Alice de França
Só uma palavra para esse momento: Lindo!
Ele está absurdamente lindo!
Como é possível, nessa galáxia, esse homem conseguir ficar ainda mais bonito do que ele já é?
Eu achava que não tinha como, mas eu estava certa? Óbvio que não. E eu vou dizer isso para ele? É óbvio que não também.
Já disse que ele está encantador, é o suficiente. Ele já se acha demais para o seu próprio bem, não vou, de jeito nenhum, massagear esse ego gigante dele.
- Essa música é boa. - ele diz me chamando atenção.
- Muito! Eu adoro ela. - eu tinha colocado Sonho do Atitude 67 para tocar. Essa é uma das minhas músicas favoritas - me lembra muito das vezes que eu fui subestimada e desmotivada a correr atrás dos meus sonhos, sabe? Mas eu nunca desisti, mesmo muitas vezes sendo difícil, eu permaneci firme naquilo que eu queria.
- Seus pais não te apoiaram, Alicinha? - eu, parecendo a menina do exorcista, olho em sua direção - Ãn... Quer dizer... Alice. Seus pais não te apoiaram, Alice? - ele corrige.
- Não precisa se corrigir, eu só estranhei porque ninguém nunca me chamou assim. Mas você pode chamar se quiser. - sorrio para que ele entenda que eu realmente não me incomodei. Eu até gostei, mas não vou dizer a ele, é claro.
- Mas, respondendo sua pergunta... Meus pais sempre me apoiaram e acreditaram em mim. Nunca ouvi uma palavra de desencorajamento vinda deles. Nem do meu irmão, que era um molequinho na época. Eram as pessoas à minha volta, até no hospital quando eu comecei a trabalhar lá, as pessoas da minha própria equipe me subestimavam. Até hoje não entendo o porquê.
- E não precisa. Você não tem que entender nada sobre a forma como essas pessoas lhe trataram se não foi você que deu causa a isso. Elas não sabem de nada. Você é uma profissional excelente e não precisa da validação de quem não acredita nisso.
Eu fico um tempo olhando para ele sem entender nada. Ok que nos demos bem mesmo sem nos conhecermos direito, mas ele, nesse meio tempo, já me elogiou de uma forma linda quando eu falei sobre amar a UTI, e agora me defendendo de algo que me aconteceu já faz um bom tempo.
- Tem alguma parada no meu rosto? - ele pergunta tentando entender o porquê de eu o estar encarando.
- Não é nada disso. É só que eu estou um pouco impressionada com a forma que você fala sobre mim. Só estou acostumada com meus amigos falando assim.
- Eu sou seu amigo, bonitinha.
- E quem disse que eu quero ser sua amiga? - provoco fazendo uma gracinha.
- Você pode ser outra coisa se quiser. - ele diz e pisca para mim.
Eu quase pedi para ele parar o carro para eu descer. Que vergonha! Esse Júnior é muito abusado. Eu em... Quem já viu falar uma coisa dessa para uma boneca como eu? Eu tenho certeza que minhas bochechas estão coradas, mas não vou dar esse gostinho a ele.
- Muito obrigada, mas eu passo! Já tenho um irmão.
- O quê?
- Ué, você falou que eu podia ser algo além de amiga, se eu quisesse. E o que eu poderia ser sua além disso? Isso mesmo, irmã.
- Eu não falei nada relacionado a isso, até porque eu também já tenho uma irmã, sua engraçadinha.
- Então estamos quites, garotinho. - dou uma piscadela.
Ele olha para mim e sorri ladino. Não fala mais nada e apenas se concentra no trânsito. O silêncio que se instalou entre nós é bem vindo.
Então seguimos estrada curtindo a música que preenche e toma conta do ambiente.
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Nocaute - Docshoes
FanfictionNa luta entre o medo e o coração, ele só tem duas opções: esconder-se atrás dos seus receios, ou lutar e viver a mais bela história de amor que já se ouviu falar. A pergunta que fica, é: Qual delas ele irá escolher? . . . . História inspirada em Am...