Capítulo 6

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Júnior Barbosa

...

Quando chego na rua da casa dos meus pais, aperto freneticamente a buzina, e para minha completa felicidade vejo ao longe meus pirralhos pulando de alegria ao verem que eu estou chegando.

Finalmente chego e estaciono. Saio do carro o mais rápido que posso. Estou louco para abraça-los.

Eles não perdem tempo e vêem correndo até mim me encontrando no meio da rua, sorte que meus pais moram em condomínio fechado e não tem movimento de carros.

Parecendo três mini relâmpagos, os três pestinhas chegam até mim me agarrando pelas pernas.

- Titiuô - grita Laura - eu tavo com sodade.

- "Eu estava com saudade", é assim que se fala, Laura - Lucas a corrige.

- Eu tavo tabém ué, já falei.

- Deixa sua irmã, Lucas. - Laura tem 2 anos, por isso não sabe falar muito bem. Já o Lucas, acha que já é um homem adulto com apenas 6. É engraçado.

- Oi tio Jú. - Júlia, que tem 9 anos e é minha sobrinha mais velha, diz baixinho.

- Oi, minha princesa.

Eu amo todos os meus sobrinhos, e não é que eu tenha alguma preferência, porque de fato não tenho, mas a Júlia foi o primeiro pacote de amor na minha vida, a primeira que eu amei sem ao menos conhecer. Ela despertou em mim o sentimento mais puro.

- Eu estava com muita saudade, tio.

- Eu também estava, meu amor. Muita! - me agacho e beijo sua bochecha.

Beijo a dupla dinâmica também.

- Titio, sabia que eu blinquei na lagatinha que vua? - pergunta Laura. E acho que ela está se referindo a aquela lagarta que tem vários assentos e que desliza sob os trilhos.

- Eu também fui, mais foi chato. Era muito devagar. - Lucas reclama - o bate bate foi bem mais legal. Eu bati em vários carrinhos.

- E foi batido por muitos carrinhos também. - Júlia rebate.

- Mais eu fui o melhor de todos, não foi Laurinha?

- Foi. Meu imão é um motolista pofecial. - fala toda orgulhosa.

- Motorista profissional, Laura. - corrige Lucas.

- Isso. Motolista pofecial. - repete.

- Desisto titio, a Laura não aprende. - Lucas reclama.

- Apendo sim. - diz Laura brava.

- Não aprende não. - Lucas rebate.

Um querido!

- Tudo bem, já chega. Nada de discussões, ok?! Ou o tio vai embora.

E em uníssono, um alto "não" é gritado.

- Não vai tio Jú, eu quero ficar com você. - Júlia pede com os olhinhos marejados.

- Tudo bem, minha princesa. O tio vai passar a tarde toda com vocês.

A Júlia é uma menina muito esperta e arteira, mas também é muito sensível.

- Vocês vão ficar no meio da rua, ou vão querer entrar e tomar o milk sheik da vovó? - minha mãe, que está parada em frente ao portão, pergunta.

- Milk sheik!!!! - respondem e saem correndo, nem parece que estavam parecendo uns carrapatos agarrados em mim dois segundos atrás.

Me aproximo da minha mãe e a beijo na testa.

Nocaute - Docshoes Onde histórias criam vida. Descubra agora