Capítulo 8

1.1K 67 12
                                    

Alice de França

Me olho no espelho depois de toda a produção, e quase não reconheço a mulher que está bem na minha frente. É surreal o quanto um cabelo e uma maquiagem bem feita podem mudar o visual de alguém. Sem contar a massagem e o cuidado com a pele.

Também é assustador.

- E então, o que achou? - Roberta quis saber.

- Um espetáculo!

Corrigi o corte e a cor do meu cabelo. Não mudei a cor nem o tamanho, o corte apenas deu uma suavizada e tirou aquele peso, e a cor permanece a mesma, apenas retoquei o loiro. Mas isso já fez uma diferença imensa.

- Eu amei demais. Ficou do jeitinho que eu queria.

- Que bom que gostou. - Roberta diz animada.

Converso um pouco mais com ela e com as meninas que trabalham aqui, elas são maravilhosas.

- Bom, acho que já tomei bastante o tempo de vocês. - falo já me levantando da cadeira onde eu estava sentada.

- Mas já? Vai a algum encontro? - Marta, que é uma das meninas que trabalham aqui, pergunta sugestiva.

- Quem me dera, viu? Mas não, não tenho nenhum encontro hoje.

- Mas do jeito que está linda, talvez você arrume um assim que sair por essa porta.

- Ah, não exagere, não é para tanto. - faço charme.

- Vou fingir que você pensa assim. - diz Roberta sorrindo para mim.

Retribuo o sorriso e me despeço mais uma vez.

Na saída, nenhum encontro arranjado. Uma pena... Para eles!

Mas percebo olhares de admiração em minha direção, tanto de homens como de mulheres. E sem querer me gabar, mas é uma ótima sensação.

Ando em direção ao estacionamento onde deixei meu carro, pago a vaga e saio em busca do meu apartamento.

A ida até em casa é tranquila, nada de invadir ruas, nem de apagar o carro.

Quando chego, decido ligar para a Pam e mostrar o novo visual.

- Oi, Pam. - aceno através da câmera.

- Nossa, que linda! - ela diz admirada - não que você já não fosse, claro.

- Obrigada, estava precisando de um glow up, sabe?

- Sei como é amiga, também ando precisando de um desse. E faz tempo. - diz rindo de si mesma.

- Sabe, eu tava pensando aqui... Eu me produzi toda para ficar em casa? Nem uma saidinha? Que tal se a gente sair para jantar?

- Ai Alice, queria muito, mas eu estou tão cansada. Acabei de chegar do hospital, minha cabeça está doendo tanto, parece que tem uma escola de samba dentro dela.

- Poxa, Pam. Então descansa, nada que uma boa noite de sono e uma dipirona não resolvam.

É, acho que vou ter que ir jantar sozinha.

- Mas se quiser muito, eu vou com você. - sugere.

- Nem pensar! Você vai ficar quietinha aí descansando, ok? Eu posso me virar sozinha. - De jeito nenhum eu vou deixar ela sair de casa. Eu sei o que é chegar cansada dessa forma.

- Tem certeza? - insiste.

- Absoluta! - falo firme.

- Então tá. Se mudar de ideia, não me ligue.

Nocaute - Docshoes Onde histórias criam vida. Descubra agora