- Sabe eu nunca vou esquecer o olhar daquele homem, eles foram de assassino e brutal para quebrado e vazio em segundos, eu me pergunto o que deve ter acontecido com ele, engraçado que quando paro para analisar ele tecnicamente me salvou...
Um roma...
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— Lizzie? Você se sente feliz porque o Oliver se foi?
— Sim — confesso a doutora Vanessa — eu me sinto horrível por isso, mas eu me sinto feliz por ele ter desaparecido da minha vida e da Aurora — desde o dia do ataque no supermercado eu venho a terapia, aquele evento me traumatizou mais do que eu esperava e minha irmã sugeriu que eu viesse a terapia.
— Por que se sente horrível? — ela pergunta.
— Porque... bem todo mundo perdeu alguém importante e eu... quer dizer parece que minha vida melhorou depois que todos foram dizimados e às vezes eu me sinto mal por isso, não todos literalmente, mas as pessoas a minha volta.
— Em qual sentido melhorou?
— Bem a Aurora, Cassie, minha irmã, meus pais... eles todos ficaram, apesar do Scott também ter sido dizimado, e as pessoas que estavam empacando a minha vida se foram como o Oliver e o filho do meu chefe. Eu sou um monstro egoísta! — suspiro me sentindo horrível.
— Lizzie você não é um monstro egoísta, não foi sua culpa que metade do planeta foi dizimada e só porque você teve sorte não significa que tem se sentir mal por outras pessoas que não tiveram — ela me diz com um sorriso gentil e agradeço sempre por ter Vanessa comigo, ela sempre me ajuda muito.
— Obrigada Vanessa — sorrio me sentindo um pouco melhor.
— E como a Aurora tem se sentido?
— Acho que ela sente falta de um figura paterna, não exatamente o Oliver, pois ele era um tanto ausente, mas sabe alguém como Scott era com ela e a Cassie, mas eu tento cumprir os dois papéis, mesmo sendo difícil às vezes.
— Entendo e você não pensa em talvez encontrar outra pessoa? — Vanessa me olha com um sorriso de canto e entendo o que ela quer dizer e dou risada. Vanessa não é só uma psicóloga, mas também minha amiga, afinal nos conhecemos à 8 anos.
— Eu saio com alguns caras e bem...satisfaço minhas necessidades, afinal sou humana, mas não consigo imaginar nenhum deles na minha vida ou da Aurora, talvez seja porque tenho medo de passar por tudo que passei com o Oliver outra vez ou porque ainda espero encontrar alguém... especial — digo a última palavra com uma risada baixa — não sei, mas no momento estou bem por mim mesma — Vanessa sorri para mim e olha uma das suas anotações.
— Isso é bom Lizzie, mas agora quero perguntar sobre o ataque? Ainda pensa muito naquilo? — respiro fundo e conto para ela.
— Ás vezes tenho pesadelos, mas não são tão frequentes e sempre que guardo as compras no carro me certifico que ninguém está me observando. Eu tentei voltar aquela mercearia, mas não consegui, quase tive um ataque de pânico só de passar.
— Tudo bem, alguns traumas são difíceis de superar, mas aos poucos você vai conseguir — sorrio fraco, então os olhos do homem que apontou a arma para mim me vem a mente.
