Capítulo 21 - 304

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Ontem, eu estava à beira de tê-la em meus braços, a sentir a suavidade de sua pele, a me perder nos meandros de seu corpo que me lembram os rios doces e tranquilos, com um sabor que me faz lembrar do doce de leite de minha infância

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Ontem, eu estava à beira de tê-la em meus braços, a sentir a suavidade de sua pele, a me perder nos meandros de seu corpo que me lembram os rios doces e tranquilos, com um sabor que me faz lembrar do doce de leite de minha infância. Seu aroma é doce, intoxicante, mas por causa de um obstáculo inesperado, não pude realmente explorar o que sinto: se é ternura ou apenas uma atração física irresistível.

Perdi todas as minhas inibições e implorei para que ela abrisse a porta, estava desesperado, embriagado e com uma dor intensa no peito. Eu sei que ela é incrível e que é fácil se apaixonar por sua demonstração de pessoa, mas é tão difícil aceitar esses sentimentos, aceitar que eu possa estar vendo nela mais do que a secretária que sempre foi firme comigo e escandalosa quando queria chamar minha atenção, especialmente quando o orgulho está em jogo.

Eu prometi ajudá-la a encontrar a felicidade, por me sentir comovido, mas agora me vejo tomado de ciúmes de Jonathan, que parece estar proporcionando a ela a felicidade e o conforto que eu não consegui. E o pior é que eu mesmo sugeri que eles fariam um bom par. Ele tem algo que eu nunca consegui ter com ela: uma conexão profunda e sensível.

No passado, eu decidi esquecer a possibilidade de amar alguém, mas agora, se esses sentimentos forem realmente o que eu acho que são, será tarde demais para mudar quem eu sou. Minha verdadeira natureza tem estado adormecida por tanto tempo que eu não sei como reagir a esse novo sentimento que é tão diferente de tudo que eu já senti antes. Pode ser puro, sincero e maravilhoso, mas eu não sei o que é, não sei se consigo nutrir e sustentar isso.

O desejo está me consumindo de várias formas e talvez esteja confundindo tudo. Eu não sei o que fazer, como reagir, ou mesmo o que dizer. E o pior é que eu nem sei o que ela pensa, se ela gosta de mim ou se sente algo por mim além da atração física que sei que existe. Talvez ela goste de outra pessoa, talvez até do meu irmão, já que eles sempre estão rindo juntos. Há tantas possibilidades, tantos "e se" e tudo é tão novo e assustador.

(*6:00am*)

- Bom dia, flor do dia! Levante-se. Temos que nos arrumar para ir ao aeroporto. - Acordo-a com o máximo de delicadeza possível. Ela dorme com tanta tranquilidade que até me sinto culpado por interromper seu sono.

- Já? - pergunta, abrindo os olhos lentamente, permitindo que a luz penetre em seus olhos. Que visão mais bela de se acordar e ainda ser presenteado com esses lindos olhos castanhos.

- Sim. Agora levanta rápido para dar tempo de você comer algo decente - Puxo seu braço delicadamente, ajudando-a a se levantar.

Alice se joga novamente na cama, parecendo uma criança:

- Não! - Ela puxa o lençol cobrindo o rosto, voltando à posição inicial em que dormia. Com o braço debaixo do travesseiro, as pernas em formato de concha e a coberta cobrindo tudo.

Não consigo me controlar e solto uma risada, achando a cena fofa demais.

- Vem, no avião você dorme e em casa também poderá dormir o quanto quiser, pequena. - Puxo sua mão pela segunda vez. Ela se senta na cama, passando a mão no rosto, provavelmente tentando despertar, e arruma o cabelo atrás da orelha. Aproveito o momento e me sento ao seu lado.

Era Uma Simples SecretáriaOnde histórias criam vida. Descubra agora