Uma Mulher que deixou tudo para atrás, para que pudesse estudar, trabalhar e mostrar que ela pode ser sim independente mesmo com todo o caos em sua volta.
Nessa vida, ela já sofreu muito, com pressão da família, ex namorado e até parou de acreditar...
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Acordo com um barulho insuportável da porcaria do meu despertador. Um badalar fino e irritante me avisando que eu sou pobre e que preciso trabalhar para sustentar minha vida luxuosa de um jeito ou de outro.
Que barulho irritante.
Hoje vai ser "O dia". E se eu faltar? Falar que estou doente? Que acordei mal...? Ou que aconteceu um imprevisto? Que meu gato se machucou? Perai... eu não tenho gato!
Não sei o porquê, mas eu estou sentindo que hoje não vai ser um dia agradável. Tenho a certeza absoluta que vai ter algo me esperando na empresa, uma energia caótica, um castigo vindo com um sopro no meu estômago. Quase uma tempestade horrível que sofremos no inverno, e que eu sozinha vou ter que aguentar.
Levanto de mal humor da cama, faço minha higiene e tomo um belo de um banho gelado para começar o dia. Passo direto pela cama e a olho me chamando: "Venha, querida! Deite-se comigo, vamos tirar um cochilo".
Eu já estou ficando é doida só por imaginar tamanho absurdo. Uma cama me chamando na altura do campeonato da minha idade. Faça-me o favor Alice!
Decidi ir bem simples, não estou com cabeça para me arrumar. Que minha mãe me perdoe, mas hoje vou deixar a moda de lado. Terminando de fazer uma maquiagem leve, deixo meus cabelos secarem naturalmente. Opto por uma calça jeans e uma blusa social branca, um pouco curta, com um decote discreto na frente. Coloco um salto nude e uso um relógio de cor rose. Perfeita. Olho no espelho e vejo minha beleza refletida. Quem eu quero enganar? Estou um cacto. Olheiras, pele horrível por não cuidar há tempos e cabelos secos. Estou um desastre.
- Ui! Você está bonita! - Suzi aparece na porta me elogiando.
Quantas mentiras.
- Obrigada! Você está arrasando como sempre - elogio a loira de salto alto. Nunca teria coragem de usar um salto daqueles.
- Vamos tomar café logo.
Ela acha que o café é a refeição mais importante do dia e não me deixa pular de jeito nenhum. Sempre me obriga a comer.
- Hum... Acho que hoje vou comprar pizza para nós. O que você acha? - ela pergunta do outro lado do quarto, longe o suficiente para gritar.
- Aí, acho tudo de bom - respondo, já contente. Amo massas. Quase uma italiana.
- Nossa, que mulher linda é essa? - Suzi comenta enquanto passa seus dedos em minha cintura, e eu logo coro. Parece algo tão incomum ela fazer isso.
- Obrigada, amiga. Você também está muito gata - a elogio novamente, entrando na onda e deixando de lado seu sarcasmo. - Hum... Mudando de assunto, estou com um mau pressentimento hoje - revelo o que estou sentindo desde que acordei, e vejo Suzi franzir a testa de curiosidade.
Sempre que sinto essas energias ruins, meu corpo meio que entra em um estado de alerta. Sinto-me mal, como se estivesse prestes a ficar resfriada e ter uma febre alta. É um aviso de que algo pode estar acontecendo ao meu redor.
