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Algo não estava certo

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Algo não estava certo.

Não conseguia identificar exatamente o que era. Talvez fosse a gravata apertada demais, ou o tecido do terno que arranhava minha pele, ou talvez fosse o fato de que, há cerca de cinco minutos, Charlotte não respondia às minhas mensagens. Eu não sabia, mas a inquietação era palpável.

Cinco minutos parecia pouco tempo, mas, considerando que, nos últimos três dias, ela havia respondido instantaneamente, a ausência parecia uma eternidade. A ansiedade começou a dominar meu corpo, minha perna pulando incansavelmente no ritmo frenético da minha mente, que não parava de trabalhar. Tudo o que eu queria era saber se ela estava bem, se estava a salvo no baile

O carro deslizou pelas ruas iluminadas, mas cada segundo parecia uma eternidade. A gravata apertava meu pescoço como uma cobra, constrangendo a respiração. Meus dedos se agarravam ao banco de couro, enquanto minha mente corria mais rápido que o veículo. O motorista parecia tão nervoso quanto eu, seus olhos se movendo incessantemente entre o volante e o retrovisor, como se esperasse que o mundo atrás de nós se transformasse em algo ameaçador.

— Vai mais rápido, porra! — A urgência na minha voz ressoou, ecoando no espaço fechado do carro. O som reverberou, quase como um grito em um vazio, e eu me perguntei se o motorista tinha alguma ideia do quão desesperado eu estava.

— Não posso ultrapassar o limite de velocidade, vossa alteza — ele respondeu, a voz trêmula, quase quebrando sob o peso da minha frustração. Seus dedos enluvados estavam brancos enquanto ele pressionava o volante, a tensão visível em cada movimento.

— Eu perguntei se você podia ou não ultrapassar? — minha paciência estava se esgotando, e a calma na minha voz era apenas uma fachada. O que eu realmente queria era sacudir aquele homem e gritar para que ele se apressasse. — Vá mais rápido, ou você pode muito bem se considerar dispensado!

No instante seguinte, o carro acelerou, e a força do movimento me lançou para trás no assento. As luzes da cidade piscavam através das janelas como um filme acelerado, cada brilho uma lembrança distante do que estava prestes a acontecer. Eu queria acreditar que Charlotte estava bem, mas a ausência de respostas apenas alimentava meu pânico. Eu me via imaginando o pior: ela ferida, assustada, sem ninguém para protegê-la. A ideia de que algo poderia ter acontecido com ela me deixou enojado.

— Precisamos chegar logo! — gritei, sentindo uma onda de raiva e desespero. A ideia de que tudo isso poderia ser uma armadilha, que talvez eu estivesse atrasado demais, se infiltrou em minha mente como um veneno.

O motorista parecia intensificar sua atenção à estrada, mas o pânico em meu peito não diminuía. Em um momento de impulsividade, puxei meu celular e enviei outra mensagem para Charlotte. Onde você está? Estou quase lá. O botão "enviar" parecia um pequeno ato de esperança em meio a uma tempestade de incertezas.

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