Capítulo 12

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Júnior Barbosa

Duas semanas depois...

O tempo passou voando. Tudo está acontecendo muito rápido, e ao mesmo tempo que eu estou eufórico, a ansiedade está batendo na minha porta de forma incansável.

É um saco! Eu fico louco com isso.

Uma hora você está bem, e na outra você começa a ter uma sensação de aperto, o coração acelara e você acha que a qualquer momento pode morrer. É difícil conviver com essa merda.

Por isso, assim que me levanto, só tomo um banho e vou direto para a academia, estou começando a sentir um aperto e isso não é nada bom. Preciso estar em um ambiente que me sinta bem. Preciso me sentir seguro!

A viagem não é nada agradável. O silêncio, a vista, o vento na janela... nada disso me conforta, muito pelo contrário.

Chegando, eu estaciono de qualquer jeito, pouco me importa, só quero sair daqui.

Estou sufocando!

- E aí Juninho, agora falta só um mês e quinze dias, tá ligado, né? - Almeida fala vindo em minha direção. Mas, ele para assim que está próximo o suficiente para notar que eu estou uma bagunça.

- Qual foi Júnior? Cê tá bem, mano? - pergunta preocupado.

- Não! - respondo direto. O Almeida é meu amigo, não preciso fingir em sua frente. Ele, Santos e Luiz me conhecem bem.

- Aquela parada de novo, irmão?

Não consigo responder, alguma coisa fecha minha garganta e tenho dificuldade para respirar. Puxo o ar forte, sinto o peito subir e descer, mas não o sinto entrar em meus pulmões.

De repente, sinto braços me envolvendo e mãos acariciando minha cabeça. Passo um tempo ali, e depois de minutos sinto aquele aperto no peito afrouxando.

Me desvencilho do abraço e o Almeida aparece em meu campo de visão, aqueles minutos foram tão perturbadores, que nem percebi que foi ele que me abraçou.

Com a respiração mais compassada e a voz menos trêmula, consigo agradecê-lo por estar ali para mim.

- Obrigado, irmão - lhe puxo para um outro abraço - obrigado mesmo.

- Não precisa agradecer por isso isso Jú, você é meu irmão, cara. Sempre que precisar estarei aqui.

- E essa melação toda aí, em? - Santos pergunta se aproximando de nós.

- Sem brincadeiras, mano. O Jú teve um momento tenso agora a pouco.

Nesse mesmo instante a atenção do Santos vira toda para mim, é nítida a preocupação em seu olhar. Por isso, eu logo trato de mostrar que estou bem - ou que, pelo menos, estou ficando.

- Estou bem! - ele continua me olhando preocupado.

- Tem certeza? - pergunta como se não acreditasse.

- Tenho! Quantas vezes eu me escondi de você? - e com isso, quero dizer que nunca escondi minhas fraquezas dele.

- Nenhuma se quer.

- Eu falo sério, não se preocupe, ok? Eu estou bem! - falo mais firme para que ele acredite e parece que funciona, sua expressão suaviza - Mas, para eu ficar ainda melhor, só se nós formos para o octógono agora para eu acabar com vocês dois.

- Até parece... - Almeida resmunga.

- Falando assim, até parece que é um lutador. - Santos completa.

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