Meu Último Amanhecer

Capítulo XXX: O lindo luar de Ongakuchi.

     Enquanto as coisas boas aconteciam em Furīchi, em Ongakuchi ainda estava um clima tenso de reencontro familiar. Uma das poucas coisas boas que aconteceram nos dois dias que Archie e Shay chegaram foi a aproximação do Theodore e do vampiro.

     O vampiro, nesse exato momento, está deitado olhando fixamente para o teto, esperando a vontade de dormir chegar. Ele estava à dois dias sem dormir, preocupado com o seu tratamento e sem saber o que pensar sobre o seu reencontro repentino com a sua mãe, fora que dormir em um colchão e a saudade da Poppy não estavam favorecendo o seu descanso.

     O ruivo já tentou se distrair escrevendo em seu caderno de viajem, mas pouco adiantou. Tudo o que ele precisava naquele momento era do apoio dos seus melhores amigos que, provavelmente, estavam dormindo nesse exato momento.

     A diferença de horário de Furīchi e de Ongakuchi são de 13 horas. Ou seja, era difícil conseguir ter um horário específico para que algum amigo dele estivesse livre para responde-lo.

     Felizmente, o seu celular tem bateria o suficiente para passar o tempo até o seu sono chegar, o garoto não aguentaria mais tanto tempo sem dormir depois de ter ficado dois dias inteiros acordado.

     No dia anterior, Archie conheceu alguns adolescentes interessantes no condomínio do Theodore, mesmo tendo sido forçado a fazer novas amizades ele se divertiu bastante e não se arrependeu.

     Provavelmente, no final da tarde, ele e o Theodore planejavam encontrar os amigos deles quando voltassem da consulta do ruivo.

     Archie planejava fazer algumas coisas antes de voltar para Furīchi, como, por exemplo, comprar alguma coisa para os seus melhores amigos e visitar os principais pontos turísticos de Ongakuchi.

     Ele já tinha uma ideia dos melhores lugares para visitar, mas quanto a questão dos presentes dos seus amigos, Archie não tinha ideia do que poderia comprar. O vampiro sabia exatamente o que queria comprar para a Nene e para o Aslan, mas para o Akira e para a Bea teria que improvisar.

     Alguém bateu na porta, interrompendo os seus pensamentos sobre os presentes dos seus amigos. Archie se levantou na casa, na ponta dos pés, e abriu a porta delicadamente e sem fazer barulho.

     Theodore estava na frente do ruivo com um sorriso sem graça e com olheiras. O ruivo convidou ele para entrar e, logo em seguida, fechou a porta.

     Os garotos se sentaram na cama e, por um longo tempo, ficaram desviando o olhar num silêncio esquisito, até que Theodore resolveu falar algo.

     — Também não está conseguindo dormir? — Theodore perguntava levantando uma das suas sobrancelhas, curioso para ouvir a resposta de Archie.

     — Bem, sim. Toda vez que tento dormir, um turbilhão de pensamentos me atrapalham. — Ele suspirou. — Meus amigos e minha gatinha estão do outro lado do planeta, não consigo dormir pensando o quão longe estou deles.

     — Entendo o seu lado, aconteceu a mesma coisa comigo quando me mudei para Ongakuchi, fiquei inúmeros dias sem dormir até me acostumar.

     — Mudando de assunto, como sabia que eu estava acordado e entediado?

     — Eu não sabia, apenas presumir que ainda não é o horário certo para os vampiros dormirem. Fora que eu também não consegui dormir.

     — Isso faz sentido, mas você não precisa descansar para a sua aula?

     — Hoje não tenho aula por conta de um feriado na cidade, mas as lojas funcionam normalmente.

     — Ainda bem, fico aliviado com isso. — Archie respondia suspirando. — Theodore, o que você mais gosta de fazer aqui em Ongakuchi?