo seria uma tragédia, pulando da cama agarrou as saias da sua camisola, abriu a janela pronta para fugir, queria poder salvar alguém, talvez pudesse, tinha poderes, certo que não sabia usar corretamente, mas nunca foi covarde.

Desceu as escadas e gostaria de não ter feito, havia uma confusão imensa e vários .... Oh Deus eram os seres da noite, eles certamente iam abusar das mulheres, pode ver o senhor da casa morto, novamente correu para os quartos e encontrou as empregadas e a senhora e suas filhas escondidas.

_ Senhora temos que ir !
_ Não posso deixar meu marido.
_ Receio que ele esteja morto senhora, mas nos precisamos fugir, venha no quarto das empregadas tem uma janela podemos fugir por lá, senhora ande !

Todas se levantaram prontas para fugir, mas ao abrir a porta deram de cara com um daqueles seres, que sorriu ao encontra-las, Etria não pensou simplesmente as palavras vieram a sua mente, e viu o ser cair, vivo mas inconsciente .

_ Vamos rápido !

Elas nem questionaram, pularam pelo ser  e correram, Etria teve que derrubar outros no caminho e depois de um tempo, estava cansada a magia cobra um preço, ser usada tantas vezes era pedir demais do seu corpo tão jovem, estava ficando tonta e caiu de joelhos, viu as mulheres pararem, mas sabia que se ajudassem poderia acontecer o pior.

_ Vão .... Eu vou ficar bem ...
_ Mas ...
_ Vão !

Etria vi elas fugindo a contra gosto, e usou suas últimas energias para selar a porta, e então ficou deitada no chão olhando o teto de gesso, sabia o que ia acontecer, não podia lutar mais, o lado bom a magia exagerada já tinha acabado com ela.
Ouviu passos e mais passos e então duas sombras se fizeram encima dela, sentiu lágrimas nos olhos, e os fechou, só queria desmaiar antes de que a tocassem.

Não aconteceu, soube o exato momento que tentaram a tirar do chão, logo foi jogada lá novamente, sua cabeça bateu de mal jeito e novamente estava nas portas, mas como se a vida fosse uma grande tragédia, ela viu seu corpo, já morto ainda quente e corado ser abusado pelos seres, eles estavam dentro do frenesi que os deixavam enlouquecidos, os mesmos brigavam entre si para possuir qualquer orifício disponível, era bizarro como seus membros estavam moles, e seu pescoço virado para um ângulo nada normal, não era o suficiente para parar eles, alguns mordiam uns aos outros e até mesmo ela.

E fez outra descoberta pelo simples fato de haver sangue entre suas pernas, ela era virgem, não sabia como, mas presumiu que ao voltar seu corpo recuperado e revivido voltaria como novo ou veja também incluía sua virgindade, seria ótimo se não fosse trágico sofrer a dor de perdê-la a cada estupro.

Não soube quanto tempo passou mas seu corpo começou a se tornar rígido e a maldição a fez apagar, logo acordaria lidando com a dor de uma nova volta, teria que voltar obrigada pela eternidade e pela morte que se recusava a abraçá-la, mas havia salvado 5 mulheres do mesmo destino é isso lhe deu um ponto de conforto.
Mas sabia que enquanto aqueles seres  existissem ela nunca seria feliz”

_ Porque eles existem para me machucar.

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