THE WORKSHOP

24. A mistake

Pessoal, pergunta importante: vocês preferem capítulos curtinhos todos os dias ou um capítulo grande uma/duas vezes na semana? Comentem pra que eu saiba :)

Freen's pov

Dirigi até a minha casa tentando prestar o máximo de atenção na estrada. O que aquela garota estava fazendo comigo? Nunca havia me sentido assim antes e aquela sensação me assustava.

Eu posso dizer sem sombra de dúvidas que adoro ter o controle e estar no comando, seja qual for a situação. Perceber que apenas um sorriso de Becky era capaz de mudar toda a minha rota e me tirar do eixo me deixava preocupada comigo mesma.

Sempre fui uma mulher muito segura de mim mesma. Sempre tive muito consciência do meu poder sob as outras pessoas, para mim era notável que quando eu entrava em um local cheio, todos os olhares se voltavam para mim. Quando eu falava, todas as atenções eram minhas.

Becky por outro lado era bastante insegura quando se tratava de se expor para outras pessoas. Ela sempre entrava nos locais com a cabeça baixa e nunca era a pessoa a iniciar a conversa com ninguém. Era nítido que ela não sabia o quão incrível ela era, só lhe faltava confiança.

Cheguei em casa e logo dormi, estava extremamente cansada e ao mesmo tempo muito feliz por ter tido a oportunidade de estar com Becky mais uma vez. Não pude deixar abrir um largo sorriso de orelha a orelha quando lembrava de tudo o que havia acontecido.

No outro dia mais uma vez levantei cedo. No meu celular haviam várias chamadas perdidas de Fred, resolvi ignorar e seguir o meu dia sem toda aquela negatividade. Fechei os olhos e desejei nunca ter conhecido aquele cara.

A principio ele era um principe e me tratava como rainha. Sempre era muito gentil e me mostrava tudo sobre a capital já que ao contrário de mim ele cresceu em Bangkok. Ele era fotógrafo e videografo, além disso trabalhava com sonoplastia e trilhas sonoras em diversos estúdios por toda Tailândia.

Ele foi quem me falou sobre o casting para GAP the Series e me colocou em contato com o diretor que é seu amigo de infância. Me pergunto agora se eles só me deram o papel como troca de favores. Quando terminamos ele ameaçou ligar para o diretor e pedir a minha saída como protagonista da série, naquele momento Becky ainda não havia sido escolhida e o projeto não passava de um sonho.

Saí de casa em direção ao estúdio e ao chegar lá logo fomos todos tomar café da manhã juntos como uma grande família de atores. Havia um refeitório enorme no estúdio que estava em reforma anteriormente mas que poderíamos usar a partir daquele momento. Ali estava a nossa disposição várias opções de comida.

Rimos e nos divertimos muito enquanto comíamos, apenas Becky não chegava e eu comecei a ficar preocupada. Logo lembrei o trabalho que era acordá-la e imaginei que tivesse dormido demais e se atrasado naquele dia.

De repente ela entra no refeitório e para a minha surpresa Fred entra em sua companhia.

- Bom dia, pessoal! Eu sou Fred e serei o sonoplasta da série e estarei acompanhando vocês a partir de agora. Cuidado com os microfones, agora eu escuto tudinho - ele ria e os outros o acompanhavam em uma gargalhada coletiva.

Era só o que me faltava. Ele agora estaria colado em nós como um carrapato sanguessuga. Logo Becky se aproximou de mim e se sentou na cadeira ao lado. Fred nos fuzilava a distância com os olhos.

- Freen, eu tentei falar com ele mas ele quer divulgar as fotos de qualquer jeito. Disse que assim que os primeiros capítulos saírem ele fará isso no twitter. Para que você esteja mais tranquila falei para ele que não existe nada entre a gente e que tudo não passou de um mal entendido. Eu sinceramente não sei o motivo da sua preocupação tão grande, toda vez que tocamos nesse assunto você fica pálida - ela falou enquanto tomava uma xícara de chá.

- A gente pode conversar depois sobre isso? Há muito o que explicar e eu não consigo agora - eu respondi.

Passamos um dia de gravação bem tranquilo. As cenas onde exigiam de mim muito concentração por conta da feição sempre séria e aborrecida de Khun Sam era bastante difíceis de gravar, porém todo o profissionalismo dos colegas tornava o ambiente leve e divertido.

O núcleo do escritório era particularmente muito engraçado, sempre fazendo piadas e rindo uns dos outros. Os amigos de Khun Sam era simplesmente hilários, Nam, Mind e todos os outros atores era extremamente talentosos, era muito fácil trabalhar com eles e nos dávamos muito bem.

A única coisa que me incomodava naquilo tudo era saber que Fred estava ouvindo bem nítido cada suspiro que eu dava com aquele microfone. Assim que acabamos o dia, arranquei o microfone o mais rápido possível para me livrar dos laços daquele espião.

- Freen, você queria me contar algo. Agora que estamos sem os microfones, será que você pode me deixar em casa e conversamos no caminho? - disse Becky.

- Huuum, tenho uma ideia ainda melhor. Vamos comer uma pizza e depois te levo para casa.

Ao chegarmos a pizzaria logo fizemos o pedido. Não haviam tantas pessoas ali por se tratar do meio da semana. Logo comecei a contar para Becky algo que não queria admitir nem para mim mesma pois me causava profunda vergonha e raiva.

- Becky, eu fui muito estúpida - não conseguia segurar as lágrimas que corriam dos meus olhos.

- O que houve, meu amor? - ela agora me abraçava.

- Quando comecei a namorar com Fred eu era apenas uma menina imatura. Ele era muito manipulador e sempre conseguia o que queria. Até hoje consegue como você pode ver. Na época eu não tinha muitos amigos e ele sempre fazia questão de me lembrar que ele era a única pessoa que estaria ali por mim... como você sabe ele é fotógrafo e certa vez me pressionou para tirar fotos intimas minhas. Eu não consegui dizer não, eu era realmente muito burra e boba. Além das nossas fotos nos beijando na boate ele pretende divulgar também essas fotos - tentei terminar enquanto me debulhava em lágrimas.

- Freen, meu Deus. Não sei o que dizer, eu sinto muito. Ele é ainda pior do que eu pensava, como pode quebrar a sua confiança dessa forma? Eu estou contigo nessa. Vamos achar uma solução para essa situação.

Continuamos ali abraçadas até que eu me acalmasse e parasse de chorar. Becky segurava as minhas mãos e tentava me confortar da melhor forma possível. Assim que a comida chegou, comemos e logo fomos embora. O pai dela coincidentemente estava saindo de um jantar de negócios em um local próximo e acabou passando ali e levando ela para casa.

Nos despedimos como amigas, sem despertar nenhum tipo de suspeita na frente do Sr Armstrong. Eu voltei para casa e desabei a chorar assim que entrei novamente no apartamento. Se aquelas fotos vazassem eu poderia dar adeus a tudo o que eu havia lutado tanto para construir até aqui. Como um erro cometido de forma tão boba poderia acabar com a minha vida daquela forma?