10/09/2022 - 445 dias antes do assalto a Florence Joalheria
Sadie Sink
— Acho que você realmente não é mais a mesma. — Maya riu levemente, observando-me terminar de guardar algumas peças de roupa na mala. — Engraçado isso.
— Achei que fosse me repreender, me chamar de louca. — comentei ao colocar o secador de cabelo dentro da bolsa e encara-lo por alguns segundos, tirando-o logo em seguida.
— O que adiantaria? — deu de ombros. — Mas ainda não deixa de ser engraçado tudo isso.
— Eu ainda estou me acostumando a isso também. — ri pelo nariz.
— Não estou falando de você estar indo viajar sem mais de trezentos dólares no bolso, Sadie. — respondeu-me. — Acho que já estamos convencidas que ele tem pelo menos onde cair morto. — pausou. — Eu me refiro a ter aceitado ir. Faria isso se fosse outra pessoa? — ergueu uma das sobrancelhas. — Porque eu acho que não.
— Caramba, não precisa jogar na minha cara o fato de eu ser uma idiota apaixonada — ri, mas não deixava de ser verdade. — Não vamos falar sobre isso de novo, principalmente sobre os petiscos. — falei com um leve sarcasmo.
Maya gargalhou. — Os petiscos são bons, eu já entendi isso. — deitou-se ao lado da minha mala na cama. — O que me preocupa é você estar longe de Sacramento com duas investigações rolando, só isso.
Revirei os olhos como se isso não importasse tanto assim; mas até ontem, eu pensava na mesma coisa.
— Eu não vou parar de viver minha vida por conta disso. — comentei, ficando de costas a ela e procurando mais alguma coisa interessante nas gavetas do guarda-roupa para levar. — Fora que é ótimo pensar que estarei longe do Nicholas. É o melhor agora. — a melhor parte de estar fora, na minha opinião; ainda mais depois da quarta-feira, o qual nem me dei o desprazer de compartilhar com Maya.
— Sobre o Nicholas... — ela suspirou. — O Dacre conversou comigo sobre ele. — disse e eu imediatamente voltei a encara-la.
— O que? — questionei-a séria. — Você não contou sobre o dinheiro, não é?
— Não, Sadie, não. — ela respondeu de prontidão. — Ele perguntou sobre o comportamento psicopata dele. — riu nervosa. — Acho que ele realmente se importa muito com você, isso é bom. — sorriu.
Eu respirei um pouco mais aliviada, mas ainda tensa em pensar que, por frações de segundos, Dacre soubesse de tudo que eu passei e, ainda passava. Por mais que eu soubesse que sua ajuda era um tanto voluntária, eu ainda me sentia culpada; cacete tinham sido cinco mil dólares.
— Mesmo assim, não gosto de incomodá-lo com esse tipo de coisa. — declarei, sentando-me na cama próxima a Maya. — Mas ele não me escuta de qualquer forma. — sorri levemente; no fundo eu me sentia grata por isso.
Maya levantou o corpo, sentando-se e colocando a mão sobre meu ombro. — Ainda bem que não te escuta, não é. — afirmou. — E a irmã dele, voltou a vê-la?
Neguei com a cabeça. — Não. — sorri ao lembrar de Emilly. — Eu bem que queria, mas ele não a trouxe mais.
Ela não disse nada, apenas assentiu; já que não achava muito normal a relação da menina com Dacre, ela só preferia não dizer isso em voz alta para mim.
Instantaneamente, minha mente focou no fato de ser domingo no dia seguinte e que Dacre viajaria comigo; o que me fazia questionar se ele havia se esquecido disso ou realmente concordava em não ver a garotinha por alguns dias. Peguei o telefone sobre a mesinha de cabeceira, ainda era uma da tarde, o que dava tempo de fazê-lo reavaliar a situação.
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Crime Culposo | Vol.1
RomancePresa em um emprego que achava ser dos sonhos e enfrentando problemas financeiros, Sadie Siink vê sua vida virar de cabeça para baixo quando a empresa onde trabalha é alvo de um assalto e é feita refém por Dacre Montgomery, um homem que é mais do qu...