Capítulo Dezoito

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Importante!
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Segunda-Feira  — 11:34

   Conhecer Camila estava se tornando devastador para o meu pobre coração. Quer dizer, ok, eu já sei que sou completamente apaixonada por ela, mas parece que isso está aumentando em um nível que não posso mais controlar. Quando ela fez beicinho domingo para que eu a segurasse um pouco mais enquanto ela pedalava, ou colocou o meu kiwi na boca, como se fosse um sorriso, igualzinho ao Pascal no fim de "Enrolados", ou quando começou a correr com a bicicleta, quase caindo porque o banco era alto e ela pequena, eu senti que poderia morrer de amor. E isso me deixou assustada pra caralho porquê: como diabos eu vou superar essa mulher?

  E ela beijava tão bem. Tão bem. Ela fez várias vezes no domingo e quando ela foi embora eu passei a noite inteira pensando nisso. Estou completamente fodida. Completamente. Tenho certeza que, ano que vem, nessa mesma data, eu vou estar em alguma faculdade longe daqui e ainda vou estar pensando no sabor do beijo dela. É impossível de superar, eu vou ser triste o resto da minha vida e sequer consigo me importar. Tudo porque Keana me motivou a chamar Camz para sair, aquela traíra. – Esses pensamentos me deixaram distraída todas as aulas da manhã, e no primeiro intervalo, a ômega me convidou ao banheiro para me dar um selinho longo e me entregar uma caixa de chocolates, me desejando boa aula no curso que teria mais tarde. Quase jogou fora todo o esforço que fiz ontem para tirar seu cheiro de mim, mas segundo Normani, eu só cheirava a Camila no rosto, que ela segurou com as mãos e beijou, então quem estava longe não podia sentir.

   Agora já havia começado o segundo intervalo e eu entrei atrasada por passar informação para uma garota sobre a matéria. Vi que meus amigos estavam numa mesa do canto, então fui rápida em encher minha bandeja do que sobrou na cantina e ir até eles, passando despercebida a não ser por um ou dois olhares, e parando por menos de um minuto para olhar para a minha ômega do outro lado. 

  Ela estava na sua mesa de sempre, parecia um pouco tensa, mas ainda assim deslumbrante com sua blusa verde e seu cardigã branco, assim como a calça jeans da mesma cor. Seu cabelo estava amarrado e com uma fita verde no topo, sorri um pouco olhando para ela e isso, de alguma forma chamou sua atenção, seus olhos procurando os meus como um ímã, e ela sorriu para mim. Aquele mesmo sorriso de ontem, o mesmo do parque, da pista de boliche e de todas as vezes que estivemos juntas. Ela sorria para mim assim todas as vezes. Estava começando a me acostumar com isso.

   Suspirei boba e voltei a andar em direção a minha mesa onde Louis mexia no celular concentrado enquanto Normani e Verônica conversavam com uma ômega que eu nunca tinha visto antes. A garota tinha cabelos e olhos castanhos escuros, era pálida e tinha um sorriso tanto confiante quanto tímido. Ela olhou para mim assim que coloquei a bandeja na mesa, me sentando do lado de Louis. 

— Ei Laur, onde você esteve hoje de manhã? Não te vi na aula de educação física, na outra quadra.  – Lou comentou, mas eu não o encarei, desconfortável com a presença da garota nova que me encarava demais.

— Fiquei na biblioteca estudando, você sabe, o SAT e tudo. Quem..

— Essa é Amélie, ela é nova na escola, chegou há menos de duas semanas. Veio da Alemanha, certo?  — Vero interrompeu minha pergunta já a respondendo e a garota confirmou.

— Meu pai é alemão mas minha mãe sempre morou aqui, eu vivi aqui na infância por um tempo, voltei para lá com treze anos e acabei vindo de novo. Lauren, não é? Você é muito bonita para uma beta.  — sorriu simpática mas logo fez uma careta de horror ao notar que tinha sido grosseira.  — Não que betas sejam feios, droga, eu me expressei mal, é só que quando você estava vindo eu podia jurar que você era uma alfa, você é muito bonita. Não me leve a mal, por favor, eu sinto muito. 

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