Capítulo XL: Segredos do Passado

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— Desde a infância, Christopher é teimoso, persistente e imprudente em superar seus limites, o que o fazia ter constantes machucados — Aslan, que estava preso em seus pensamentos, voltou sua atenção para Michael. — Nisso, vocês são parecidos. 

O feiticeiro arqueou uma das suas sobrancelhas loiras e de formato quase perfeito em curiosidade. 

— Tive o privilégio de acompanhar ambas as evoluções, por isso, tenho noção de que você irá se tornar um feiticeiro melhor do que meu irmão já foi. 

— O que aconteceu com ele? — Por mais que sua pergunta, possivelmente, ferisse seu pai, a sua curiosidade gritava em uma intensidade maior. 

— Christopher está preso em uma dimensão atemporal criada pela Deusa do Tempo, que, de acordo com os livros, é impossível sair sem morrer — Michael respirou fundo, tentando segurar suas lágrimas. 

— Nem se for alguém com poderes fortes? 

— Talvez, quem sabe? 

— Se for assim, eu te prometo que quando me tornar forte o bastante vou salvá-lo!

Michael não evitou de expressar um sorriso de orelha a orelha, orgulhoso da fala do adolescente. 

— Agradeço do fundo do meu coração, mas prefiro que não faça isso. Não quero arriscar te perder também. 

O feiticeiro não sabia ao certo o que responder. Ambos ficaram em um silêncio constrangedor até Michael dizer: 

— Nunca foi minha intenção esconder sobre o meu irmão, mas foi inevitável por causa do peso da culpa. 

Aslan respondeu com um sorriso, abraçando seu pai fortemente. Michael retribuiu o gesto, o que fez ambos se sentirem em lugar distante que os problemas não importavam, pois tinham a companhia e apoio do outro.

Eles ficaram abraçados por um tempo, aproveitando o momento caloroso, até o mais velho se lembrar da surpresa que planejou. 

— Não é algo extraordinário, mas pensei que você poderia gostar de ver algumas fotos minhas, do Christopher e da sua mãe na época que eramos inseparáveis. 

Michael retirou um álbum marrom e personalizado com diversos elementos que representavam o trio, entregando para o filho. 

— Muito obrigado, vou cuidar bem do álbum. 

Antes que pudesse responder, Michael foi interrompido por uma ligação em seu celular. 

— Preciso atender, é o meu chefe ligando — O feiticeiro assentiu. 

Enquanto Michael atendia o telefone, Aslan tentava processar a história que ouviu. Ele nunca imaginava que o mais velho tinha passado por uma situação mirabolante. 

— Desculpa, Aslan, meu chefe disse que tenho uma viagem de emergência amanhã e só volto daqui há duas semanas. O resto da história fica pra quando eu voltar. 

— Tudo bem, afinal faz parte do seu trabalho — O feiticeiro sorriu fraco. 

Michael se desculpou mais uma vez e disse que ia para o seu quarto arrumar as suas malas. Aslan também iria para o  próprio quarto, pois tinha um compromisso: terminar um trabalho que valia nota. 

O feiticeiro preferia fazer os trabalhos com antecedência do que deixar para última hora.

Ambos seguiram para os seus respectivos quartos, despedindo-se com um aceno de mão. 

Quando terminou o trabalho, Aslan levantou-se da cadeira, apagou a luz do quarto e foi deitar em sua cama para descansar. 

Meu Último AmanhecerOnde histórias criam vida. Descubra agora