Capítulo 6

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Etria

Não esperava reencontrar aquele vampiro, simplesmente se convenceu que era melhor assim, estava maluca de se sentir minimamente atraída, por alguém dessa espécie, mas estranhamente enquanto escrevia nos livros de registros, seu corpo se agitou, não conseguia ficar sentada, e achou melhor  caminhar e seus pés a levaram até a fonte, se fosse inteligente não voltaria ali, mas simplesmente parecia ser chamada por aquele local, ao se aproximar mais viu o vampiro de antes, ele não parecia exatamente bem, viu o momento em que mergulhou o braço e colocou uma espécie de pano nas costelas  rangendo os dentes ao encostar.

Olhou atentamente, ignorando o corpo esculpido de músculos dele, que não era surpresa para ela, mas havia outra coisa ali, sabia conhecer por sentir toda vez que sua maldição ativava era magia proibida, não pensou somente foi até ele para  purificar aquilo, parecia mordidas e também golpes de faca, se perguntou onde ele teria se machucado e como esse ferimento estava ligado a magia.

Estava distraída dentro dos seus pensamentos enquanto purificava os ferimentos, foi quando aconteceu, o rosnado veio baixo, no entanto ao olhar para Christoffer viu  seu olhar repleto de desejo, sabia o que aquilo se significava, se apresou e saiu de perto dele o mais rápido possível, estava esperando o ataque e não entendo, pôs suas luvas estavam intactas, e suas roupas também, como isso aconteceu ?

A surpresa veio quando ele falou, os vampiros afetados pela maldição não fazem nada além de rosnar e serem violentos, mas ele não, e depois da conversa deles, Etria reparou que não foi a maldição que deixou ele daquela forma, foi ela, simplesmente por está ali cuidando e tocando nele, era loucura, mas piorou quando ela pediu para ele voltar.

Ela não conseguia controlar a agitação que sentia perto dele, era quase como se não pudesse se controlar, tinha que conhecer esse vampiro,  fechou os olhos lembrando da sua imagem na fonte, seu corpo forte seminu, nunca tinha visto um vampiro assim tão de perto, nunca tinha tocado em um vampiro além, para se defender, e agora estava curiosa quanto a isso.

_ Isso é tão errado.

Disse a si mesma, mas a verdade que gostava de saber que ela provocava algo nele, ela é não sua maldição, era tudo tão novo e diferente, passou a mão no rosto se sentando na cadeira do seu quarto, pegando uma escova se pôs a pentear os cabelos.

_ Você sabe que isso não vai acabar bem .

Disse para seu reflexo, essa curiosidade poderia ser muito perigosa e mortal para ela, a mulher lhe encarando no espelho, tinha o rosto curioso, mas olhos desconfiados e muito velhos, ela sabia que era...

_ Impossível.

Ele nunca a tocaria, se acontecer, mesmo dentro da sua curiosidade, isso nunca poderia, lembrou do jeito dele, a forma que ele a olhava, como seu corpo reagiu a ela, por simplesmente está ali, no momento que a tocasse, mesmo que por curiosidade ia mudar, ele viraria um monstro como todos os outros.

__ Eu não deveria ter pedido para ele voltar

Era uma completa insanidade mesmo movida pela simples curiosidade, sua experiência com sexo oposto, por interesse era zero, mas agora estava estava curiosa e era tão assustador, Christoffer lhe causava sentimentos nistos e perigosos, mas ela queria conhecer mais.

_ Não ! Não .

Se recusava a isso, ela não pode sentir isso por um vampiro, mesmo que por alguns instantes, trabalho! Era exatamente isso que precisava, tinha que esquecer essa curiosidade e focar no trabalho, levantou colocando o véu, e pegando as luvas, andou pelo templo, até a biblioteca do templo onde ficava milhares de livros coletados pelos vampiros ao longo dos milênios era um tesouro de cultura inestimável, ela se pôs a organizar todos aqueles que estavam fora do lugar, logicamente não ia conseguir arrumar todos os livros, mas era um trabalho que a distraía.

Estava colocando um livro da estante quando sentiu, quase como um formigamento pelo corpo, levantou a cabeça, e lá estava ele, Christoffer estava  com roupas comuns, um jeans escuro, uma blusa básica preta, e uma jaqueta preta, seus cabelos  estavam bagunçados  lhe dando um ar misterioso e relaxado, e aqueles olhos  escuros como a noite, a encaravam com intensidade, que lhe deixou com um pouco de desconforto apesar de todos os panos que usava para se cobrir.

Viu ele se  aproximar notou que ele andava, com uma destreza quase felina, ele parou um pouco distante dela, falou com uma voz forte.

_ Cheguei cedo ?

Não mesmo, poderia chegar bem antes, ou talvez até não ter ido, ela queria, conversar mais.
O que ela estava pensando ? Pegou as luvas que sou agora reparou que não estava usando e começou a colocar rapidamente.

_ Não precisa colocar as luvas.
_ Preciso sim.
_ Por que ?
_ O que ?
_ Por que precisa ficar coberta da cabeça aos pés ?

E essa era uma pergunta difícil de ser respondida sem gerar problemas.

_ Porque é perigoso, eu sou perigosa.
_ Não parece perigosa pra mim.

Ele se aproximou, ficando centímetros dela, sua mão tocou seu rosto por cima do véu, exatamente na sua bochecha, Etria fechou os olhos sentindo o calor da palma dele, novamente era uma sensação nova, ela nem se lembrava mais do toque de alguém.

_ Eu ....
_ Queria ver seu rosto, saber como é.

Ela abriu a boca e fechou novamente, ela queria, mas não podia, só de deixar ele tocar nela mesmo de véu era um sacrilégio, então se afastou virando de costas para ele.

_ Não, isso seria perigoso demais.
_ Por que Etria? O que tem de tão terrível ?

E lá estava ele novamente próximo dela, sentia o calor do corpo dele, e ouvia seu coração batendo feito louco no peito, uma mistura de medo com outra coisa, mas o medo era maior se desse um passo para trás, se encostaria nele, e isso deixaria tudo muito complicado.

_ Eu, eu sou tóxica, posso te enlouquecer.
_ E se eu quiser que me enlouqueça?

Ela se vira olhando para ele, Deus por quê justamente um vampiro, para atiçar sua curiosidade, porque justamente ele a fazia se sentir de certa forma atraída .

_ Você não tem noção do que está falando.
_ Então me conte.

Ela deveria? Como ficaria se ele soubesse da sua maldição?  Ainda teriam suas conversas, seriam amigos ? Ou algo do tipo ela não sabia, mas estava tão cansada disso que as palavras foram praticamente cuspida da sua boca.

_ Eu fui amaldiçoada quando nasci !

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