Alice de França
Me olho no espelho depois de toda a produção, e quase não reconheço a mulher que está bem na minha frente. É surreal o quanto um cabelo e uma maquiagem bem feita podem mudar o visual de alguém. Sem contar a massagem e o cuidado com a pele.
Também é assustador.
- E então, o que achou? - Roberta quis saber.
- Um espetáculo!
Corrigi o corte e a cor do meu cabelo. Não mudei a cor nem o tamanho, o corte apenas deu uma suavizada e tirou aquele peso, e a cor permanece a mesma, apenas retoquei o loiro. Mas isso já fez uma diferença imensa.
- Eu amei demais. Ficou do jeitinho que eu queria.
- Que bom que gostou. - Roberta diz animada.
Converso um pouco mais com ela e com as meninas que trabalham aqui, elas são maravilhosas.
- Bom, acho que já tomei bastante o tempo de vocês. - falo já me levantando da cadeira onde eu estava sentada.
- Mas já? Vai a algum encontro? - Marta, que é uma das meninas que trabalham aqui, pergunta sugestiva.
- Quem me dera, viu? Mas não, não tenho nenhum encontro hoje.
- Mas do jeito que está linda, talvez você arrume um assim que sair por essa porta.
- Ah, não exagere, não é para tanto. - faço charme.
- Vou fingir que você pensa assim. - diz Roberta sorrindo para mim.
Retribuo o sorriso e me despeço mais uma vez.
Na saída, nenhum encontro arranjado. Uma pena... Para eles!
Mas percebo olhares de admiração em minha direção, tanto de homens como de mulheres. E sem querer me gabar, mas é uma ótima sensação.
Ando em direção ao estacionamento onde deixei meu carro, pago a vaga e saio em busca do meu apartamento.
A ida até em casa é tranquila, nada de invadir ruas, nem de apagar o carro.
Quando chego, decido ligar para a Pam e mostrar o novo visual.
- Oi, Pam. - aceno através da câmera.
- Nossa, que linda! - ela diz admirada - não que você já não fosse, claro.
- Obrigada, estava precisando de um glow up, sabe?
- Sei como é amiga, também ando precisando de um desse. E faz tempo. - diz rindo de si mesma.
- Sabe, eu tava pensando aqui... Eu me produzi toda para ficar em casa? Nem uma saidinha? Que tal se a gente sair para jantar?
- Ai Alice, queria muito, mas eu estou tão cansada. Acabei de chegar do hospital, minha cabeça está doendo tanto, parece que tem uma escola de samba dentro dela.
- Poxa, Pam. Então descansa, nada que uma boa noite de sono e uma dipirona não resolvam.
É, acho que vou ter que ir jantar sozinha.
- Mas se quiser muito, eu vou com você. - sugere.
- Nem pensar! Você vai ficar quietinha aí descansando, ok? Eu posso me virar sozinha. - De jeito nenhum eu vou deixar ela sair de casa. Eu sei o que é chegar cansada dessa forma.
- Tem certeza? - insiste.
- Absoluta! - falo firme.
- Então tá. Se mudar de ideia, não me ligue.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nocaute - Docshoes
FanfictionNa luta entre o medo e o coração, ele só tem duas opções: esconder-se atrás dos seus receios, ou lutar e viver a mais bela história de amor que já se ouviu falar. A pergunta que fica, é: Qual delas ele irá escolher? . . . . História inspirada em Am...