Capítulo Vinte e um

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Espero que gostem do cap, agora devo voltar só quinta ou sexta.
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- Você vai beber hoje? – Falei animada. Jéssica estava segurando minha mão e eu as balançava para frente e para trás.

Foi uma longa conversa na banheira, maior parte do tempo Jéssica dizia que minha ex era uma vaca tóxica e que se algum dia a encontrasse daria um soco no meio da cara dela. Pelo tom de voz dela e não duvidei, a conversa me ajudou a relaxar um pouco, mas não foi como se eu tivesse ficado pelada na frente.

- Queria tomar sobremesa hoje. – Jéssica falou.

- Podemos dividir, eu nunca consigo pedir sobremesa porque eu fico satisfeita antes dela.

- Eu também sou assim.

E quase como uma miragem de longe eu avistei uma mulher de cabelos vermelhos, vestido apertado azul claro, os sapatos eram da mesma cor do vestido e estava com óculos de sol, ela estava puxando uma mala de carrinho e uma bolsa preta no ombro, mas também tinha algumas sacolas de lojas. Eu não podia acreditar, eu até tirei meus óculos, limpei eles, talvez fosse alguém muito parecida com ela, mas à medida que se aproximava eu tinha certeza que era ela.

- Eu não acredito nisso. – Ouvi a voz de Jéssica. – Ela implantou um GPS em você. Puta que pariu.

- Parece que eu cheguei em boa hora. – Carolina falou assim que se aproximou de nós duas. – Olá, querida. – Falou com Jéssica.

- Olá... querida. – Jéssica soltou minha mão. – Nanda, eu vou na frente, você sabe onde me encontrar.

- Ela parecia irritada. – Carolina sorriu. – E você parece surpresa.

- Por que você está aqui? – Perguntei surpresa. – Como chegou aqui?

- De avião e estou aqui porque fiquei entediada. Mas a grande questão é... Por que estava de mãos dadas com aquela lá?

- Bom é que... Acho que só aconteceu. – Eu não sabia o que falar.

- Vocês... Transaram?

- Pe-pensei que não devíamos falar sobre isso. – Acabei gaguejando.

- Você não precisa esconder. – Ela tirou os óculos.

- Eu não estou escondendo nada. – Dei de ombros.

- Eu estou cansada para lidar com isso agora.

- Você já comeu? - Peguei suas bolsas.

- Comi algo no avião mais cedo, mas estou muito cansada, então vou comer no quarto. – Ela apertou o botão do elevador. – Vai lá jantar e seguir seu cronograma, se amanhã estiver livre no almoço podemos almoçar juntas.

- Por que ela está tão estranha? – Pensei. Geralmente ela é mais energética até mesmo na forma de falar.

- Você está bem? – A impedi de entrar no elevador.

- Estou. – Ela colocou os óculos novamente. – Só preciso descansar.

Por um breve momento eu pode notar que os olhos dela tinham ficado marejados, mas ela não me diria nada, Carolina era uma pessoa muito fechada.

- Eu vou te levar até seu quarto.

Subimos e caminhamos em silêncio, ela abriu o quarto e eu entrei, coloquei as bolsas ali, mas antes que eu pudesse falar algo eu senti os braços dela ao redor do meu corpo, Carolina estava me abraçando por trás.

- Eu... Tive um Natal horrível. – Eu a ouvi fungar.

- Quer me contar o que aconteceu? – Toquei de leve em seu braço.

- Ele só foi horrível.

- Por que não me contou isso antes?

- Porque é chato ser a pessoa que traz problemas para outra pessoa. – Tirei seus braços e virei de frente a abracei.

- Alguém falou algo que te deixou triste? – Ela negou. – Alguém fez algo que te deixou triste? – Ela negou de novo.

- Esse foi o maior problema, não tinha ninguém para fazer nada.

- Você passou o Natal sozinha? – Ela concordou. – Mas e sua família?

- Meus pais foram viajar e meus irmãos passaram juntos.

- E por que não passou com eles? – Acariciei seus cabelos.

- Porque... o Adrea ia estar lá... com a família dele. Ele disse que não era para eu ir, porque a esposa dele não pode se estressar, ela fez uma histerectomia depois que teve o bebê.

Eu queria perguntar porque ela insistia nele, mas naquele momento, aquele não era o assunto em pauta e eu sei que se eu perguntasse algo do gênero ela ficaria na defensiva. Eu não sabia o que falar, então preferi ficar em silencio, o que na maioria das vezes era o mais sábio.

- Quer que eu prepare a banheira com um banho quente e muita espuma?

- Você vai entrar comigo? – Concordei.

Ela começou a se despir e eu fui encher a banheira e joguei uns sais de banho lá dentro, eu nem sabia quais eram as fragrâncias, só joguei tudo para fazer uma espuma enorme. Depois voltei para o quarto e ela estava de roupão, estendi a mão para ela e a levei até o banheiro.

- Sua banheira, madame. – Ela deu um breve sorriso. – Agora você precisa virar de costas para eu tirar minhas roupas.

- Eu nunca posso te ver pelada. – Ela resmungou.

- Bom é que... eu... não me sinto confortável nua nas frente das pessoas.

- Eu não sei o que falaram para te deixar assim, mas... você é linda Fernanda. É engraçado que eu nunca conheci uma pessoa que fosse linda de todas as formas, até conhecer você. – Carolina me encarava e mesmo com os olhos vermelhos pelo choro de antes, ela esboçou um breve sorriso. – Eu vou virar de costas e respeitar você, mas saiba que o dia que se sentir confortável para ficar nua na minha frente, eu vou ficar muito feliz. – Ela tirou o roupão e entrou na água, ficou de costas para mim.

- Quando esse dia chegar, eu vou estar da maneira certa. – Comecei a tirar as roupas.

- O que seria a maneira certa?

- Completamente depilada.

- Você tem pelos? Eca. – Carolina falou com um ar de deboche. – Você sabe que eu não ligo para isso, não é?

- Você não liga? De todas as pessoas do mundo, você é a única que eu diria que liga.

- Eu já falei para não me estereotipar. – Ela estava brincando com a espuma de sabão.

- Mas é que... – Quando terminei de tirar minha calcinha e olhei para frente, pude ver um espelho enorme que estava refletindo meu corpo, Carolina por sua vez estava de cabeça baixa mexendo nas espumas, juntando-as bem à frente de seus seios, mas me ver daquela forma, nua, exposta e refletida naquele espelho enorme, me fez dar um gritinho. – Ahhh!

- O que houve? – O gritinho fez Carolina olhar para cima e obviamente para o espelho, por puro reflexo. E o semblante de surpresa surgiu em seu olhar ao me ver nua pelo reflexo.

- Não me olha, eu estou pelada! – Tentei me esconder.

Dominando minha chefe (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora