O que você fez comigo?

Você me prometeu

— Se acalme me conte o que aconteceu.

Entramos na sala dele e eu conto sobre o que houve hoje, da visita de Bucky e o fato que ele ia embora, ele disse que seriam 6 meses, mas não acho que voltaria, não mais.

— Lizzie eu já disse que é perigoso, estamos tomando o tempo necessário...

— Doutor por favor, eu preciso me lembrar, não posso deixar ele ir embora, só me lembrando eu vou saber como fazê-lo ficar — eu o interrompo um pouco desesperada — Eu vou correr os riscos.

— Vamos ficar aqui a noite toda e provavelmente amanhã durante o dia todo... — ele se levanta e abre a porta — Valentina desmarque meus compromissos para amanhã e depois pode ir para casa, eu tranco tudo — ele fecha a porta e me manda respirar um pouco — tudo bem, vamos começar, mas preciso que entenda os riscos, vou fazer o possível para que nada aconteça.

— Tudo bem Doutor.

— Ótimo, respire fundo — passamos por todo o processo inicial novamente, até eu estar no corredor novamente.

O corredor estava diferente dessa vez parecia menor e eu conseguia ver o fundo, havia um espelho grande e não havia nenhuma parede invisível para me impedir de passar, mas havia algo estranho no espelho, eu não conseguia ver o meu reflexo, mas não era hora de pensar nisso.

Olhei para todas a portas e cada uma com um título diferente, decidi ir pela a primeira.

Ao entrar percebo que estava no prédio do consultório da Vanessa, correndo para alcançar o elevador, a pessoa lá dentro segura a porta para mim. Bucky...

Ele havia comentado que havíamos nos conhecido daquela maneira, ou melhor oficialmente nos conhecido. Eu não sabia que eu tinha surtado quando o vi ou que ele havia me pedido perdão, nem que o elevador ficou preso ou que ele teve um ataque de pânico. Bucky não me contou nada disso! Nós estávamos ali sentados enquanto eu tentava o acalmar e esperava que a luz voltasse. Logo a luz volta e o elevador começa a subir.

O cenário mudou, dessa vez estávamos descendo as escadas do prédio, depois das consultas. Ele tentou puxar assunto e foi uma coisa boa, tentando fazer a situação ficar mais leve, quando saímos, eu tive uma sensação estranha de estar sendo observada e como meu carro estava estacionado mais longe, eu fiz algo que muitos consideram loucura, mas decidi oferecer uma carona para o homem que quase me matou, mas pensando por outro lado, se ele não tivesse aparecido naquela noite, talvez os homens tivessem feito algo pior, então havia decidido que ele era o homem que tinha me salvado.

Assim que eu fechei a porta do carro, eu me vejo novamente no corredor. Consegui me lembrar daquele dia, de quando nos conhecemos. Sorri seguindo para a próxima porta, até que olhei no espelho e notei que o borrão do meu reflexo estava começando a tomar forma, nada completo, estranhei, mas continuei para a outra porta.

Cada porta me trazia memórias diferentes, de quando Bucky me chamou para sair, do nosso encontro, quando o convidei para o parque de diversões com a Aurora. Quando ele me pediu em namoro e deixou que eu cortasse os cabelos dele, também me lembrei de quando ele me levou para conhecer seu melhor amigo e eu o apresentei aos meus pais.

Ver o meu relacionamento por fora me fazia perceber tantas coisas. Bucky aos poucos me deixou entrar na vida dele, me deixou conhece-lo, saber seu passado, seus medos, seus segredos, ele confiou em mim, permitiu que eu me aproximasse, mas também notei como eu também o deixei entrar na minha vida e da minha filha, como abri o meu coração para ele sem medo ou julgamentos. Depois do Oliver, eu sempre mantive as reservas com qualquer outro homem, não só para me proteger, mas não podia deixar qualquer um se aproximar da Aurora e era engraçado pensar em como eu não tive nenhuma reserva com Bucky, como as coisas com ele fluíram tão fácil como respirar, do lado dele eu não tinha medo ou preocupações, sentia apenas segurança e conforto.