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A vida, às vezes, gosta de pregar peças

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A vida, às vezes, gosta de pregar peças.

Apesar de vir de uma família influente e com um significativo poder aquisitivo, nunca aproveitei de fato os benefícios disso. Cresci em Los Angeles, mais especificamente em Calabasas, uma área rica, mas que não se diferenciava muito do normal. Minha vida era como a de qualquer adolescente comum: frequentava a escola, tinha um grupo de amigos, saía com minhas irmãs e comparecia a várias festas. Era tão comum que, em algumas ocasiões, isso me irritava.

Mas não trocaria isso por nada. Sou imensamente grata à minha mãe por sua decisão de deixar para trás a vida que conhecia na Inglaterra, permitindo-nos viver de uma forma mais normal. Sei que fez isso por ela mesma, mas também por nós.

Agora, dentro do avião, a caminho de um novo país e uma nova cultura, não consigo evitar a sensação de nervosismo. Como será lá? Como as pessoas nos receberão? Será que nos acolherão? Sei que parece bobagem, mas até agora, só nossos avós nos visitavam. Eles são... formais, para dizer o mínimo.

Não me leve a mal, amo Theodore e Katherine Lancaster, mas às vezes podem ser bastante irritantes. Sempre conseguem tirar minha mãe do sério, e ela é a pessoa mais controlada que conheço. Nem mesmo quando Emma pensou estar grávida, ela se descontrolou. No final, foi só um alarme falso, mas a possibilidade deixou todos nervosos.

Nossos avós sempre encontram algo a criticar, seja nossas roupas inadequadas, nossos cabelos rebeldes ou até nosso jeito de falar. Nada parece ser suficiente para eles. Mas sei que isso é parte da cultura deles; foram criados assim, e o diferente os assusta. É exatamente por isso que estou nervosa. Se os avós, que nos conhecem a vida inteira, ainda se espantam com algumas de nossas escolhas, o que as pessoas que nunca saíram de suas bolhas irão achar de nós?

Bem, isso não é meu problema. Obviamente estou nervosa, mas a opinião dos outros não vai mudar nada na minha vida.

Sou arrancada dos meus pensamentos quando a aeromoça anuncia que estamos prestes a pousar e nos pede para colocar os cintos de segurança. O coração acelera um pouco mais, e uma nova fase se inicia.

Vovô insistiu que fôssemos de jatinho, mas mamãe não queria. Lauren Lancaster adorava um bom e agitado passeio de avião, com idosos reclamando de seus assentos, bebês chorando a cada cinco minutos e a boa e velha comida duvidosa de avião.

Ela era um pouco louca, mas, graças a essa loucura, tive algumas das melhores experiências da minha vida.

— Ok, garotas, se preparem, guardem tudo na mochila e apertem o cinto — minha mãe disse, ao lado de Anne. Todas nós assentimos e seguimos suas instruções. O avião começou a pousar e, quando finalmente estávamos em terra firme, partimos em busca das malas.

Trazer o guarda-roupa inteiro parecia ser mais fácil. Eram tantas malas que mal conseguíamos carregá-las. Precisamos pegar carrinhos de bagagem, e um segurança nos ajudou.

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