The Macchiato's Lady- Temporada BÔNUS

Chapter 10

THE MACCHIATO'S LADY

POV MIRANDA

Sigo pelas ruas de Milão. Na verdade ruas que eu não lembrava que existia. O tremor e o choro descontrolado continua me dominando. Tento respirar com calma, tento organizar os meus pensamentos ou sensações e simplesmente não consigo. Uma vertigem me domina e eu diminuo a velocidade do carro. Tento focar a minha visão para estacionar em um local seguro, mas não consigo. E num momento de pura desatenção atravesso um sinal vermelho. Não leva mais que alguns segundos até sentir uma grande pancada no carro.  Vejo o carro rodopiar algumas vezes e parar perto de uma árvore. Minha cabeça dói instantaneamente. Não sei se bati a cabeça em algum lugar, mas sinto um enjoo espontâneo. Abro a porta o mais rápido que consigo e expulso todo o café da manhã. Minha garganta queima quando finalizo a sessão nojenta. Volto a me recostar na cadeira. A mente está em um verdadeiro caos.

Respiro fundo algumas vezes para tentar me equilibrar, mas parece impossível. Empurro a porta do carro e saio cambaleando tentando focar a minha visão. Olho ao redor e vejo um carro do outro lado da pista com um severo amassado na parte frontal.

—Meu deus.

E se eu machuquei alguém? Eu jamais vou me perdoar. Me apresso e vou até lá o mais rápido que as minhas pernas permitem.  Antes que eu alcançasse a porta do carro um homem alto sai de dentro do seu veículo.

— Senhor...

— Você ficou louca?

Ele grita piorando ainda mais o mal-estar.

— Atravessou o sinal , sabia disso?

Ele continua gritando.

— Que tipo de louca faz isso? Está querendo se matar?

— Que ótima pergunta...Olha, me perdoe. Eu...

Levo a mão no estomago sentindo o enjoo me atingir novamente.

— Perdão não vai pagar o prejuízo, concorda? Eu...

Olho para o homem tentando focar o seu semblante em minha visão.

— Espera...Miranda Priestly?

Ele me olha finalmente e me reconhece.

— Senhora Priestly, me perdoe. Eu não a reconheci.

Ele diz em tom mais baixo dessa vez e eu agradeço. A minha cabeça está em completa confusão e os gritos dele estavam me apavorando.

— Você está machucado?

Eu o questiono mesmo desorientada.

— Não. Mas a senhora está .

Ele aponta para a minha testa e eu a toco. Sinto a pele da minha testa arder e vejo a mão molhada de sangue.

— Merda!

Ele me entrega um lenço e eu encosto no ferimento.

— Entre no carro. Eu posso levá-la ao hospital!

Sua oferta me parece medonha. Talvez ele esteja realmente sendo gentil, mas depois do que eu já vivi, prefiro não arriscar a vida com um desconhecido.

— Não é necessário.

— Senhora...

— Me empreste seu celular, por favor.

Ele entra no carro, pega o aparelho e me entrega. Eu salvo o número de Catherine. É um número que eu uso tanto que seria impossível não decorar. Salvo o número da minha advogada na agenda dele e o entrego o aparelho. Ele olha confuso.