Capítulo Dezoito

8.8K 830 441
                                    

Muitas cobranças e 0 lanches... triste essa vida de autora :/
Não se esqueçam de seguir no instagram(link na bio) e compartilhar

- Você já está vindo? – Eu estava com meu irmão no telefone.

- Sim, estou terminando de me vestir.

- A mãe ficou chateada que você não veio cedo, ela fez peixe do jeitinho que você gosta.

- Eu vou me desculpar com ela. – Suspirei. – Eu vou passar em casa, pegar uma roupa e tomar um banho, assim que sair de lá vou pra aí. Tchau.

- Me avisa quando chegar e quando sair de lá. – Vitor falou antes de desligar.

Fui para a sala, ela estava lá deitada mexendo no iPad e eu fui catando minhas coisas, cordão, brincos e chaves, mas não estava achando minha carteira.

- Você viu minha carteira? – Perguntei.

- Você já vai embora? – Ela tirou os olhos do iPad.

- Sim. – Olhei pela sala e voltei para o quarto, achei minha carteira em cima do móvel ao lado da cama. – Achei. – Coloquei no bolso da calça.

- Eu te levo mais tarde.

- Ham... Não, eu preciso ir porque eu tenho um compromisso. – Abri o aplicativo para pedir um carro.

- 80 golpes até a minha casa? Que isso... Eu vou de metrô... infelizmente ainda não sou uma burguesa safada para bancar esses luxos. – Pensei.

- Eu te levo lá, só me dar o endereço.

- Não precisa, tá tudo bem.

- Não quer que eu saiba aonde você vai?

- Na verdade não me importo. – Dei de ombros. – Eu só não acho legal você me levar, ainda mais que já me ajudou ontem e eu não consigo mais fingir que nada aconteceu. Precisava avisar meu irmão que ia demorar para chegar, então eu liguei para ele. – Oi, eu vou demorar um pouco para chegar, é que eu estou...

- É que eu estou perguntando se ela quer que eu a leve até você, acho que depois de ter passado a noite com ela, uma carona é o mínimo que eu posso oferecer. – Carolina falou alto, eu apenas virei de costas para ela colocando a mão no celular para abafar o som, foi uma reação natural ao barulho.

- Ela acha que você está falando com outra mulher? – Vitor perguntou.

- Eu... não sei. – Respondi nervosa. – Mas eu vou me atrasar um pouco. – Desliguei. – O que foi isso? – A irritação e o nervosismo na minha voz eram perceptíveis a qualquer um.

- Ué, eu menti? – Ela me encarou com deboche.

- Você transformou a frase em algo que não aconteceu. Sinceramente para que agir assim?

- Quando estiver comigo, tem que estar comigo.

- Essa é a regra dez do manual das surtadas?

- Eu não sou surtada, Fernanda.

- Você é sim, você fala de amor livre, mas se em algum momento alguma mulher demonstra qualquer interesse por mim, esse amor vira uma prisão, amor livre só serve para você dar para quem quiser, mas me mantém presa nas suas teias de aranha. – Eu estava nervosa e cuspindo as palavras. – Seja mulher e toma uma decisão, ou você fica comigo ou você com os outros, porque eu não vou viver dessa forma.

- Uau... Eu estou até arrepiada. – Ela apontou o dedo para o braço. – Nem sei o que falar.

- Eu vou embora, chega de ficar brincando de casinha com você. – Fui até a porta e coloquei a mão na maçaneta para abrir. – Ah eu não quero sua carona, afinal, ia ser estranho você me levar até a casa da Jéssica para seu jogar com ela.

- Aí Fernanda, que infantil. Ela te estressa e você age como uma adolescente. – Minha consciência na mesma hora bateu.

Eu tentei abrir a porta, mas ela não abria, acabei até forçando um pouco mais. Carolina se levantou e foi até a porta, colocou o dedo na digital e abriu.

- Você tem certeza de que não quer que eu te leve, eu não vou surtar, prometo. – Carolina deu uma piscadela.

- Eu vou pedir um carro na portaria.

- Eu sei que é mentira. Você não vai encontrar ela. – Ela riu.

- Como você pode saber?

- Jéssica mora no andar debaixo.

Se fosse um episódio da novela Avenida Brasil, pode acreditar que minha cara de surpresa ia ser a montagem final do episódio sendo congelado.

- Foi com ela que você se agarrou no elevador e você nem lembra. – Ela fechou a porta. – Senta, vamos resolver isso de uma vez por todas. – Ela ordenou.

Eu engoli minha própria saliva, com o tempo eu comecei a me acostumar com esse jeito dela, mas ainda assim, era algo que as vezes me deixava muito intimidada.

- Você já falou o que você queria, então agora é a minha vez. – Sentou-se no outro sofá, ficando bem na minha frente. – Eu gosto disso... Gosto do tempo que passamos, mesmo quando não fazemos nada, como hoje. Eu não gosto de dividir a atenção, então se eu estiver com você, eu não mando mensagem para outras pessoas ou respondo elas, eu acabo esperando isso em troca.

- Não consigo viver assim, eu quero uma namorada... eu quero você como namorada. – Pronto admiti. - Nos damos, nossa química é boa e eu gosto quando você me dá certas ordens, as vezes eu preciso de direcionamento.

- Então por que não podemos continuar com isso?

- Porque eu acabei de falar que quero namorar você. Mesmo depois de saber que você brincou comigo esse tempo e provavelmente ficou rindo dos meus surtos, eu ainda assim quero estar com você.

- Você quer fidelidade?

- Eu quero mais que isso, eu quero poder andar de mãos dadas com você, te dar presentes, te mimar, eu quero... Um namoro brega normal, igual das comédias românticas, é pedir demais um relacionamento assim? – Soltei um longo suspiro.

- Comigo sim. Eu não quero isso, Fernanda. Eu quero alguém que vá comigo nas festas, que fique ao meu lado, mas que me dê espaço para conhecer outras pessoas se assim eu quiser... Eu quero alguém confiante o suficiente para entender que um relacionamento aberto, também pode ser relacionamento saudável e duradouro.

- Eu não quero um relacionamento aberto. – Olhei para as minhas mãos.

- O que eu quero? – Pensei. – Sinceramente, não sei.

- Vamos sair casualmente. – Falei, um pouco mais baixo, mas falei. – Sem compromisso, até uma de nós duas conseguir exatamente o que quer.

- Precisamos de regras claras. – Concordei. – Quando estiver comigo, sua atenção deve ser só minha. – Concordei. – Não quero saber dos seus encontros ou sexo casual. – Concordei mais uma vez.

- Não quero que me trate como seu objeto, nunca mais. – Ela me olhou um pouco assustada. – E não quero que atrapalhe qualquer futuro relacionamento meu que possa acontecer.

- Você acha que eu seria capaz de fazer algo assim?

- Sim.

- Tudo bem, eu concordo. Uma última coisa, você vai precisar ir aos eventos comigo. Casamentos, festas, tudo o que eu precisar de um par.

- Tudo bem. Se for no final de semana e minha agenda estiver livre, eu não vejo problema.

- Perfeito. – Carolina deu um sorriso de lado. – Vamos apertar as mãos para selar nosso novo contrato ou você prefere me amarrar? Faz tempo e eu estou com saudades. – Ela passou o dedo indicador de leve na minha mão e meu corpo se arrepiou na hora.

- EU SOU MUITO GAYYYYY!! – Pensei.

Dominando minha chefe (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora