THE WORKSHOP

6. A confusing reality

Freen's pov

Ao final daquele dia já estava muito confiante de que ao final conseguiríamos transmitir muita realidade durante as filmagens. Para mim era muito obvio que Becky e eu tínhamos uma química absurda e a minha teoria foi comprovada quando nos beijamos. Nada poderia ter me preparado para aquilo, poderia beija-la por horas. Se ela continuar dando corda, vou continuar brincando com a linha tênue entre Freenbeck e Sam e Mon.

Ainda imersa em pensamentos, subi para tomar banho e logo Becky me acompanhou. Eu logo fiquei novamente de biquíni e entrei no banheiro, Becky seguiu os meus passos.

Ambas entramos na banheira e nesse momento eu percebi o quanto ela estava tímida.

- Mon, você é linda, perfeita! Tudo em você é maravilhoso, não precisa ter vergonha – falei olhando nos seus olhos.

- Khun Sam, é que eu nunca tomei banho com ninguém antes – ela disse quase sussurrando.

Nesse momento eu a abracei por trás e me certifiquei de aperta-la o mais forte que pude.

- Apenas relaxe – falei no ouvido dela.

Nesse momento notei um arrepio que percorreu todo o seu corpo e aquilo por algum motivo despertou ainda mais o lado Khun Sam que há em mim. De repente passei a acariciar os seus seios ainda por cima da parte de cima do biquíni. Passei também a beijar os meus ombros e pescoço, ela permaneceu de olhos fechados.

Suas costas arqueavam e ela posicionou o seu pescoço no meu ombro ainda de costas.

- Khun Sam, por favor pare – ela disse.

Eu olhei para ela assustada e logo interrompi o que estava fazendo. Ela estava muito vermelha e ofegante, apesar de ter pedido para parar ela se virou e passou a me beijar. Sem dúvidas a cada vez que nos beijávamos parecia que o nosso beijo se encaixava ainda mais como se uma boca tivesse sido feita especialmente para outra. Brevemente interrompi o beijo.

- Vamos jantar agora, a comida vai esfriar – eu disse e ela sem escolha aceitou.

Nos vestimos e logo descemos para aproveitar o jantar. A produção da série realmente tinha caprichado em tornar o clima mais romântico possível com velas acesas e uma mesa belíssima para dois na beira da piscina. Ao nos aproximarmos, puxei a cadeira para que ela pudesse sentar e só então tomei assento. Antes, abri um vinho rosé e servi duas taças que brindamos antes de tomar.

- Becky, acho que agora podemos sair dos personagens só um pouco para discutirmos como foi o dia e as nossas percepções. O que acha? – perguntei entre um gole e outro de vinho.

- Eu acho uma boa ideia. Tenho que dizer que hoje foi um dos dias mais intensos de toda a minha vida, não imaginei que conseguiria evoluir com o personagem tanto assim em um dia – ela respondeu com um grande sorriso.

- Você se entregou completamente hoje, estamos avançando muito em criar a química entre Sam e Mon – respondi escondendo o fato de que desde o princípio já tinha convicção de a química já estava muito presente e me questionava se as outras pessoas também não tinham percebido.

- P'Freen, muito obrigada! Isso significa muito para mim. Espero que a gente consiga criar essa química – ela respondeu olhando para baixo como se estivesse com vergonha do que tinha acabado de dizer.

Acabamos o jantar e conversamos mais um pouco fora do personagem. A cada coisa que ela contava descobria o quanto éramos dois apostos, mas muito semelhantes em muita coisa.

- N'Becky, o que você pensou quanto soube que iria atuar em uma série que retrata o amor entre duas mulheres? – perguntei no meio da conversa.

- Eu realmente nunca pensei que estaria atuando em uma série assim. Eu sempre me considerei hétero apesar de não gostar muito da ideia de rótulos. E você Freen, o que achou de toda essa ideia? – disse ela devolvendo a pergunta.

- Eu também nunca pensei mas não era algo que eu achava impossível. Acredito que a representatividade seja muito importante e me sinto honrada por participar de um projeto como esse. Nós teremos uma grande responsabilidade de retratar essa história – respondi fugindo do questionamento sobre a minha orientação sexual.

Durante a maior parte da minha vida eu me considerei hétero e tive interações românticas, inclusive namoros, com homens. Após o meu último termino resolvi tentar me descobri novamente, sair mais, conhecer novas pessoas e com isso também me despertou o desejo de explorar a minha sexualidade.

Desde que posso me lembrar, sempre tive pequenos crushes em celebridades e amigas da escola mas nunca tinha tentado nada físico como estava fazendo agora no papel de Sam. Percebi que através dela eu conseguiria expandir esse lado que ninguém nem imaginava que existia em mim.

Apesar de parecer muito aberta, não expus para a Becky as minhas questões com a minha orientação sexual já que tenho medo de soar para ela como uma predadora. Uma menina hétero que atua se relacionando com meninas é apenas trabalho, nada além disso – pensei enquanto escutava ela falar sobre os seus crushes da escola.

Logo eu estava com sono e avisei que estava indo dormir, ela me seguiu até o quarto e colocamos nossos pijamas. Ela estava ainda mais linda com um baby doll rosa de cetim. Suspirei ao ver que dormiríamos juntinhas na mesma cama que por sinal era propositalmente minúscula.

- Khun Sam, tenho frio. Você vai ter que dormir me abraçando – disse ela em tom provocativo. Essa será uma longa noite, pensei enquanto me ajeitava ao seu lado.