35. The proposal

1.1K 139 7
                                    

Becky's POV

Depois de claramente sermos quase pegas no ato, Freen e eu decidimos tomar mais cuidado nos próximos dias nos esforçando ao máximo para manter a compostura (na medida do possível).

Saímos da casa dela e fomos para a casa dos seus avós que ficava há cerca de 5 minutos dali. No caminho, ela me contou que eles foram agricultores a vida inteira, trabalhando de sol a sol para sustentar os filhos e alguns netos mas agora estavam aposentados, com eles morava um tia que havia tido filhos na adolescência e foi deixada pelo namorado da época.

Depois de uma curta viagem, chegamos a porteira da pequena propriedade rural. Assim que entramos, percebi que muitas crianças corriam em direção ao carro, eram os primos pequenos de Freen. Assim que paramos, ela saltou rapidamente e foi envolvida em um caloroso abraço por todos eles que não paravam de fazer perguntas.

"P'Freen esse carro é seu?", "P'Freen eu posso dirigir?", "P'Freen você está tão bonita!", "P'Freen meus amigos da escola te viram na televisão, você é famosa?", "P'Freen, quem é essa moça estrangeira?"

Ouvir aquelas crianças repetindo "P'Freen" o tempo inteiro me fazia pensar que era assim que eu me referia a ela sempre quando nos conhecemos, bem na época quando eu achava que ela realmente seria como uma irmã mais velha para mim. Como eu estava enganada, as memórias daquele tempo foram surgindo em minha cabeça mas logo fui arrancada do meu flashback quando uma pequena menina se aproximou de mim e disse em inglês: Hi miss, are you famous?, o que respondi com uma risadinha e um singelo: Eu acho que não, nem sou verificada no instagram.

Freen não se conteve de risos ao escutar as perguntas dos primos e pacientemente foi respondendo a cada um, não sem antes me apresentar para eles.

- Priminhos, essa é a Becky. Ela é alguém muito especial para mim e será alguém muito especial para vocês também - ela disse, se abaixando para ficar da altura das crianças.

- Ela é estrangeira? - um dos meninos perguntou curioso.

- Ela é metade tailandesa e metade britânica, não é Becky? - ela me perguntou o que eu assenti com a cabeça concordando.

Vê-la com crianças fez o meu útero coçar de maneiras inimagináveis. Ela lidava muito bem com eles e era nítido o carinho mútuo. Com certeza Freen seria uma boa mãe e eu não podia esperar para vê-la nesse papel. "Será que ela quer ter filhos?", pensei enquanto caminhávamos em direção a casa.

Chegando lá, Freen me apresentou aos seus avós que descansavam na varanda em cadeiras de balanço. Até aquele momento ela não havia mencionado que eu era a sua namorada, mas entendi perfeitamente já que seus parentes precisariam de mais tempo para se acostumarem comigo.

Seus avós me receberam e me abençoaram, logo sua tia e outros parentes que estavam na casa vieram falar comigo também. Todos ali me lembravam Freen, era possível ver seus traços e jeito em todas aquelas pessoas. Parecia que eu havia entrado no Freen multiverso.

Descarregamos o carro com todo o material que foi recebido com muita festa por todos os que estavam presentes, as crianças especialmente comemoraram os brinquedos e roupas enquanto nos abraçavam forte pela cintura repetindo "obrigada" sem parar.

Eles nos convidaram para almoçar e comemos todos juntos em uma grande mesa, os seus avós fizeram questão que eu experimentasse todas as comidas e me explicaram o processo de preparo de todos os pratos que eu não conhecia, fazendo com que eu me sentisse cada vez mais acolhida.

Ao chegar a hora de nos despedirmos, demos tchau a todos e logo nos dirigimos a porteira onde observamos de longe as figuras que acenavam cada vez mais distantes.

- O que você achou deles?, - ela perguntou sem tirar os olhos da estrada.

- Eles são a sua cara! Me receberam muito bem, eles são muito amáveis. Agora eu sei de onde você herdou o seu jeito.

- Você ficou chateada que eu não te apresentei como namorada?, - ela perguntou ainda sem tirar os olhos da estrada.

- Não, eu entendo que eles podem não nos entender. Aos poucos, não se preocupe, meu amor - respondi enquanto posicionei a minha mão na sua perna.

Em pouquíssimo tempo já estávamos novamente na casa de Freen, que aproveitou para me mostrar com detalhes aquele espaço que fez parte da sua infância. Ela me levou no seu quintal e nos sentamos em balanços instalados embaixo de mangueiras.

- Eu sempre me pendurava aqui e ficava imaginando como seria o futuro, - ela disse olhando para a copa da árvore, - se eu teria sucesso, se algum dia me mudaria daqui, se eu teria alguém para amar e que me amasse..., - nesse momento seus olhos se encheram de lágrimas.

- E o que será que a pequena Freen iria achar de tudo isso?, - perguntei enquanto também observava a copa da árvore.

- Ela nunca poderia imaginar que encontraria o amor e que seria tão amada, nem que teria tanto sucesso, nem que seria tão feliz... eu devo tudo isso a você, meu amor.

Ela se levantou do balanço e parecia procurar algo no chão, até que encontrou um pequeno pedaço de arame e começou a moldá-lo com as mãos. De repente, ela se posicionou em minha frente e se ajoelhou.

- Rebecca Patricia Armstrong, eu nunca tinha muitas certezas na vida mas de uma coisa eu estou segura, eu te amo e quero passar o resto da vida contigo. Eu prometo que você será para sempre a minha princesa e eu irei te proteger e cuidar de você até o fim dos nossos dias. Você aceita se casar comigo?

Eu fiquei completamente em choque por alguns segundos. Até que retomei os sentidos e percebi que não estava sonhando e nem tendo uma visão, Freen continuava ajoelhada aos meus pés me pedindo em casamento debaixo de uma mangueira na sua casa da infância e com um anel de arame que ela tinha acabado de fazer. Eu tive a certeza de que sim, era com ela que eu queria passar o resto da minha vida, até que a morte nos separasse.

- Eu aceito, aceito e aceito! - respondi distribuindo beijos em suas mãos logo após ela colocar o frágil anel de arame no meu dedo.

- Esse anel é apenas o que eu consegui agora assim de última hora, viu? Estava pensando em esperar comprar um anel caro mas me deu vontade de te ter pra sempre pra mim e eu não poderia mais esperar. Assim que voltamos a Bangkok você terá o seu anel e eu irei a sua casa pedir aos seus pais, - ela concluiu ajustando a postura para esconder o seu nervosismo.

- Eu não me importo com o anel, meu amor. Você sabe disso! Eu estou tão feliz que seremos uma da outra para sempre. Tenho tanto medo do que os meus pais vão pensar, mas não quero me preocupar com isso agora, - falei enquanto chegava perto e ajeitava o seu cabelo com uma das mãos.

Em pouco tempo passamos a nos beijar, selando perante o céu e o firmamento a nossa união. Dessa vez, os nossos beijos eram suaves e ternos, sem pressa e prolongados. A velha mangueira era a nossa testemunha ocular e para selar o nosso trato, Freen entalhou no seu tronco "F&B 4EVER" deixando uma marca visível do nosso amor eternizada para sempre na árvore.

Aproveitamos a tarde fresca para sentir a brisa e o ar puro do interior enquanto comemorávamos sem plateia ou contratos. Eu me sentia viva como nunca antes na minha vida.


-

Pessoal, sobre a nova história é Jenlisa sim :) A Chaeng é apenas um personagem chave em alguns momentos.

Já estou sentindo falta de Freenbeck :( Teremos novas histórias no futuro, não se preocupem! Continuem engajamento e me dando motivação.

THE WORKSHOPOnde histórias criam vida. Descubra agora