Capítulo VII: "Aslan, você parece um anjo..."

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O Valetin não conseguiu desviar a tempo e foi acertado bem no seu nariz. Algumas gotas de sangue pingaram no chão, mas o wasōbake limpou com o seu braço.

- Eu até estava pensando em pegar leve com você... pelo visto, você não é mais um bebê chorão.

- Se fosse para pegar leve comigo, você nem tinha me dado um soco.

O Aslan e o Valetin se conheceram quando tinham 6 anos. O fantasma, desde de a primeira vez que viu o loiro, teve uma certa rivalidade com ele, competindo por notas, amigos e atenção dos professores.

O feiticeiro nunca ligou para essa competição na cabeça do Valetin. Das poucas memórias que o Aslan teve desse período, a maioria eram o adolescente zoando o loiro por não ter conhecido a mãe e pela ausência dos seus poderes.

Os adolescentes estavam em posição de luta, esperando o outro atacar. O Aslan estava tentando evitar que o Valetin se aproximasse dele e da Nene.

Enquanto isso, a Nene estava parada sem saber o que fazer. Ela estava com medo de interferir e piorar ainda mais a briga, então só ficou observando o rumo da discussão.

A sereia estava pensando que a sua ação não estava certa. Seu coração estava querendo que ela fizesse algo, mas a sua mente pensava que era melhor deixar como estava.

De vez em quando um dos adolescentes atacava. Cinco minutos depois, eles estavam extremamente exaustos e bastante feridos, mas o ego deles era maior para acabarem a briga.

Esse era o momento perfeito para a Nene entrar em ação. A sereia caminhou para perto do Aslan com uma expressão decidida.

- Aslan, eu preciso que faça algo para cobrir os seus ouvidos. - A Nene sussurava em um tom maligno.

- Tudo bem... eu acho que lembro de um feitiço.

O Aslan se apressou e, felizmente, conseguiu acertar o encantamento. Era possível visualizar uma bolha roxa em volta do loiro.

Após dar a confirmação para a sereia, ela aquece previamente a sua voz e começa a cantar. Não era uma melodia bonita, eram algumas ondas sonoras indo na direção do Valetin.

Enquanto isso acontecia, o Archie estava um bom tempo procurando pelo Aslan. Sem esperança, ele foi para o corredor dos armários e viu aquela cena horrível, o Valetin estava com o rosto um pouco inchado e sangrando e o feiticeiro estava só com o rosto vermelho e inchado.

O Valetin estava jogado no chão enquanto o Aslan e a Nene estavam um pouco afastados. O loiro estava em estado de alerta esperando o wasōbake atacar novamente.

O vampiro parou no meio do corredor e fez uma expressão confusa e estava estampado na sua testa uma interrogação. O ruivo encarou os três pensando em algumas possibilidades do que tinha acontecido para os adolescentes estarem brigando.

Possivelmente, se o Archie não tomasse algum remédio para controlar a sua vontade de beber sangue, teria atacado o Valetin naquele momento.

- O que está acontecendo aqui? O Aslan não se mete em brigas... o que você fez, Valetin? - O ruivo perguntava com uma expressão raivosa e em um tom bravo.

- Eu não fiz nada! Esse idiota que começou! - O Valetin diz cuspindo um pouco de sangue.

O Aslan não respondeu ao insulto do wasōbake. Ele estava olhando fixamente para o chão com uma expressão de quem não estava pensando em nada.

O feiticeiro estava tentando se controlar para não piorar ainda mais a situação, mas quanto mais pensava nisso, mais a mágia fluia pelo seu corpo.

Meu Último AmanhecerOnde histórias criam vida. Descubra agora