05/04/2022 - Dia do assalto a Conceptum Corporation
Dacre Montgomery
Caleb não havia dito nenhuma palavra desde que havíamos deixado Charlie no hospital. Eu dirigia a pelo menos 100km/h dentro da cidade, o que com certeza me garantiria uma multa; mas esses era o menor dos problemas sem dúvida.
Minhas mãos apertavam o volante com força, porém, eu evitava as olhar, já que estavam levemente avermelhadas - não sei se pela força que eu fazia ou por Charlie -.
— O que a gente faz agora? — o jovem ao meu lado ousou perguntar.
— O que vamos fazer agora? — repeti a sua pergunta em um tom irônico. — Não sei, me diz você, já que tem ótimas ideias pelo visto. — olhei-o sem esconder meu ódio e aumentando meu tom de voz.
Caleb não disse nada, apenas devolveu meu olhar com um semblante assustado. Imagino que estivesse repensando em todo ocorrido provocado por ele.
— Ela veio em minha direção, eu não pude evitar... — manifestou-se após alguns segundos.
— Não pode evitar? — repeti sua pergunta de novo. — Você atirou na mulher, caralho! E fez com que atirassem no Charlie... Puta que me pariu! — não consegui controlar meu nervosismo. Bati a mão direita sobre o volante pelo menos umas cinco vezes para despejar minha raiva. — Tem noção do que fez? O cara está morto. — completei.
— Talvez ele só esteja desacordado e_ — cortei-o.
— Cala a merda da boca. — olhei para ele novamente; suas feições mesclavam entre o desespero e uma culpa aparente. — Você fez tudo que não era para fazer, que inferno. — eu ainda continuava falando extremamente alto, definitivamente, não conseguia controlar. — Eu sabia que você ia foder com a droga do plano, sabia.
— Mas queria que eu fizesse o que? Ela estava vindo na minha direção, quando era para ela ficar quieta na dela. Não tive opção. — tentou defender-se aumentando um pouco a voz.
— Que não atirasse nela, porra! Era essa sua opção. — respondi-o grudando meus olhos nos dele e pisando fundo no acelerador. — Que merda você acha que ela faria? Meu Deus do céu... — passei a mão esquerda pelo rosto como se realmente fosse me acalmar. — Seu trabalho era ficar parado na porta, nada mais.
— Mas eu_ — interrompi-o outra vez.
— Mais o que?! — esbravejei. — Por sua causa estamos todos fodidos.
— Nós conseguimos sair de lá, não? Então pronto! — Caleb gritou gesticulando.
Eu apenas acelerei mais, uma vez que estávamos quase entrando na rodovia. — Saímos de lá com um cadáver, caralho! — gritei por cima.
— Eu já entendi isso, porra. — acrescentou. — Agora será que dá para diminuir a velocidade antes que a gente também morra.
Eu mantinha meus olhos no asfalto, mas isso não quer dizer que eu o via bem. — Talvez fosse melhor que isso acontecesse, não acha? — perguntei de forma retórica. — Quem sabe não merecemos, já que atirou em uma vadia por nada.
— Eu não fiz por querer, caralho. E diminui essa merda logo.
— Eu falei para calar a boca! — olhei para ele novamente; eu quase podia sentir o sangue nos meus olhos, tal como se minhas vistas escurecessem.
— Eu não preciso ouvir esse seu discurso, chega. Eu já entendi que fiz merda. — falou baixo, recostando-se no banco.
Tentei regularizar minha respiração ao máximo, mas não conseguia de nenhuma forma, pois cada vez que eu piscava, a cena de minutos atrás vinha a minha mente.
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Crime Culposo | Vol.1
RomancePresa em um emprego que achava ser dos sonhos e enfrentando problemas financeiros, Sadie Siink vê sua vida virar de cabeça para baixo quando a empresa onde trabalha é alvo de um assalto e é feita refém por Dacre Montgomery, um homem que é mais do qu...