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Park Jimin

A semana passou tranquila. Tudo na empresa ia dentro dos padrões. Yoongi não comentou nada sobre meu vício de antidepressivos com ninguém, muito menos com o meu chefe e isso me deixava bem feliz e aliviado ao mesmo tempo. Não estou preparado para dividir esse meu "passatempo" com ninguém. Min sabe porque teve o azar de me pegar tomando os remédios e me vendo ter uma crise de ansiedade.

Cada dia que passa, Yoongi se tornou um amigo, quase irmão para mim nos últimos dias. Desde o acontecimento no refeitório da empresa, ele me liga quase todos os dias me perguntando se estou bem e se tomei os remédios. Eu quase sempre digo a verdade pois sei o que ele está tentando fazer.

Yoongi quer ganhar a minha confiança e a minha amizade para que eu conte tudo a ele.

O meu problema não é abrir o meu coração para alguém próximo e sim voltar com tudo no passado, voltar no dia que minha mãe morreu, no dia que vi com meus próprios olhos o homem que deveria ser meu pai, arrumando as malas e em plena madrugada, fria e chuvosa, eu ver ele indo embora sem olhar pra trás. Só eu sei o quanto aquela cena doeu.

E dói até hoje.

Eu nunca imaginei que o abandono poderia causar tantos danos em mim. Eu já esperava que eu iria crescer com uma dor imensa no meu coração, mas não que isso me rasgasse por dentro quase todos os dias. E desde lá eu criei uma barreira imaginária em mim mesmo. As minhas dores são minhas, e de ninguém mais.

Que chato ter que saber que um garoto de quatorze anos foi abandonado pelo pai com um irmão de sete anos, depois da morte da mãe.

Chega a ser brega, pra quem ouve.

Eu sinto as dores sozinho, eu sei lidar com elas sozinho, eu choro sozinho, mas depois de algumas lágrimas derrubadas, eu estava novo em folha. Eu tinha que cuidar do meu irmão, eu tinha que cuidar para que ele crescesse um alfa digno, que trabalhasse e estudasse.

Eu só morreria em paz depois que eu tornasse Namjoon em um alfa de verdade.

Não recebi mais as ligações estranhas e isso também me deixou mais aliviado, deixando que eu trabalhasse mais tranquilo. Tranquilo é um modo de dizer pois havia um certo alfa que me passava cantadas baratas mas que me faziam rir feito um demente. Às vezes ele passava por mim, e levava meu braço junto passando aquela mão enorme na minha pele e eu ficava vermelho feito um pimentão, justo eu o dono do baile todo, todo mocinho perto desse gostoso de uma figa.

Surgiu outra incógnita que quero desvendar.

O que Jeon Jungkook queria tanto comigo?

As vezes eu queria olhar pra ele e dizer "vem me comer logo e acabaremos com isso!" E pronto, cada um para um lado e vida que segue. Mas ele insiste em dizer que vai me descobrir e que quer me proteger.

O cara simplesmente está fazendo meu coração amolecer. Não que eu seja um megera pra romance, mas eu não esperava viver um, ainda mais nessa fase da minha vida.

E ainda mais, com o meu chefe! O alfa que eu babo e sempre tive a curiosidade de saber até como ele beijava. Ele me trouxe em casa esses dias e só com uma dúzia de palavras que ele me falou, já me fez sorrir feito um panaca.

Aqui estava eu, deitado na minha cama enquanto Tae estava deitado nos pés da minha cama, estávamos lendo um livro quando meu celular apitou uma mensagem.

Era ele! Não o Jungkook, o mascarado!

"Ansioso para te ter amanhã. Não esqueça de vir sem cueca. Esteja avisado.

Seu mascarado"

- Então Tae - fechei o livro e coloquei em cima da mesinha ao lado da cama - Tenho algo para te contar.

15 Dias com o CEO  |JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora