Júnior Barbosa
Quase dois dias sem Alice aqui, e a falta dela está me sufocando. Eu não sei de onde vem esse sentimento nem essa vontade de poder, ao menos, vê-la de perto, mas está aqui, e está me incomodando para um cacete.
É um novo sentimento, uma nova necessidade. Estar com Alice é o mesmo que estar flutuando em águas mansas e tranquilas.
Há muito eu esperava por essa tranquilidade em minha vida, e agora que finalmente a encontrei, não sei o que fazer. Mas, por enquanto, estarei aproveitando o que ela quiser me oferecer, cansei de negar meus sentimentos, cansei de mentir para mim mesmo. Eu não sei o que Alice sente, ou o que ela espera de mim, mas estou disposto a lhe dar tudo o que desejar.
Pensando nisso, resolvo quebrar nosso acordo e mandar mensagem agora mesmo.
- Linda, não consegui esperar até a noite, não lamento por isso, rs. Espero que seu dia esteja sendo maravilhoso e que esteja aproveitando, como me prometeu.
Espero alguns segundos e meu celular toca com uma nova notificação. Era Alice.
- Oi, lindo (você me convenceu, haha), o dia está sendo mais que perfeito, reencontrei duas pessoas que fizeram parte da minha vida aqui e estou muito, muito feliz.
- Que bom que está tão feliz. Isso tranquiliza meu coração, Alice.
É verdade. Saber que ela estar bem e feliz também me enche de alegria. Ultimamente, tudo que diz respeito a Alice me interessa e me toca profundamente.
- Você é fofo!
- Só com você.
- Bem, eu não posso reclamar de tamanha exclusividade.
- Não pode mesmo. Você é única para mim, Alice.
- Júnior, eu acho que você está apoixonado por mim.
Aposto que ela está corada. - queria tanto poder ver suas bochechas assumindo um tom específico de rosa - E aposto que ela só falou isso porque não estou por perto. Espertinha!
- E se eu estiver, o que fará a respeito?
- Hum... Não sei! Certamente cair durinha no chão. Um lutador famoso, alto, forte e bonito apoixonado por mim? É muito para o meu coraçãozinho bobo e romântico.
- Então a senhorita me acha bonito, é isso mesmo? - sorrio com a imagem de uma Alice com um sorriso tímido em minha mente.
- Bonito. Muito bonito! Bonito demais para o meu próprio bem.
- Quantas taças de vinho você já tomou?
- Algumas, rs.
- Olha lá em... Depois não quero ninguém mandando áudio cantando e se declarando para mim.
- Você deve sonhar com o dia que declaro meu amor por você.
- Então quer dizer que você me ama?
- Bobo! O que está fazendo? - Alice é bem esperta, rapidamente muda de assunto.
- Esvaziando a mente.
- Algum problema?
- Uma certa loira espertinha invadindo todos os meu pensamentos. Um grande problema, de fato.
- Oh, sinto tanto por isso!
- Isso soou tão falso, Alice.
- De forma alguma? Porque seria?
- Porque você é a culpada por isso. Toda a bagunça na minha cabeça, é sua responsabilidade.
- Bem, realmente não sinto nem um pouco por ser a dona dos seus pensamentos. É uma honra, na verdade.
- Você é má!
- E você é apaixonado por mim.
- Talvez!
...
- E aí, Júnior, já falou com a novelo de lã? - Almeida se aproxima.
- Ainda não.
- Você sabe que tem que fazer isso logo, não é? - Agora é a vez de Santos perguntar.
- Eu sei, mas não é tão fácil quanto parece.
- É o que eu sempre te falo, Júnior: não importa a dificuldade da luta, temos que sempre que lutar. Agiliza logo isso, cara. Você vai acabar machucando a Alice, mesmo sem querer.
- Pois é, cara. Pensa nisso, pelo que eu pude conhecer de Alice, e pelo tanto que você fala sobre ela, ela é uma mulher incrível. Não deixa ela escalar, fala a verdade só de ter que ir embora, e eproveita e fala a verdade sobre está apaixonado. - Almeida diz piscando um olho em minha direção.
- Isso também não é tão fácil quanto parece.
- Ah, Júnior, não em com essa - Santos me dá um pescotapa - Você luta com caras tão fortes e grandes quanto você, tá com medo de enfrentar uma médica maluca de meio metro? Tá de sacanagem!
- Você falou tudo, meu amigo. Ela é maluca. - Rimos os três.
- Essa é a segunda vez que falamos isso, na terceira é bom que seja me convidando para padrinho do casório.
- Eu também. - Almeida fala sorrindo.
...
Na traquilidade do meu lar, depois de um banho relaxante, me pego pensando, mais uma vez, em Alice. É inevitável!
Eu ainda não sei como falar para ela que em breve irei embora, a menos que...
É isso! Acho que isso pode ser uma ótima ideia.
Pego um papel e uma caneta, vou escrever aqui tudo que eu falarei para ela, como um treinamento.
Pensei, escrevi e rasguei o papel umas vinte vezes, chegou um momento que eu nem pensava mais, só escrevia. Até que eu consegui, finalmente, terminar. Escrevi nessa folha tudo o que sinto, tudo o que quero ter com Alice e, claro, minha ida para Miami. Vou ler essa "carta" todos os dias até ela voltar, vou devorar tudo para não correr o risco de me embananar com as palavras.
Eu espero, sinceramente, que o que eu sinto por ela seja reflexo do que ela sente por mim, porque não estou preparado para, além de não ter seu amor, perder sua amizade tão rara e importante para mim.
Não suportaria passar um dia sequer na ausência da minha loirinha. Só de pensar nisso meu peito aperta.
Logo trato de expulsar esses pensamentos da minha cabeça. Agora que admiti para mim mesmo sobre o que sinto por Alice, nada vai ser capaz de impedir o curso do destino na minha vida.
E o curso do destino é esse: trazer Alice para os meus braços.
Eu só espero não estar errado. E oro, para que o curso do destino dela ser o mesmo.
.
.
.De novo esse assunto e Júnior não toma jeito. Até que o coitado teve uma ideia interessante.
Tomara que ela consiga decorar tudo, o pobi.
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Nocaute - Docshoes
FanfictionNa luta entre o medo e o coração, ele só tem duas opções: esconder-se atrás dos seus receios, ou lutar e viver a mais bela história de amor que já se ouviu falar. A pergunta que fica, é: Qual delas ele irá escolher? . . . . História inspirada em Am...