Capítulo XXXVII: "Adeus, Aether"

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Lousntak respondeu em um aceno de cabeça que não. Lyons comentou a ausência de Aether nos treinos com Meiru, obtendo a resposta de que o jogador estava distante até mesmo de Sato, o que era exatamente estranho.

Aether nunca foi do tipo que não levava a serio os seus compromissos. Pelo contrário, ele era um dos primeiros que chegava na quadra e, sempre que tinha um tempo livre, preparava uma surpresa diferente para Meiru.

— Podemos procura-lo juntos, também preciso falar com ele — Lyons propôs, gerando como resposta da amiga um sorriso angelical.

Eles começaram a procurar pelas salas que Meiru ainda não tinha ido, por mais que sejam poucas, já estava bom para o começo. No caminho, os adolescentes trocaram ideias sobre outros lugares que Aether estaria.

Os adolescentes procuraram por todas as salas, pela biblioteca, nas outras quadras e até perguntaram para os colegas de classe de Aether, mas não acharam nenhum rastro. Parecia que ele tinha evaporado da escola.

Lousntak e Meiru decidiram descansar um pouco, que para a sorte deles tinha um grande banco de madeira vazio, antes de continuarem a buscar. Os pés de ambos já estavam doendo de tanto andarem.

— Por onde mais vamos procurar? Será que não é melhor desistirmos?

— Não faço ideia, o Aether não foi embora, eu tenho certeza! Por favor, Louis, vamos procurar só mais um pouco.

Quando a esperança de encontrar Aether parecia estar apagada, eles ouviram uma voz masculina vindo do corredor que estão, despertando curiosidade neles para descobrirem quem estava falando.

— A Meiru é gentil e engraçada, mas é exatamente irritante e infantil. Fora as ideias sem pé e cabeça que ela inventa, é cada coisa absurda que você nem imagina — Outra voz masculina respondia.

Lyons e Sato se olharam incrédulos com o que ouviram. Estranhamente, aquela última voz parecia com a de Aether, o que era mais esquisito nessa história é que o namorado da Meiru não era do tipo que falaria esse tipo de coisa pelas costas dela.

— Louis, você acha que pode ser o Aether?

— É uma possibilidade, mas espero que não. De qualquer forma, vamos investigar quem estava falando mal de você. — Sato sentiu um aperto no coração, pensando na possibilidade de ser o seu namorado falando.

Rapidamente, Lousntak e Meiru seguiram pelos sons das vozes, chegando em frente a antiga sala de música. Ambos ficaram se olhando, esperando alguém ter alguma iniciativa para abrir a porta.

Lyons, com uma grande onda de coragem, abriu a porta acinzentada de forma cuidadosa, confirmando as teorias deles. Aether e um colega de classe estão sentados nas cadeiras um ao lado do outros, ambos com uma expressão de surpresa e nervosismo.

A respiração de Meiru aumentou, ela mal conseguia acreditar no que tinha ouvido do seu namorado. Seus olhos, em poucos segundos, encheram-se de lágrimas, ameaçando cairem.

Sato sentiu seu coração se despedaçar junto com as mentiras e o tempo perdido em relacionamento com o Aether. Tudo o que tinham passado, foi realmente em vão?

— Eu confiei e te apoiei quando o mundo estava contra você! Deixei de ser quem eu sou de verdade para te agradar e é essa a retribuição do que fiz?  — A adolescente tentava segurar as lágrimas. — Sinceramente, esperava mais de você.

Meiru sentia a obrigação de fazer o possível e o impossível pelo relacionamento dos dois. Ela deixou de fazer o que gostava e as oportunidades de ouro foram jogadas no lixo.

Aether não fez nem a metade do que ela fez para o relacionamento deles durarem. Suas cobranças sem sentido estavam cada vez mais frequentes e rígidas.

Sato já estava cansada de lutar por algo que não valia a pena. Ela caminhou em direção à porta decidida do que iria fazer e que se não fizesse isso iria se arrepender.

Aether correu em sua direção, agarrarando o seu braço, implorando para que lhe deixasse explicar a situação.

— Eu não quero ouvir suas desculpas esfarrapadas — Ela respondia, tirando a mão dele de seu braço. — Adeus, Aether, não me procure mais.

Meiru sentiu um pouco de alívio, descobrir o que Aether pensa sobre si foi melhor do que continuar um relacionamento cheio de mentiras e incertezas.

Mesmo que seja doloroso e que deixaria uma grande ferida, terminar com Aether foi a melhor solução do momento.

O mundo de mentiras que ela criou desabou, dando espaço para um lugar livre e que não precisava mais das aprovações do seu ex-namorado para mudar conforme ele achasse melhor.

Rapidamente, Lousntak ficou na frente de Meiru, encarando Aether para impedir de que ele chegasse perto de sua amiga.

Meiru correu em direção a sala de culinária, procurando a sua melhor amiga Avril para desabafar sobre o que aconteceu.

Lousntak e Aether conversaram bastante depois que saiu. Lyons deu uma pequena lição de moral no ex-namorado de sua amiga sobre ter falado da mal da Meiru e a falta de compromisso nos treinos.

Após a conversa, ambos seguiram para a quadra. Ethan já estava há um bom tempo esperando os dois jogadores voltarem para resolver sobre as frequências.

Quando os adolescentes chegaram na quadra, não encontraram ninguém além de Ethan e Kyosuke. Martin e Yoshikawa tinham decido cancelar de última hora os treinos para resolverem o problema que Aether causou.

Ethan e Kyosuke estavam conversando, esperando tempo passar enquanto anotavam datas importantes dos treinos. Assim que viu Aether e Lousntak, Martin virou-se na direção dos adolescentes.

— Oi sumido, finalmente resolveu aparecer — Ethan diz encarando o jogador com fúria. — Quero uma justificativa rápida e plausível para as suas ausências, Aether.

Aether expressou um sorriso nervoso. Ele sentiu uma onde de arrependimento o atingir, fazendo-o refletir sobre o Lyons tinha dito.

Ethan e Aether conseguiram entrar em um acordo: o Aether permanecia no time e aumentava a frequência nos treinos ou simplesmente saia de uma vez da equipe.

O jogador ainda estava em dúvida sobre participar ou não, por conta disso, temporariamente, escolheu a primeira opção até certeza sobre o que iria fazer.

Enquanto isso, Lousntak estava tentando entrar em contato com uma das melhores amigas. Ele sabia que Meiru e Avril estavam juntas em algum lugar da escola.

Desde que a amiga saiu da sala, ele pretendia ir para quadra para apenas contar sobre Aether e, logo em seguida, voltar para consolar Meiru nesse período.

Eles sempre se ajudavam nos momentos bons ou ruins. Dessa vez, não era diferente, Lousntak queria dar o maior apoio possível que conseguisse.

Depois de mais de dez ligações perdidas, Avril finalmente atendeu. Lyons, sem enrolação, perguntou se Meiru estava com ela.

— A Meiru está sentada aqui na sala de culinária. Daqui a pouco a minha aula termina, se você puder vim eu agradeço.

— Pode deixar, estou indo.

Continua

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